BERG

Laboratório-Escola Bacia Experimental do Riacho Guaíra

  • Coordenador: Cristiano Neves

    • Docentes vinculados: Adriano Rolim da Paz e Victor H.R. Coelho

    • Docente Visitante: Yunqing Xuan


A bacia hidrográfica do Riacho Guaraíra, instalada em 2003, monitorada continuamente desde 2004 e utilizada em diversos trabalhos acadêmicos (Graduação, Mestrado e Doutorado) foi em 2019 incorporada à estrutura do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. É uma das mais longevas do Brasil, contando com mais de 16 anos de monitoramento contínuo (2004-2019). A bacia do riacho Guaraíra é única bacia experimental atualmente em operação no litoral do Nordeste do Brasil, sendo referência para estudos sobre precipitação (sub-horária), umidade do solo, relação entre variáveis hidrológicas, entre outros estudos. A bacia hidrográfica do Riacho Guaraíra (BERG) foi instalada a partir do início do ano de 2003 pelo Coordenador do projeto IBESA (Instalação de Bacias Experimentais no Semiárido), o professor Alain Marie Bernard Passerat de Silans, com suporte dos professores Tarciso Cabral da Silva, Hamílcar José Almeida Filgueira, Laudelino Pedrosa Filho e Eugênio Pacelli F. Leite. O projeto em rede IBESA foi uma ação conjunta de sete Universidades Federais do Nordeste: UFPB (Paraíba), UFCG (Campina Grande), UFC (Ceará), UFBA (Bahia), UFAL (Alagoas), UFPE (Pernambuco) e UFRPE (Rural de Pernambuco). Somada a estas universidades federais, a FUNCEME (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará) também fazia parte do referido projeto. Pesquisadores da área de recursos hídricos dessas universidades e do órgão estadual do Ceará, reunidos em João Pessoa, criaram em maio de 2001 a Rede de Hidrologia do Semiárido (REHISA), com o objetivo de desenvolver pesquisas conjuntas e manter atualizado e ordenado o conhecimento científico e tecnológico da hidrologia do semiárido nordestino. Em 2006, a REHISA conseguiu aprovar um segundo projeto para continuação do monitoramento das suas bacias experimentais e com expansão da rede de monitoramento para a bacia representativa. O segundo projeto, denominado BEER (Bacias Experimentais e Representativas), teve vigência de 2006 até 2010. Esses dois projetos foram financiados pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos). Em 2008, com a aposentadoria definitiva do prof. Alain Marie, a coordenação do projeto BEER foi repassada para o prof. Cristiano Almeida, que além de assumir a coordenação do projeto, assumiu também sua operação e manutenção no campo até os dias atuais. O período de 2001 a 2010 pode ser considerado um período muito produtivo para os grupos de pesquisa em recursos hídricos do Nordeste. As parcerias desse período permanecem até os dias atuais. A Bacia Experimental do Riacho Guaraíra teve aporte de recursos financeiros de outros projetos de pesquisa, incluindo o último, que foi o projeto de cooperação e pesquisa internacional entre o Brasil e a Alemanha, o projeto BRAMAR (Brazil Managed Aquifer Recharge), em vigência de 2014 a 2019. A bacia experimental do riacho Guaraíra possui uma área de 5,84 km² e se localiza entre as latitudes 9.190,80 km e 9.195,25 km e longitudes 274,50 km e 277,00 km (coordenadas UTM, zona 25 Sul). A bacia está inserida em uma propriedade da agroindústria GIASA (Gramame Agro Industrial S.A, nome na época da instalação) localizada no município de Pedras de Fogo. A rede de monitoramento vigente (outubro/2019) é composta por: Quatro estações pluviográficas: com configuração idêntica à primeira rede; Três estações fluviográficas: nível d’água no rio a cada 15 minutos; Um estação pluviográfica de monitoramento remoto: a precipitação diária é apresentada em uma homepage (http://ampeq.net/chuva/berg_chuva.php ), com coleta de dados instantâneos através de acesso ao servidor de dados. A partir do servidor de dados, pode-se também acessar a precipitação acumulada para diferentes passos de tempo. Essa estação de monitoramento remoto foi instalada recentemente, em setembro de 2019, passou por um período de testes e se encontra em pleno funcionamento desde janeiro de 2020; Uma estação meteorológica: essa estação de monitoramento é composta por sensores para medição da precipitação, temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade do vento, pressão barométrica, radiações de ondas longa e curta incidente e refletida. O passo de tempo de armazenamento é de 10 minutos. A data de sua instalação foi no 24 de maio de 2017; Quatro Piezômetros: todos têm a medição automática de nível d’água, mas alguns têm também medição de temperatura e condutividade elétrica d’água, todos com passo de tempo de monitoramento de 15 minutos. Esses quatro piezômetros estão instalados juntos as estações pluviográficas 2, 3 e 4, e estação meteorológica 06. O piezômetro da estação pluviográficas 4 é o único em que apenas o nível d’água é medido. Em 18 de outubro de 2019 foi instalada uma sonda da Ampeq no piezômetro da estação meteorológica 06 com comunicação via GSM, o endereço para acesso aos dados é o: http://ampeq.net/graf/berg_ne.php. Para operação e manutenção, realiza-se de 1 a 2 duas visitas por mês para coleta de dados armazenados nos dataloggers, verificação das condições dos sensores, carga das baterias, medições de vazão, medições manuais do nível d’água nos piezômetros, dentre outras atividades. Todos os dados coletados no campo estão armazenados num banco de dados (PostgreSQL) para evitar a perda dos dados monitorados desde 2003.

De uso compartilhado com outros Laboratórios em Recursos Hídricos do PPGECAM, o Laboratório Escola Experimental do Riacho Guaira possui para as atividades de campo:

  • 01 Veículo Ford Range 4x4, placa QFJ 9806, Ano 2015;

  • 01 Barco de alumínio de 3 metros de comprimento com motor com capacidade de 3 HP.

A bacia experimental ainda tem uma forte vinculação com a Extensão, pois vem provendo dados hidro climatológicos para a sociedade em geral. Seus dados são utilizados atualmente, desde janeiro de 2020, no monitoramento de precipitação, vazões e nível d’água para a Companhia de Águas e Esgotos do Estado da Paraíba (CAGEPA), através de projeto de extensão oficializado no Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.

Atualmente, conta com recursos da ordem de 100 mil reais financiados pelo projeto de monitoramento para a CAGEPA. Em relação às atividades de orientação, mais de 10 trabalhos de graduação, mestrado e doutorado foram desenvolvidos nela. Os mais recentes são o doutorado de Luís Romero Barbosa e o mestrado de Amanda da Silva Baptista.


  • Linhas de pesquisa: Planejamento, gestão, monitoramento e modelos matemáticos em recursos hídricos; Efeitos do clima e do uso do solo sobre os recursos hídricos.