Mestre Moraes

Pedro Moraes Trindade (Ilha de Maré, 9 de Fevereiro de 1950) também conhecido como Mestre Moraes é um notório mestre e difusor da Capoeira Angola pós-Pastinha.

Seu pai também era capoeirista praticante de Capoeira Angola. Começou a treinar por volta dos oito anos na academia de Mestre Pastinha que já cego e sem dar aula, passou o controle da academia para seus alunos. Moraes foi aluno de Mestre João Grande, que junto de João Pequenoeram grandes discípulos de Pastinha.

Por volta dos anos 80, na intenção de preservar e transmitir os ensinamentos de seus mestres, fundou o GCAP - Grupo de Capoeira Angola Pelourinho - na tentativa de resgatar a filosofia da capoeira em suas raízes africanas, que havia perdido seu valor para o lado comercial das artes-marciais.

Atualmente vive em Salvador, Bahia e divide seu tempo entre lecionar Inglês e Português numa escola pública, e presidir os projetos culturais da GCAP.

Mais sobre mestre Moraes

Pedro Moraes Trindade, conhecido como Mestre Moraes, famoso difusor da capoeira de Angola, nasceu na Ilha da Maré, em 9 de fevereiro de 1959. Seu pai, também capoeirista, era -- de igual modo, adepto da capoeira de Angola.

Moraes começou a praticar a capoeira quando tinha oito anos, ocasião em que freqüentou a academia de Mestre Pastinha que já estava cego e não dava mais aula. Nessa altura da vida Mestre Pastinha passou o comando de sua academia para os alunos João Grande e João Pequeno.

Desde a mocidade, Mestre Moraes foi um apaixonado pela capoeira de Angola. “Eu nasci com a missão de aprender e ensinar a capoeira de Angola”, afirma ele. O estilo de Angola era praticado pelos escravos africanos como meio de defesa contra os maus tratos dos colonizadores. Era ensinado aos mais novos pelos escravos mais velhos, e assim passou de geração a geração, até a década de trinta do século passado. Sobreviveu, apesar da perseguição sofrida pelos seguidores. Na Guerra do Paraguai, por exemplo, foram enviados para o campo de batalha para serem exterminados. Nos anos trinta, Mestre Bimba criou um novo estilo de capoeira mais ao gosto da classe dominante. A primeira apresentação dessa nova capoeira, chamada regional, foi em palácio, para o Presidente Getúlio Vargas. A capoeira de Angola tem como principais defensores, Mestre Pastinha e seus discípulos, João Pequeno e João Grande. É praticada por artesões e proletários: sapateiros, pedreiros, estivadores, açougueiros, porteiros e estivadores.

Em 1970, Mestre Moraes mudou-se para o Rio de Janeiro de onde voltou após a morte de Pastinha, treze anos depois. De regresso a Salvador, fundou o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho (GCAP), com o objetivo de transmitir e preservar os ensinamentos que recebeu de seus mestres. Além de presidente do GCAP, é professor de Inglês, Mestre em História Social pela Universidade Federal da Bahia, doutor em Cultura e Sociedade pela mesma universidade e compositor de música de capoeira. Seu disco “Roda de Capoeira” foi indicado ao Grammy, em 1984.

Apaixonado pelo estilo de Angola, afirma: “Eu acredito que nasci com a missão de aprender e ensinar a capoeira”. Durante os últimos quarenta e cinco anos não tem feito outra coisa senão aprender e ensinar capoeira, estabelecer relações com outros capoeiristas, pesquisar e analisar a capoeira e realizar trabalho de campo.

Em entrevista a Claudiane Lopes revelou que para restabelecer o prestígio da capoeira de Angola, e difundi-la em outros países, teve de ingressar na UFBa e estudar inglês e literatura.

Mestre Moraes leciona português e inglês no sistema público de ensino.

O GCAP tem sede em Salvador mas possui escolas de capoeira no Ceará, Rio Grande do Sul, São Paulo e Japão. “Nós do GCAP visamos sensibilizar, plantando sementes e orientando pessoas que são vozes levantadas contra o preconceito e o racismo. Em todos os momentos da nossa história, a capoeira tem sido uma arma de resgate e cidadania. O GCAP é o único grupo voltado para a questão sócio-política”.

"A história nos engana.

Diz tudo pelo contrário.

Até diz que a abolição

Aconteceu no mês de maio.

A prova dessa mentira

É que da miséria não saia.

Viva vinte de novembro

Momento pra se lembrar

Não vejo em treze de maio

Nada pra comemorar

Muito tempo se passou

E o negro sempre a lutar

Zumbi é nosso herói

Zumbi é nosso herói, colega velho

Do Palmares foi senhor

Pela causa do homem negro

Foi ele quem mais lutou

Apesar de toda luta, colega velho

O negro não se libertou..."


As musicas mestre Moraes

Mestre Moraes jogando