Os melhores trabalhos

Desafio: Decorar o Centro de Artes e Espetáculos de Sever do Vouga

            

Este ano os alunos do 1.º Ciclo tiveram o grande DESAFIO de decorar o CAE de Sever do Vouga para a Festa de Natal...

O primeiro passo foi escolher um SUBTEMA uma vez que o TEMA era O NATAL. Tinha de ser um subtema que todos os alunos gostassem, não podemos esquecer que este desafio foi lançado aos alunos do 1.º ao 4.º anos de escolaridade!

 Professores e alunos partilharam ideias, esgrimiram argumentos e no final a escolha foi unânime... O LIVRO

Sim, o livro e como estávamos no Natal ficou "Natal com Histórias!"

Cada turma escolheu uma história que foi explorada nas aulas de PORTUGUÊS

Finalmente, nas aulas de EDA - Artes Visuais os alunos criaram uma CAPA para a sua história! Com o objetivo de despertar a CRIATIVIDADE os professores não mostraram as capas originais aos alunos durante a leitura! 

Os resultados deste desafio pode ser visto neste fantástico FILME...

Desafio 9: Escreve um pequeno texto de apreciação crítica, incentivando outras pessoas a lerem o romance.

Em memorial do convento  

             Em 1988, José Saramago publicou um dos romances mais conhecidos internacionalmente e com uma grande importância para a literatura mundial. Falo obviamente da obra “Memorial do Convento”. É curioso pensarmos que um livro com tanta importância surgiu quando o autor estava a passear por Mafra e começou a observar o convento e pensou: “Um dia gostava de poder meter isto num romance” (Cadernos de Lanzarote, Diário III, de José Saramago) e de facto, a obra nasceu juntamente da história de amor entre Blimunda e Baltasar Sete-Sóis. O “Memorial do Convento” é um livro intemporal e interventivo que mesmo falando de acontecimentos do século XVIII podemos ainda relacioná-los com a atualidade.

Esta obra é uma homenagem a todos os trabalhadores desconhecidos que estiveram envolvidos na construção do convento de Mafra, no entanto, nenhuma classe social (nobreza, clero, povo) está livre de críticas, nem mesmo o povo será poupado. Saramago consegue criticar de uma forma brilhante tudo e todos, sempre com um tom irónico e sarcástico. Muitas dessas críticas são adaptáveis à atualidade e é isso que torna este livro num livro de todas as épocas.

Um dos mais julgados é o Rei e essa crítica começa logo no início do romance, onde é dito que o Rei será infiel (“abundam no reino bastardos da real semente”), como é dito na obra. Por outro lado, ele também é criticado por gerir mal a riqueza vindo das colónias para Portugal, visto que D. João V gastou grande parte do dinheiro na construção do convento e em coisas que só o contentavam e não serviam o povo português. Ainda hoje isso acontece, há corrupção ou então existe uma má gestão das riquezas de certos países como, por exemplo, no nosso querido e estimado país, que recebeu dinheiro vindo da União Europeia, a famosa “bazuca”, e nem sabemos onde esse dinheiro será gasto, quiçá investido, ou então agora nos últimos escândalos com a TAP, em que existe uma senhora que recebeu uma indemnização de quinhentos mil euros (obviamente pretendia devolver essa quantia) mas a TAP não responde ao pedido de devolução do dinheiro (mais parece um novela mexicana).

Na minha opinião, Saramago critica sempre de uma forma inteligente e sustentada pois todos os seus juízos vêm com argumentos ou explicações, o que faz com que ele não diga mal só por dizer, mas porque pretende mostrar que é preciso haver mudança e que o povo precisa de reagir. Por isso é que este romance também é interventivo, dado que incentiva as pessoas a lutarem contra as injustiças, a corrupção e a interrogarem-se sobre questões económicas, religiosas e sociais.

