Teatro: Auto da Barca do Inferno

No âmbito da disciplina de Português, no passado dia 30 de janeiro, a nossa turma foi assistir à peça de teatro "Auto da Barca do Inferno". Escrita por Gil Vicente. Trata-se de uma obra alegórica, ou seja, representa uma ideia abstrata através de uma realidade concreta. Num cenário pós-morte, as personagens de diferentes estratos sociais são julgadas pelo Diabo e pelo Anjo, sendo enviadas para o Céu ou para o Inferno com base nas suas ações em vida terrena. A peça é uma crítica social, abordando temas como corrupção, hipocrisia e injustiça. Apesar dos cenários simples, acho que a peça conseguiu cativar a atenção da turma. Foi uma experiência enriquecedora que nos fez refletir sobre as nossas próprias escolhas e ações, mostrando que a obra de Gil Vicente se mantém atual.

Filipe Grosso

No dia 30 de janeiro, fomos ao teatro ver o Auto da Barca do Inferno, eu gostei da peça pois as personagens foram muito fiéis ao texto. A minha personagem preferida foi o sapateiro pois a sua representação foi muito humorística. No entanto, achei a representação do parvo um pouco decepcionante, com falta de humor. Apesar disso gostei da encenação. Quando vemos as personagens a irem para a barca do anjo ou do diabo levou-me a pensar sobre os meus próprios valores e atitudes, e se o que fazemos em vida terrena afetará neste caso não a nossa morte mas sim o nosso futuro. 

Teresa Cajus

A obra de Gil Vicente, “Auto da Barca do Inferno” é uma peça digna de ser representada com energia, dinamismo, e fazendo justiça ao texto. A interpretação que foi dada ao Auto foi diferente daquela que eu imaginei. Eu gostei do espetáculo, mas este puxou muito mais para o sentido cómico do que o crítico, esta sendo a essência de Gil Vicente, como lhe é associada a frase “ridendo castigat mores”.

Os personagens que acho que se diferenciam mais do Auto original foram o Onzeneiro, que levava a sua função e si próprio muito a sério, e, neste teatro estava muito mais aparvalhado. Com o Corregedor e o Procurador acontece o mesmo, já que estes achavam-se superiores aos demais, demonstrando isso com o uso do latim, que era só usado por classes superiores na época. Mas mesmo que o latim fosse bem pronunciado, não senti nos personagens essa percepção de superioridade. E por fim, o Judeu, que na minha interpretação era fiel à sua religião e nunca se dirigiu à barca do anjo pois esta representava o Cristianismo, que não era a religião a que ele era devoto, o Judaísmo. Este não foi o caso representado na peça, já que ele se dirigiu à barca do paraíso e foi com grande desagrado que lhe receberam.

Se eu tivesse visto a peça no lugar de uma pessoa que nunca leu o Auto, iria assumir que este é uma comédia sobre a sociedade da época. Isto é parcialmente verdade, mas com isto falta uma parte essencial do texto, que é servir como crítica à sociedade.

Embora que a peça encenada será sempre diferente do que nós imaginamos quando lemos o Auto, pois todos têm diferentes interpretações.

Leonor Brabander

Desde o 1.º período que na disciplina de português estamos a estudar o Auto da Barca do Inferno, escrito por Gil Vicente na época quinhentista com o intuito de criticar a sociedade e fomos ao auditório Santa Joana Princesa assistir à peça de teatro com encenação da companhia "instantes d'aplausos". Os atores e atrizes foram fiéis ao texto original e gostei sobretudo da atuação do Anjo, porque estava exatamente como imaginei, e da Brísida Vaz ou Alcoviteira porque tinha muita presença em palco.

Na minha opinião, poderia ter sido muito melhor porque apesar de ser um auto em que o cómico é imprescindível, penso que exageraram no uso do mesmo e tiraram muita da seriedade do texto, achei também que as músicas mais atuais que eles puseram em algumas ocasiões da peça como o "Apita o Comboio" estavam fora de contexto. No entanto, penso que fizeram todos um bom trabalho e divertiram o público.

Eu gostei muito de ler o Auto da Barca do Inferno e achei as aulas sobre o mesmo muito interessantes e, talvez por isso tenha ficado um pouco desapontada com a peça de teatro porque não correspondeu às minhas expectativas e acho que se não tivesse lido o auto primeiro tinha ficado com uma ideia totalmente diferente e que não correspondia à mensagem que Gil Vicente quis passar.

Mariana Madeira

No passado dia 30 de janeiro, a nossa turma foi assistir à peça de teatro “O Auto da Barca do Inferno”, protagonizada pelos autores da companhia “Instantes D’ Aplausos”  no Auditório de Santa Joana Princesa.

Na minha opinião é importante assistirmos à peça para interpretarmos melhor a obra porém alguns aspetos poderiam ser melhorados. Os efeitos sonoros e a iluminação surpreenderam-me porque tornaram a peça menos aborrecida de assistir. 

Quanto às personagens eu gostei de todas excepto do Parvo. A meu ver o ator não consegui interpretar bem o papel pois a personagem do Parvo é suposto ter piada e fazer com que a peça seja mais cómica e neste caso as restantes personagens tiveram mais piada do que o Parvo

Ao longo da peça os atores chamavam-nos ao palco para participarmos na peça ou quando iam para o palco interagiam connosco. Eu considero que isso fez a peça mais divertida e valorizou o facto da peça ter sido feita para nós, como o realizador disse no início do espetáculo. 

