A arquitetura de um sistema IPTV pode ter diferentes nomenclaturas, mas normalmente é agrupada em três grandes blocos, “Headend”, “Middleware” e “Acesso e consumo”, representado na figura 2. A comunicação entre componentes é geralmente feita com recursos a conexões de internet de alta velocidade, como fibra óptica ou Digital Subscriber Line (DSL). Também é possível o recurso a antenas para transmissão de dados, por exemplo para chegar a consumidores remotos, no entanto nos restantes casos a robustez de uma conexão por fios compensa.
Figura 2: Arquitectura típica do sistema IPTV
Headend
No bloco “Headend” é feita a receção e armazenamento dos conteúdos produzidos pelas diversas fontes (por exemplo canais de televisão). Esses conteúdos serão processados e convertidos para formato digital e codificados para a transmissão, geralmente através do formato mais comum, MPEG Transport Stream especificado no padrão MPEG-2, ou ainda mais recente como MPEG-4 AVC/H.264, estes padrões são especificados pelo Moving Experts Group (MPEG) em conjunto com a International Tellecomunication Union.
Middleware
O bloco “Middleware”, vem de uma análise do sistema na perspetiva de servidor/cliente, em que o servidor será o “Headend” e o cliente é o consumidor, assim faz sentido agrupar os restantes elementos num bloco “Middleware”, já que são eles os responsáveis pelo manuseamento e transporte de conteúdos. No caso do sistema IPTV, no “Middleware” é feita a inserção de anúncios e guias televisivos, é também feito o multiplexing de conteúdos bem como o controlo de subscrições. Essencialmente neste bloco é controlada a forma como o utilizador interage com os conteúdos, tratando assim da transmissão dos mesmos em direto e do seu armazenamento para responder a pedidos on demand e a computação de pagamentos de novos conteúdos. Também aqui são aplicadas as medidas de controlo e melhoria de qualidade de serviço.
Acesso e consumo
O extremo final do sistema é “Acesso e consumo” onde está o consumidor e a forma como ele acede aos conteúdos. Obviamente é necessária uma infraestrutura de acesso à internet até à localização do consumidor, os conteúdos recebidos serão reproduzidos por qualquer equipamento com ligação à internet (PC, smartphone), ou por uma set-top-box (STB, figura 3) que decodifica os pacotes IP para visualização numa televisão. A receção e demultiplexing dos diferentes tipos de pacotes IP é feito por um DSL modem conectado à STB ou outros equipamentos .
Figura 3: Set-top Box
Por fim é importante notar que estas fronteiras bem definidas na arquitetura permitem versatilidade e interoperabilidade de serviços. Por exemplo, um novo canal de televisão só precisa de se preocupar em fazer chegar o conteúdo ao “Headend” e não como chegar ao consumidor.