Apesar de o Rei ser bastante criticado (e com razão), o foco da crítica de José Saramago é o clero. O autor desaprova bastante o fanatismo religioso, o facto do povo ignorante seguir tudo o que o clero diz e gostar de ver os autos-de-fé. Por sua vez, também são criticados os padres, que são corruptos e cometem o adultério como é dito a certa altura da obra “içam os franciscanos de Xabregas mulheres para dentro das celas e com elas se gozam”. Infelizmente, hoje em dia, vemos muitos casos de pedofilia ou de violação por elementos da igreja católica, o que é totalmente impensável numa religião que pretende transmitir fé e esperança.

Em suma, o “Memorial do Convento” é uma boa reflexão critica de José Saramago sobre a sociedade portuguesa do séc. XVIII, onde muitos dos problemas que são referidos podem ser adaptados para o nosso tempo, dizendo ao leitor que é preciso fazer algo para mudar o que não está bem e que é preciso lutar pelos seus direitos.

 

                                                              Afonso Martins, 12.º A            


Passado e Presente no romance Memorial do Convento

         Uma das maiores obras da literatura portuguesa, escrita no séc. XX pelo único prémio nobel português da literatura, Memorial do Convento contém críticas e reflexões que permanecem relevantes e atuais, apesar da sua ação se passar há três séculos.

        Entre as questões abordadas encontra-se o tema da emancipação da mulher, sendo a personagem Blimunda o seu maior símbolo. A sua luta por liberdade e autonomia, sempre apoiada por Baltasar (que iremos abordar mais a frente), e os seus poderes fazem com que seja uma personagem que não tem medo de desafiar normas e papéis de género estabelecidos, desempenhando um papel fundamental na história. Também hoje em dia observamos mulheres de todas as partes do mundo que são ainda oprimidas e não têm liberdade de escolha, nem de expressão, mas que procuram igualdade de oportunidades e de direitos. No fim de contas, são mulheres como Blimunda que não têm medo de procurar a felicidade e que se opõem a uma sociedade machista e patriarcal.

        Outro dos tópicos abordados é a ciência e a sua relação com a Igreja. Olhemos o exemplo do padre Bartolomeu que apresenta a oposição da religião à procura por conhecimento. Esta personagem quer construir uma máquina para voar, quer ter conhecimento, quer, segundo a igreja, comparar-se a Deus, assumindo mesmo ser pecador, mas será mesmo assim? Hoje em dia, vemos muitas questões éticas sobre a ciência serem postas em causa devido aos valores das religiões e das crenças humanas, vemos também quem use a ciência como argumento para a não existência da religião, por isso vemos que a oposição entre ciência e religião é um tópico ainda muito presente.

         Ainda sobre a ciência, a tecnologia e o progresso, Saramago coloca em causa o valor das vidas humanas para o progresso. Durante a construção do convento, empreendimento ambicioso e grandioso, foram muitos os que morreram devido a falta de segurança. Ora, olhando para hoje em dia, observando a construção dos estádios no Qatar e as grandes obras que colocam em causa o aquecimento global, podemos questionar-nos: “Ainda nada evoluiu desde o séc. XVIII?”

          Consideremos, no entanto, agora, o principal tema da obra, a relação entre poder, religião e opressão. No tempo retratado na obra, a igreja era a instituição com maior poder sobre o estado, sobre o rei e sobre o povo. Era notório o dinheiro e os recursos gastos pelo rei para a igreja, é só observar o exemplo do convento. Paralelamente, o povo é retratado como alguém que se guia somente pelos valores religiosos, mesmo que por vezes não fossem os mais corretos. Essa crítica à influência excessiva da religião na política e na vida quotidiana pode ser relacionada com debates atuais: a separação entre igreja e Estado em diferentes partes do mundo, os valores e costumes da Igreja, e os atos daqueles que se dizem padres, bispos…

       Concluímos então que Memorial do Convento é uma grande obra literária que perdura no tempo e continua a oferecer pontos de vista e críticas relevantes para a sociedade atual. A sua pertinência manter-se-á durante os séculos mostrando a obra-prima que foi, é e para sempre será.

