A exposição PREAMAR: Intervenções no Museu da Maré foi realizada no Museu da Maré. Com Dinah de Oliveira & Clarelis R. da Silva, Ivair Reinaldim, Ale Moret, Beatriz Pimenta, Da-niel Gore, Débora Pitasse, Elisa Glener, Flávio Vindaurre & Matheus Frazão, Gabe Gamaliel, Júlia Lopes, Kháos, Lívia Di Santi, Sara Tostes, Vanessa Américo, Vix Palhano.
PREAMAR: intervenções no Museu da Maré é o título de uma exposição realizada por estudantes da UFRJ, que dialoga com o acervo, a história e a geografia do Museu da Maré. O projeto, coordenado pela Profa. Beatriz Pimenta – vinculado ao Grupo de Pesquisa A arte, a história e o museu em processo (CNPq/UFRJ) e ao Projeto de Extensão Intervenções em museus do Estado do Rio de Janeiro (EBA/UFRJ) –, tem como principal objetivo incentivar a pesquisa e a produção de arte contemporânea, propondo-se a realizar, anualmente, em diferentes museus, uma exposição de porte significativo. O projeto no Museu da Maré dá continuidade aos projetos já realizados em diferentes instituições. Esse projeto, como os anteriores, visa promover a troca de conhecimentos entre estudantes e professores da UFRJ, artistas locais, público, funcionários e colaboradores do museu em questão. Intervenção além de ser uma ação desviante, às vezes interruptora de um projeto político, também pode ser o ato de emitir opiniões, de contribuir com ideias no sentido de otimizar projetos que já se encontram em andamento, como é o caso do Museu da Maré. Diferentemente dos museus anteriores, o Museu da Maré não apresenta histórias de batalhas, dominação cultural ou hegemonia econômica; prioritariamente, conta histórias de resistência, de gente invisibilizada, de arquiteturas e objetos construídos artesanalmente para driblar a falta de espaço, de infraestrutura etc., em lugares que foram ignorados pela nossa história oficial e que ainda são estereotipados quando divulgados pelos meios de comunicação de massa. A contrapelo da nossa cronologia histórica, “o Museu da Maré foi concebido em 12 tempos: tempo da água, da casa, da migração, da resistência, do trabalho, da festa, da feira, da fé, do cotidiano, da criança, do medo e o tempo do futuro. Tempo que dialoga com as cheias e baixas da maré”. Essa divisão, que organiza a história da Maré, foi espontaneamente assimilada pelos artistas da exposição, que maioritariamente escolheram inserir suas obras junto ao acervo exposto, dialogando com um desses tempos, em poéticas que reafirmam a importância das pessoas e desse lugar na história da cidade do Rio de Janeiro. Mais do que um museu, no sentido tradicional, o local é um Centro Cultural ativo, com uma exposição permanente, uma galeria, um auditório e um grande pátio aberto. Ali todo dia tem gente, ensaiando um espetáculo, tomando café, conversando – incluindo estudantes em visitas guiadas por jovens habitantes da comunidade. Cláudia Rose, diretora da instituição, e a equipe do museu recebem calorosamente todos os que têm interesse em realizar algum evento nos espaços do museu. Seja uma pesquisa em história oral, o desenvolvimento de propostas educativas, de exposições, seminários, oficinas, produção de material temático, entre outras atividades. Um organismo vivo, que contribui para a formação de um pensamento crítico, interdisciplinar, nos participantes do projeto, no Museu da Maré e no público em geral.