Serviço Postal Militar

O serviço Postal Militar antes e durante a 1ª Grande Guerra

O Lubango, base da ocupação do Sul de Angola-A acção militar

Não foi sem luta que a colonização portuguesa ganhou raízes no Sul de Angola. Protegendo a fixação do colono, as acções militares foram-se dia a dia alongando para o interior, no sentido da bacia do Cunene, na qual a penetração se fez pela linha Caculovar. Os Gambos e depois o Humbe foram, logo de início, teatro de renhidos combates. Tais incidentes começaram em 1845 quando o primeiro ponto fortificado, presídio da Huíla, instalado pelo tenente João Francisco Garcia foi diversas vezes cercado e atacado pela gente do Nano.

Ao longo dos anos seguintes vários incidentes e massacres foram acontecendo, por volta de 1885 o Coronel Artur de Paiva com a sua decisão e valentia ocupou Cassinga e em 1889 reocupa o forte «Princesa Amélia». A situação além-Cunene mantinha-se extremamente grave, as incursões e razias dos Ovampos, em especial dos Cuanhamas, continuavam a constituir uma ameaça. Por esta razão em 1903, foram instalados os postos militares do Quipungo e Capelongo, a fim de garantir as comunicações com as regiões do norte e leste.

No ano seguinte, uma forte coluna militar, comandada pelo próprio governador da Huíla, capitão João Maria Aguiar, concentra-se no Humbe, pronta a invadir o Cuamato e a prosseguir a sua marcha sobre o Cuanhama. Depois de instalados em bivaque na sua margem esquerda, de onde envia destacamentos ofensivos na direcção da «embala» do Cuamato, estes são atacados e cercados por massas de guerreiros negros, foram quase totalmente massacrados.

Para vingar este grave desaire foi encarregado o novo governador do Distrito da Huíla, capitão Alves Roçadas (figura ao lado), que em 1905 ocupa o Mulondo, em 1906 passou o rio Cunene e construiu na margem esquerda um posto fortificado, o Forte Roçadas, e no ano seguinte no território do Cuamato Pequeno trava no dia 27 de Agosto o combate do Mufilo, onde os Cuamatos sofreram um rude golpe, de que não tornaram a refazer-se. Estas acções multiplicaram-se por: -Macuvi, Aucongo, Damequero, Aluendo, Inhoca e Cuamato Grande- numa sucessão de vitórias que definitivamente entregaram a o Cuamato à soberania portuguesa.

O fim das prolongadas e sangrentas operações acontece no dia 2 de Setembro de 1915, quando o General Pereira D'Eça avança para a N'Giva, capital do Cuanhama. O domínio português havia finalmente sido levado até à fronteira meridional Angolana, dando dessa forma satisfação aos compromissos assumidos por Portugal na Conferência de Berlim.

No dia 18 de Janeiro de 1917 é publicado no Diário do Governo os Decretos n.º2:940 e n.º2:941 aprovando a concessão de medalhas comemorativas aos militares que participaram nas operações realizadas no Sul de Angola.

http://www.dre.pt/pdf1s%5C1917%5C01%5C01000%5C00490050.pdf

Como o decreto n.º2:941 não concedeu medalhas a todos os militares que participaram nas operações do Sul de Angola, novo Decreto é publicado a 1 de Agosto de 1928, para corrigir injustiças criadas com o anterior Decreto.

Legislação:

PORTARIA, 28 de Fevereiro de 1906

Portaria (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do Governo, n.° 68, de 27 de março) estabelecendo as competências, honras e attribuições do commandante da expedição ao sul de Angola.

PORTARIA, 07 de Março de 1906

Portaria (Ministerio da Marinha e Ultramar — Diario do Governo, n.° 57, de 13 de março) determinando que sejam isentas do pagamento de franquia postal as correspondências que forem expedidas para o continente do reino, ilhas adjacentes e provincias Ultramarinas portuguesas pelos officiaes e praças de pret, que constituem a expedição do sul de Angola

PORTARIA, 17 de Março de 1906

Portaria (Ministerio das Obras Publicas — Diario do Governo, n.° 65, de 23 de março) determinando que sejam consideradas officiaes por parte da administração portuguesa as correspondências expedidas por intermedio do correio para o continente e ilhas adjacentes pelos ofliciaes e praças de pret, que constituem a expedição do sul de Angola.

Decreto-n.2:940 e 2:941, 18 de Janeiro de 1917

Decreto (Ministério da Guerra-Diário do Governo I série, n.º10, de 18 de Janeiro de 1917)aprovando e mandando pôr em execução o regulamento para a concessão de medalhas comemorativas das campanhas do exército português.

Decreto n.º15807, 1 de Agosto de 1928

Decreto (Ministério das Colónias-Diário do Governo I série, n.º174, de 1 de Agosto de 1928)

Expedição ao Sul de Angola-O Serviço Postal

carta vendida em leilão

A primeira Grande Guerra Mundial

A CENSURA POSTAL

Marca da Censura Postal utilizada no Lobango durante a primeira Guerra Mundial.

Marca da Censura Postal de Cabinda

Marca da Censura Postal de Loanda

Imagem de parte de um IP do Jorge Cirne

George Pearson apresentou na sua obra (1) as marcas anteriores e novas marcas:

  1. CENSURA LOBITO

  2. BIE CENSURA

  3. CENSURA DO BAILUNDO

  4. CENSURA (LUBANGO)

  5. CENSURA /POSTAL/LOANDA

  6. CENSURA/POSTAL/CABINDA

O serviço Postal Militar na 2ª Grande Guerra

carta vendida em leilão

  1. PEARSON, George. Notes on the stamps and markings of Portugal and Colonies, PPS.