Patrícia Tavares    12.º A


                                                                                                                                                                         Carlos Grazina, 12.º A

Este Inferno de Amar

-Folhas Caídas, Livro Primeiro, poema VIII

            

Folhas Caídas é uma obra literária da autoria do escritor e poeta português romântico Almeida Garrett, publicada em 1853. A obra é constituída por diversos poemas como forma de o poeta expressar o seu amor pela viscondessa da Luz, de nome Rosa Montufar, que era casada. No entanto, mais do que apenas expressar os sentimentos do poeta, a obra em causa abre portas a questões do interesse de qualquer ser-humano. Afinal, o que é amar alguém? E o que está envolvido em amar? (1)

             O poema que procurei analisar é mais uma tentativa de resposta a estas perguntas. Apanhei esta folha caída (caída estava no meio de tantas outras), mas que tinha um outro brilho, e passei a observá-la, buscando indícios de me poder ensinar… e leio o primeiro verso: “Este inferno de amar - como eu amo!”. Inevitavelmente, vem-me à memória o célebre verso de Camões “Amor é fogo que arde sem se ver”. De facto, mentalmente, associamos “inferno” a “fogo”, e a dor que o “inferno de amar” provoca a quem ama, semelhante a algo que “arde”. Chego à primeira definição de amor: o amor é dor.

             Prossigo a leitura, e deparo-me com o terceiro verso, que apresenta uma perspetiva mais completa: “Esta chama que alenta e consome,” – assim como o fogo pode ser agradável num dia frio de inverno, se estiver controlado, também pode ser muito destrutivo. No entanto, o fogo que temos cá dentro é diferente, tem vida própria: ora está controlado, ora descontrola-se, e nós apenas ficamos a olhar para ele, e somos alternadamente alentados e consumidos, sujeitos a esta lei que não falha: se amas, vives felicidade, mas também tristeza, amargura… Concluo: o amor é 8 e é 80. Cabe a cada um decidir se tem a força ou a vontade de viver neste mix de emoções, ou, por outro lado, se prefere ser discípulo de Ricardo Reis e viver na “zona segura”, livre de emoções intensas, pelo menos no que diz respeito ao amor…

             Leio a segunda estrofe, e agora fico sem dúvidas que amar não é pera-doce, já que o poeta relembra o passado, tempo em que não vivia este amor, com saudade e ternura. Chama-lhe “sonho”, “paz tão serena”, “doce (…) sonhar”. E o último verso termina com a inquietante pergunta: “Quem me veio, ai de mim! despertar?” Portanto, viver o amor é, também, deixar para trás.

             Por fim, deparo-me com a terceira e última estrofe, e o primeiro e segundo versos, “Só me lembra que um dia formoso\Eu passei…”, claramente mantêm-nos no passado, mas remetem-nos a um passado concreto (“um dia”). Aparentemente, trata-se do dia em que o poeta se apaixonou, já que ele diz “E os meus olhos, que vagos giravam\Em seus olhos ardentes os pus.” Como é que isso se deu? “Que fez ela? Que fiz eu? – Não no sei;”. Não no sei, responde o poeta. O que é o amor? O que é amar? Não sabemos. Não conseguimos, por meio de palavras, explicar o que é, na sua inteireza. A única definição fidedigna é sensorial. É vivenciar.

             Apesar de tudo, acho que não devemos ficar com a ideia de que o poeta é cético em relação a viver o amor. É sofrer, é abdicar, mas também é viver, pois o último verso do poema remata: “Mas nessa hora a viver comecei…” É claro que é preciso ser corajoso para amar e sujeitar-se a tudo isto. Quem não é corajoso, não precisa temer, há outras maneiras de viver…

 

(1) Ao longo do texto, o amor referido trata-se, obviamente, de um amor romântico.

 

Pedro Gonçalves, 12.ºB

Desafio 6: Escreve um pequeno texto de apreciação crítica (A vendedora de fósforos)

A pequena vendedora de fósforos”- o significado das palavras

Neste conto, a palavra casa não é sinónimo de lar, de acolhimento, de proteção. Para a menina, casa significa abandono, solidão, tristeza, medo…Por isso, preferiu ficar na rua gélida, em vez de voltar para casa, com medo da reação do pai, por não ter vendido os fósforos.

