Eneida de Moraes

Eneida de Villas Boas Costa de Moraes (Belém, Pará, 23 de Outubro de 1904 — Rio de Janeiro, 27 de abril de 1971), ou simplesmente Eneida, como ela preferia ser chamada, foi uma jornalista, escritora, militante política e pesquisadora brasileira.

Eneida é sempre descrita em relatos de amigos e parentes como uma mulher forte, viva, corajosa, audaciosa e inteligente.

Filha de um comandante de navios, desde pequena nutriu grande afeição pelos rios e pela Amazônia. Ainda criança, participou de um concurso de Jovens Escritores, obtendo o primeiro lugar, com um texto que falava do imaginário de um caboclo amazônida.

Durante os anos 20 e 30, colaborou em jornais como o Estado do Pará, Para Todos (RJ), e nas revistas Guajarina, A Semana e Belém Nova. Em 1930, fixa residência no Rio de Janeiro, onde irá filiar-se ao Partido Comunista do Brasil (PCB). Declaradamente marxista, Eneida liderou greves e manifestações contra o sistema capitalista e as opressões do governo Brasileiro. Envolveu-se diretamente nas revoluções de 1932 e 1935, o que resultou em 11 prisões durante o Estado Novo, além de torturas, clandestinidade e exílio. Na prisão, conhece Olga Benário e Graciliano Ramos, que a imortalizou em “Memórias do Cárcere”. Atuou como jornalista profissional em periódicos partidários e da grande imprensa, nas funções de repórter e de cronista, entremeando essas atividades com a publicação de 11 livros e várias traduções.

Escreveu História do carnaval carioca (1958), a primeira grande obra sobre este assunto, que estabeleceria as principais categorias do carnaval brasileiro ao definir o conceito de cordões, corso, ranchos, sociedades e entrudo, entre tantos outros. Foi criadora do baile do Pierrot no Rio de Janeiro e em Belém.

As escolas de samba Salgueiro em 1973, com o tema Eneida, amor e fantasia, Império de Samba Quem São Eles de Belém Pa em 1973 com o tema Eneida sempre amor e Paraíso do Tuiuti em 2010, com "Eneida, o pierrot está de volta", homenagearam a jornalista no carnaval.


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Leia

Aqui vão mais algumas sugestões de leitura:

O livro História do carnaval carioca é o grande clássico da literatura carnavalesca brasileira. Publicada em 1958, a obra, escrita pela jornalista e pesquisadora Eneida de Moraes, descreve e classifica, pela primeira vez, as diferentes formas de brincadeiras carnavalescas.

Aruanda é um país que trazemos dentro de nós, explica Eneida: país de liberdade e da paz, país de amor sonhado por todos os homens. Nesse país de sonhos, encontramo-nos na cidade de Belém, onde, no mês de junho, as ervas cheirosas estão em cada esquina da cidade para o banho da felicidade, o banho cheiroso de Santo Antonio casamenteiro, São Pedro porteiro do céu idílico e São João menino arteiro e pastorzinho das ovelhas desgarradas.

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