Mestre Leopoldina (12/02/1933 – 17/10/2007)
Demerval Lopes de Lacerda, Mestre Leopoldina nascido o 12 de fevereiro de 1933 no Rio de Janeiro. Inicio-se na capoeira na decada de 1950, com Joaquim Felix de Souza, Mestre Quinzinho, um temido malandro de favela que já tinha proceso penal por morte, heredeiro das violentas maltas de capoeira que aterrorizaram o Rio de Janeiro no século XIX.
Depois que mestre Quinzinho foi asesinado na decada do 50 na Colonia Penal, o Mestre Leopoldina sumio das ruas por medo a represarias por inimigos de Quinzinho. Logo continuou seu treino com o baiano Mestre Artur Emídio que abriu uma academia e influenciou a capoeira Carioca na década 50 e 60 baseado no método sistematizado de Mestre Bimba.
Mestre Leopoldina começo a dar aula em 1961 na academia Guanabara, no Rio de Janeiro, e graças à capoeira viajou na Suiza, Italia, Amsterdam, Alemanha e Senegal. O mestre tem muita afinidade com o povo de rua, na chamada lei dos malandros, com a filosofía da malandragem, que é a estrategias de não confronto. Sua visão de mundo e sua relação com a malandragem transparecem em suas histórias e suas músicas.
Protagonista do documentario “Mestre Leopoldina, A Fina Flor da Malandragem”, 2005. O documentário narra a vida de Mestre Leopoldina, de vendedor de bala na Central a Mestre de Capoeira reverenciado mundialmente, feito por seu aluno Mestre Nestor Capoeira.
Fonte: Documentario Mestre Leopoldina, a fina flor da Malandragem / Site Revista de História.
Mestre Leopoldina começou a aprender capoeira aos 18 anos, com o Quinzinho, um jovem malandro carioca, valente, temido e respeitado na região da Central do Brasil (RJ). Um ano depois, Quinzinho foi preso e assassinado na prisão. Leopoldina sumiu por uns tempos, e treinava sozinho, até que soube que Valdemar Santana, lutador bastante conhecido na época, trouxera da Bahia um capoeirista de nome Artur Emídio. Leopoldina foi apresentado a Artur, que o convidou para jogar. "Fui lá, meio envergonhado, e fiz aquilo que o finado Quinzinho tinha me ensinado. No começo a coisa correu bem, mas aos poucos Artur começou a crescer, e era pernada por tudo que era lado, e percebi que ele era mais fera ainda que o Quinzinho". Foi assim que Leopoldina, aprendiz da capoeira carioca, foi apresentado à capoeira baiana. Leopoldina continuou aprendendo com Mestre Artur Emídio, e hoje é Mestre consagrado, muito respeitado, tanto por seu jogo quanto pela habilidade com o berimbau, e por suas composições, admiradas e cantadas em todo o Brasil. É uma das maiores expressões da capoeira antiga, cheia de malandragem e mandinga. É dono de uma simpatia e um carisma enormes, e já cunhou frases pitorescas do repertório da capoeira, como esta, que nos foi revelada uma vez em Guaratinguetá: "a capoeira é a maçonaria da malandragem!". Viaja muito para a Europa e EUA, apresentando-se a convite dos mestres que ensinam no exterior.