                                                                                                                                   Gustavo Oliveira, Sofia Martins, João Correia - 5.º A

"A pequena Vendedora de fósforos" - o desamparo e o abandono

     Lemos esta história e identificámos as seguintes evidências que provam a falta de proteção e até de abandono da menina:

" Que frio atroz! Caía a neve, e a noite vinha por cima. No meio do frio e da escuridão, uma pobre menina passou pela rua com a cabeça e os pés descobertos..."; 

"A menina caminhava, pois, com os seus pezinhos descalços, que estavam vermelhos e azuis de frio, levava no avental algumas dúzias de caixas de fósforos e tinha na mão umas delas como amostra...";

” Tinha muita fome, muito frio e um aspeto miserável” …

                                                                                                                      Carolina Martins; Jéssica Silva, Miguel Correia; Gustavo Coutinho - 5.º A

“A pequena vendedora de fósforos”- Sentimentos

       Na história de Hans Christian Andersen conseguimos identificar diferentes sentimentos: abandono, desamparo, solidão, medo, sofrimento, mas também amor. 

          Abandono e desamparo, pois, após a morte da sua avó, a menina não tinha quem a orientasse, quem cuidasse dela. Estava entregue a si própria, tinha fome e frio… 

          Desproteção, porque tinha de trabalhar e não tinha quem a protegesse dos perigos da rua; Solidão, sobretudo na época de Natal, a pequena vendedora sentia-se muito solitária, na rua gélida, ignorada pelas pessoas que passavam; sem uma verdadeira família.

          Medo, de voltar para casa com todos os fósforos, sem qualquer moeda e da reação do pai; Amor, entre a neta e a avó, a única que se preocupava com ela e a cuja visão se agarrou para sentir a sua presença.

        Sofrimento, causado pela vida que tinha; pela morte da avó; pelo frio que passou, na rua, quando tentava vender os fósforos. 

                                                                                                                                 Lara Ferreira, Pedro Bastos, Salvador Marques - 5.º A

“A pequena vendedora de fósforos”- o significado das palavras…

       No conto, a palavra "frio" tem dois sentidos diferentes:

     Um sentido denotativo, que caracteriza a época do ano em que a ação decorre, isto é, em pleno inverno, em que a neve cobre a rua.

      Um sentido conotativo, que sugere a dureza com que o pai tratava a filha, mas também a frieza das pessoas que passavam por ela e não lhe compravam uma única caixa de fósforos.

                                                                                                                       Maria João Amaral, Salvador Marques, Juliana Ferreira - 5.º A

"A pequena Vendedora de fósforos" – Um final diferente!

         Enquanto a menina acendia os fósforos, passou um ilustre homem que também já tinha sido pobre e, por isso, sabia o que ela estava a passar. Decidiu comprar-lhe uma caixa de fósforos pelo preço de todas as dúzias de caixas que ela tinha consigo.

        - Muito obrigada! – disse a menina – Vai ajudar-me muito.

         Voltou para casa muito feliz. Quando chegou mostrou ao pai o que tinha conseguido ganhar. O pai pegou no dinheiro e foi comprar tamancos e meias para lhe aquecer os pezinhos roxos. Como ainda sobrou algum dinheiro, comprou uma coxa de peru e duas mantinhas.

           Foi o melhor Natal da menina.

Tiago Lopes, Matilde Nogueira,  Tomás Rocha,  Carmo Soares - 5.º A

Desafio 4: Como imaginas que era o peixe Arco-Íris na história de Marcus Pfister "O peixe Arco-Íris"? 

Desafio 4: Ilustração do tema de janeiro - Inverno

Patrício Rodrigues Machado, 5.º D


Desafio 3: Escreve um pequeno texto de apreciação crítica, incentivando outras pessoas a lerem o romance.

         “Platero e Eu” é uma obra de Juan Ramón Jimenéz que ilustra o dia dia de Platero, um burro doce e amável, ao longo do tempo, passando pela primavera e pelo outono, através dos olhos de uma criança.