Em suma, eu até gostei da peça e surpreendida pela positiva mas acho que existiram algumas partes muito repetidas (falas e movimentos cénicos). Contudo é uma experiência que todos devem ter nem que seja para interpretar melhor a peça. 

Maria Rebeca

A interpretação do “Auto da Barca do Inferno” que fomos ver ao auditório Santa Joana Princesa era interpretado pela companhia “Instantes e Aplausos” e era uma representação bastante fiel à obra.

O cenário era minimalista, mas cumpria o seu propósito, não desviando a atenção dos figurinos elaborados. Embora a companhia não tenha suprimido nenhuma parte do texto original de Gil Vicente, acrescentou momentos cómicos, canções, tendo até várias vezes interagido com o público, levando mesmo espectadores a subir ao palco.

Devido ao número de atores, a ordem do aparecimento das personagens foi alterado para que houvesse tempo para trocar as roupas de forma a representar o personagem seguinte. Apenas dois se mantiveram no palco do início ao fim da peça, o Anjo e o Diabo, sendo este último o meu preferido pois além de ser uma das personagens mais carismáticas do Auto, o ator fez um excelente papel a representá-lo.

Eu gostei da peça, tendo como único aparte a utilização de canções portuguesas modernas pois, na minha opinião, nada acrescentaram a esta bem conseguida interpretação do Auto.

Sebastião Graça

No dia 30 de janeiro fomos ao auditório Santa Joana Princesa assistir a peça do “Auto da Barca do Inferno”, escrito por Gil Vicente. Ao chegar à sala, e depois de abertas as cortinas, vimos o cenário, era simples porém fiel ao texto, que já tínhamos estudado na disciplina de português, e tinha o necessário: a barca do Diabo e a barca do Anjo. A primeira personagem a entrar foi o Anjo e logo de seguida o Diabo, que pessoalmente foi a minha personagem preferida, pois, na minha opinião o ator incorporou muito bem o seu papel. As personagens foram apresentadas de acordo com o auto, porém houve umas que desiludiram um pouco. Interagiram também com o público de forma engraçada chegando a levar pessoas para o palco. No meu ponto de vista, gostei da peça visto que houve momentos de riso e interação, foi de acordo com as expectativas, pois já tinha ideia do que esperar, e desta forma vimos o Auto de uma forma diferente dado que é sempre interessante assistir à encenação de algo que lemos e ver se corresponde ao que idealizamos.

Patrícia Sequeira

O “Auto da Barca do Inferno”, escrito por Gil Vicente na época quinhentista, é uma obra frequentemente estudada nas escolas, acompanhada também pela visualização da sua representação teatral, sendo o “Instantes d’aplausos” uma das companhias que o faz.

Foi seguida uma linha mais clássica do teatro, incorporando aspectos como as três pancadas antes do início da peça. A interpretação foi também bastante fiel ao texto original, seguindo o mesmo discurso e outros elementos, como o cenário e os símbolos cénicos.

O desempenho geral dos atores foi bom, apesar de algumas personagens estarem com umas caracterizações que pouco correspondem à do auto, sendo o “Parvo” a que deixou mais a desejar, pela sua presença pouco vivaz e utilização fraca dos diferentes tipos de cómico. O expressivo “Diabo” foi a personagem mais bem retratada, tendo reações sempre constantes e cativantes.

Penso que o conhecimento prévio do texto abordado permite uma melhor apreciação deste espetáculo, tendo que este foi pouco explícito em relação a certas críticas, como a opressão sofrida pelos judeus no século XVI.

Em suma, apesar de considerar esta representação apenas razoável, reconheço esta experiência como um modo lúdico de consolidar uma matéria importante.

Madalena Rei

No dia 30 de Janeiro a nossa turma foi ver a peça teatral “Auto da Barca do Inferno” no auditório Santa Joana Princesa. Acho que o cenário da peça foi um cenário bem adequado e pensado, pois não era algo muito chamativo pois se fosse as pessoas poderiam dar mais importância ao cenário e não à peça.

Cada ator foi bem escolhido para o seu papel de representação, porém a personagem que mais me desiludiu foi o Parvo, pois era uma personagem mais ativa e produtiva porém não foi tal como se esperava. O desempenho e a dicção obtida e desenvolvida pelos atores foi boa, gostei no geral pois foi uma peça muito fiel ao texto. A caracterização foi excelente e até me surpreendeu pois como foi algo muito fiel ao texto e as personagens ficaram como que eu tinha imaginado. Os objetos utilizados na peça teatral acho que foram parcialmente parecidos com os descritos na obra.

As músicas foram de um estilo mais atual porém acho que foram bem aplicadas pois deu um sentido mais mico à peça e surgiu algum espanto pois ninguém estava à espera de músicas de um estilo tão atual para uma obra escrita no século quinhentista.

A minha cena favorita na peça inteira foi a do Frade e da sua acompanhante. Eu gostei dessas duas personagens pois, na minha opinião, fizeram-me sentir mais o aspeto cómico na peça e foram muito bem interpretadas.

A participação dos colegas na peça é algo que eu acho essencial pois traz mais cómico e piada à peça, acho engraçado fazerem isso. Apesar de no teatro terem que trocar de ordem nas personagem eu realmente gostei mesmo assim porque acho que até deu mais piada à peça. 

A mensagem que nos trouxe foi para refletir sobre a nossa vida e para demonstrar que passado 500 anos esta obra ainda pode ser aplicada nos dias de hoje.

Mafalda Nunes