Enedina foi a primeira mulher negra engenheira do Brasil e a primeira mulher formada engenheira no Paraná. Ela nasceu em 1913 na cidade de Curitiba. Na década de 1920, sua mãe passou a trabalhar para a família do delegado e major Domingos Nascimento Sobrinho. O major, que possuía uma filha da mesma idade que Enedina, pagou para que Enedina estudasse em uma escola particular e fizesse companhia à filha dele.
Após se formar, Enedina começou a trabalhar como professora no interior do estado do Paraná. E, em 1940, desejando colocar sua paixão pelas exatas em prática, ela ingressou na Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná. Em 1945, Enedina, com 32 anos, se gradua em Engenharia Civil na hoje Universidade Federal do Paraná (UFPR). Antes dela, apenas 2 negros haviam se formado na instituição, Otávio Alencar (1918) e Nelson José da Rocha (1938).
Enedina precisou trabalhar como doméstica e babá para pagar a universidade, que não era gratuita na época. Durante toda a sua formação, Enedina sofreu muito preconceito e discriminação por ser mulher e por ser negra; sua turma era composta apenas por homens brancos.
Enedina foi auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas, chefe de hidráulica, chefe da divisão de estatísticas e do serviço de engenharia do Paraná, na Secretaria de Educação e Cultura do Estado. Também trabalhou no Plano Hidrelétrico do Estado e atuou no aproveitamento das águas dos rios Capivari, Cachoeira e Iguaçu, sendo a Usina Capivari-Cachoeira seu maior feito como engenheira.
Diz a lenda que, no campo de obras, Enedina usava uma arma na cintura e atirava para o alto quando não era respeitada. Uma forma de reconquistar o respeito e autoridade em um ambiente majoritariamente masculino.