         Platero é descrito como “pequeno, peludo, suave” e tão macio que se assemelha a algodão, tendo um comportamento tão doce quanto a sua aparência, caminhando com um “trote curto e alegre”, com um olhar brilhante e sendo tão mimoso quanto uma menina. No entanto, por mais afável que Platero pareça, tem também um interior duro e forte, como a pedra ou o aço, que não cede. Apesar de ser tão carinhoso, Platero também acaba por se sentir abandonado quando é deixado para trás pelas crianças que voltam para o colégio no outono, quando tudo está mais calmo e a natureza já não é tão vibrante.

          Platero pode ser visto como uma personificação desta mesma natureza, doce como a primavera e as flores, o mel e os figos que ela traz e que Platero tanto gosta. É adorado pelas pessoas, tal como a estação o é também. O inverno relembra o interior deste burro, duro e persistente, recusando-se a morrer mesmo durante os momentos mais difíceis da sua vida. 

        É uma obra que se aplica também aos dias de hoje, onde as pessoas abandonam e se esquecem do ambiente em prol de algo como a vida na cidade, deixando para trás a doçura e encontrando o silêncio e o aborrecimento.

          Para além de tudo isto, o autor desta obra tornou-a também interessante para ler, com os contrastes presentes ao longo do texto “terno e mimoso com um menino, mas forte e seco como de perda” ou “aço e prata de luar, ao mesmo tempo”, ou o quão vibrante a escrita é, com a constante descrição seja de Platero, das flores ou até do jardim. O uso de recursos expressivos como a comparação “e o jardim, levantando-se como uma chama de fragância” completa a experiência que é a leitura de “Platero e Eu”.

           Concluindo, a obra de Juan Ramón Jimenéz é uma peça vibrante e interessante que retrata os dias de Platero ao longo do tempo, podendo ser utilizada para mostrar o abandono da natureza pela nossa parte. É uma obra que definitivamente vale a pena ler, seja pela maneira como está escrita seja pela mensagem que transmite.

                                                                                                         Ana Laranjeira, 12.º A

       Nós somos humanos, a nossa existência baseia-se em ter liberdade. Tudo o que nos retira a oportunidade de sermos nós próprios, faz-nos sentir como se a vida tivesse menos sentido.

              Quando falo em falta de liberdade a primeira palavra que me vem à cabeça é: “ditadura”. O romance “Outono do Patriarca”, de Gabriel Garcia Márquez (vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1982), é uma obra que critica o pesadelo da falta de liberdade, devido às ditaduras latino-americanas.

               Considero a obra fascinante porque retrata uma dura realidade de forma bem-humorada. Considero que este é um tema que deveria ser mais falado porque através de obras como estas poderemos reduzir as hipóteses de voltar à ditadura que sufocou o povo português durante muito tempo. Esta obra permite aos leitores repensar os seus ideais políticos e priorizar os seus desejos em relação ao país. Aliás, aprender com o passado é essencial para evitar erros futuros.

           No “Outono do Patriarca”, os leitores têm acesso a um regime duro, a um governador que só se importa com os seus interesses, que passa por cima das pessoas para obter o que deseja. O mundo em que aquela sociedade vivia era um verdadeiro inferno na terra. Uma prisão que não parecia ter escapatória.

              Ao contrário do que muitos pensam o patriarca vivia tão aterrorizado como o seu povo, porque enquanto a sociedade estiver viva haverá sempre uma possibilidade de ser preso na sua própria prisão, o que é deixado evidente por Gabriel Garcia Márquez.

       A ditadura é um mundo à parte da realidade, onde os doentes são deixados de parte, onde os analfabetos são levados ao engano, onde a vida das pessoas é posta à prova, sem terem o direito de decidir livremente.

       Concluindo, aconselho a leitura desta obra porque é essencial para evitar dores passadas. Faz-nos refletir sobre o que queremos para o nosso país. Afinal queremos ou não viver em liberdade?

Beatriz Machado, 12.º B

Desafio 2: Escreve uma carta a uma personagem do romance, dando a conhecer o que pensas dela e do comportamento assumido ao longo da ação.

