PROGRAMAÇÃO REGULAR

15, 22 e 27 de novembro de 2017


Editorial


Depois do sucesso do Ciclo dedicado à Obra de Pedro Costa, realizado no final do ano letivo 2016/2017, o Cineclube Edgar Sardinha apresenta um conjunto de obras cinematográficas especialmente selecionadas e programadas para a segunda quinzena de novembro, concretizando assim um desejo existente desde o lançamento dos seus alicerces: o desenvolvimento de uma programação regular. Para assinalar a rentrée, a escolha recaiu, desde logo, em Paulo Rocha, Mestre do Cinema Novo português, cuja Obra aprofunda e problematiza de forma ímpar os três eixos de trabalho deste Cineclube: a História do Cinema, o Cinema Contemporâneo e o Cinema Português. Deste modo, nos dias 22 e 27 de novembro, serão projetados os imperdíveis Os Verdes Anos (1963) e Mudar de Vida (1966), marcos de simultânea tradição e irreverência, obras-primas que marcam um momento de viragem na nossa cinematografia. Entretanto, no âmbito do Centenário da Revolução Russa de 1917, será projetado já no próximo dia 15 de novembro, Statchka (Greve), de Sergei Eisenstein, a primeira longa-metragem do realizador. A programação deste mês não seria possível sem o apoio e a generosidade de Abel Ribeiro Chaves (Bazar do Vídeo), de Pedro Borges (Midas Filmes) e da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, a quem o Cineclube Edgar Sardinha presta pública homenagem e agradece tamanha dedicação.

Notícias


Olhares atentos em dia de «Os Verdes Anos».

Alunos do 10º, 11º e 12º anos acorreram à sala 301, no dia 22 de novembro, para assistir, a maioria pela primeira vez, ao filme Os Verdes Anos (1963), obra sobre a qual o realizador Paulo Rocha escreveu: «Normalmente estamos habituados a sobrevalorizar a história em relação à 'mise-en-scène'. Nos Verdes Anos tentou-se ir contra isso. O que mais interessava era a relação entre o 'décor' e o personagem, o tratamento da matéria cinematográfica.» (Jornal de Letras e Artes, 6 de maio de 64).

Na primeira projeção realizada este ano letivo fora do horário curricular marcaram também presença alguns professores. Numa novidade de última hora, e a encerrar a sessão, foi ainda projetado Os Verdes Anos - revisitado, curta-metragem realizada em Formação em Contexto de Trabalho por alunos do curso de Comunicação Audiovisual, no ano letivo 2015-16, com a coordenação do Professor José Pina. Este extraordinário registo conta com as intervenções de António Cunha Telles, produtor da longa-metragem, Isabel Ruth, atriz prodígio do cinema português, e Alexandra Barradas, Professora da nossa Escola formada em Arquitetura.

No final da projeção de excelente qualidade técnica, garantia de Abel Ribeiro Chaves (Bazar do Vídeo), seguiram-se várias conversas. A propósito da personagem de Júlio (Rui Gomes), a professora Rosalina Tique reavivou os versos de Alberto Caeiro: «Que pena que tenho dele! Ele era um camponês / Que andava preso em liberdade pela cidade.».

Enchente em dia de «Greve», de Eisenstein.

Mais de sessenta alunos participaram, no dia 15 de novembro, na sala 301, na projeção do filme Greve (1924), de Sergei Eisenstein, a primeira longa-metragem do realizador. Além dos alunos e ex-alunos que compareceram a título individual, estiveram presentes as turmas Q (11º ano), O e Q (12º ano), acompanhadas pelos Professores Fernando Mouro, João Ribeiro e Susana Madeira.

Nesta sessão, que assinalou a rentrée do Cineclube, todos os presentes puderam ainda experienciar as novas condições de som da sala, asseguradas pelo Professor José Leitão, e a nova tela de projeção de maiores dimensões, resultado da dedicação e engenho dos Professores Carlos Martins e Delfim Ramos, bem como do diretor de som e amigo do Cineclube, Júlio Pereira, que ofereceu o material da tela e se disponibilizou para o colocar/fixar.

Bazar do Vídeo assegura projeção de excelência.

O Cineclube Edgar Sardinha e a empresa Bazar do Vídeo, na pessoa do produtor Abel Ribeiro Chaves, estabeleceram um acordo estratégico que permitirá assegurar meios técnicos para uma projeção de qualidade superior nas sessões previstas para o ano letivo de 2017/2018. Mais informações sobre esta empresa de referência do panorama audiovisual e cinematográfico em www.bazardovideo.biz

Cinema Ideal apoia o Cineclube!

O Cineclube e o Cinema Ideal estabeleceram um protocolo para a oferta regular de lugares em antestreias e/ou sessões especiais aos alunos da Escola Artística António Arroio. Sempre que estas condições se verificarem serão divulgadas através do email cineclube@antonioarroio.edu.pt, estando limitadas naturalmente ao número de convites existentes e à ordem de inscrição.

António Arroio na estreia de «Peregrinação».

No âmbito da parceria estabelecida com o Cinema Ideal, um grupo de alunos do curso de Comunicação Audiovisual participou, no passado dia 1 de novembro, na estreia do filme Peregrinação. A sessão contou com a apresentação do realizador João Botelho. O filme, inspirado na obra literária homónima de Fernão Mendes Pinto, está atualmente em exibição nas salas de cinema. Mais informações em www.ardefilmes.org/peregrinacao/.

Fotografia de Carolina Correia | 11º Q

Acordo com a Midas Filmes.

O Cineclube e a Midas Filmes, na pessoa do diretor Pedro Borges, estabelecem um acordo para a projeção de alguns filmes de produção própria e/ou em catálogo, o que permitirá enriquecer as programações regulares do ano letivo de 2017/2018. Mais informações sobre esta importante produtora e distribuidora nacional em www.midas-filmes.pt

Folhas de sala da Cinemateca!

Desde o ciclo fundador, dedicado à Obra de Pedro Costa, nas sessões do Cineclube são asseguradas folhas de sala a todos os presentes. Os textos são generosamente cedidos pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, organismo nacional que tem por missão a salvaguarda e a divulgação do património cinematográfico. Aos autores dos textos das diferentes folhas de sala e à Cinemateca, o Cineclube Edgar Sardinha manifesta o seu profundo agradecimento.

«É algo que todos os realizadores têm em comum, creio, este hábito de ter um olho aberto dentro deles e outro no exterior. (...) Eis uma ocupação que nunca me cansa: olhar.».

Michelangelo Antonioni



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