Sever do Vouga, 9 de janeiro de 2023

            

Caro Platero,

             Em primeiro lugar, peço desculpa se as palavras que coloco nesta carta não soarem como idealizo, afinal, nunca falei com um burro na vida, nem sabia que um dia teria essa oportunidade. Para dizer a verdade, nem sei bem como me dirigir a ti. Aliás, não sei se sabes ler, sequer. De qualquer maneira, vou escrever-te à mesma. Para facilitar as coisas, vou fingir que és um humano como eu. Ora aqui vai…

             Confesso que não li o suficiente sobre ti para poder fundamentar uma opinião clara e convicta sobre o que penso acerca da tua pessoa (ou do teu burro?). Por isso, vou basear-me no pouco que li. És pequeno, mas forte, tens pelo macio e fofo, e olhos escuros. És dócil e terno, e estás sempre alegre. Aos olhos dos outros, pareces apenas um simples animal de carga, as pessoas olham apenas para o teu porte físico e para a utilidade que te poderiam dar no trabalho nas terras. Mas és muito mais do que isso. És uma companhia para o teu menino, que na idade em que se encontra precisa de amigos, sobretudo, amigos que o ajudem a crescer. E, se até agora, nenhum menino se aproximou dele, mereces ser louvado e elogiado, porque sendo burro, adotaste um coração de humano, diria mais, um coração de mãe. Mas quando penso no que vejo ao meu redor, pergunto-me: porque são os animais mais humanos que os próprios humanos?

               Reparei noutro aspeto interessante, quando li que gostas de acariciar e cheirar as flores do campo. Quem me veio logo à cabeça foi o Mestre Caeiro (conheces o Mestre?), que, pelo que se depreende, corresponde a uma parte da personalidade de Fernando Pessoa. Novamente, elogio-te, porque podendo comer as flores para te saciares, preferes tocar-lhes e sentir-lhes o cheiro. Caeiro defende o mesmo. “Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la\E comer um fruto é saber-lhe o sentido.” Prezemos a natureza, e sintamos intensamente as sensações que ela nos provoca. És mais feliz vivendo assim, não és?

                    Por falar em comer um fruto, também li que comes tudo o que o menino te dá: tangerinas, uvas, figos. Sei que fazes isso porque confias no teu menino, que tanto amas. Mas tem cuidado com as pessoas crescidas, são perigosas e escondem artimanhas e malícia no coração. Um dia podem estimar-te, porque és bonito e carinhoso, mas eventualmente vão tratar-te como um touro destinado ao abate. Não confies neles, afasta-te dessa gente. Mantém-te próximo do teu amigo e dos que são pequenos e ingénuos como ele. Assim, não terás qualquer percalço.

               Caro Platero, no início da carta, disse que iria dirigir-me a ti como se fosses um humano. Acho que consegui com mais ou menos dificuldade ultrapassar a barreira que nos separa, eu e tu, um humano e um burro. Não espero uma resposta a esta carta, porque já não sou pequeno, nem ingénuo. Não tardará tornar-me-ei homem, por isso, afasta-te de mim e sê feliz.

                Agradeço a tua atenção, caro Platero,

 De alguém que leu um pouco a teu respeito.

Pedro Gonçalves, 12.º B


                                            Sever do Vouga,  5 de Janeiro de 2023,

Caro Patriarca,

Um bom líder é alguém com disciplina, com as ideias bem assentes, sincero, visionário, com compromisso e que pretende alcançar o sucesso e o bem-estar da sua pátria.

E você, meu caro Patriarca, acha que estas características o definem? Acha que definem alguém que nem na sua própria casa impõe ordem, que torna uma casa presidencial numa feira? Bem, como se costuma dizer, “casa de fato, ninho de rato”!...

Acha que é digno de ser líder de um povo inteiro, mas enquanto a pátria já se encontra toda de pé, ser o último a estar pronto a viver o dia?

Não ter as competências necessárias e a responsabilidade de tomar determinadas decisões, mas também não se ralar com isso, talvez porque não lhe afete diretamente a si…?

Alguém que trata os assuntos do país, como se estivesse a fazer remodelações na sua casa? Pois eu acho que não!...

Cumprimentos,

de alguém que espera mudança

Joana Rodrigues, 12.º A 

Desafio 1: Ilustração de "Romance da Raposa", de Aquilino Ribeiro

Zita Tavares da Silva, 5.º D

Patrício Rodrigues Machado, 5.º D