MÉDICO

É papel do médico realizar o rastreio, estratificação e diagnóstico do paciente com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), assim como estabelecer a terapêutica ideal para cada paciente, gerando vínculos e se atentando para as individualidades de cada indivíduo. Além disso, esse profissional precisa realizar o correto acompanhamento desses pacientes, atentando-se para metas e exames complementares necessários, assim como planejar e executar ações de educação em saúde. Por fim, é fundamental que atue de forma multidisciplinar, construindo junto da equipe o melhor plano possível, respeitando-se limitadores e facilitadores desse processo. 

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Avaliação Clínica

A avaliação clínica precisa ser feita de forma completa, com anamnese contendo história da doença atual (HDA), história patológica pregressa (HPP), medicações em uso, história social (HS) e história familiar (HF).

Além de se atentar para sinais e sintomas próprios do diabetes mellitus tipo 2, os famosos 4 "P"s (Poliúria, Polifagia, Polidipsia e Perda de peso) + visão turva, é importante que o profissional se atente para a necessidade de exames laboratoriais para confirmação da doença, os quais foram disponibilizados no quadro abaixo com seus respectivos valores de referência para normoglicemia, pré-diabetes e DM2

 Além disso, um exame físico minucioso é fundamental, principalmente em pacientes com história de úlcera do pé diabético (UPD) ou amputação prévia. É importante que seja avaliada sensibilidade em pés para identificação de possíveis alterações, através do uso de monofilamentos, que sejam avaliados reflexos, propriocepção e teste com diapasão de 128hz.


É extremamente importante que o médico se atente para fatores de risco para o desenvolvimento da doença, além de realizar estratificação para identificar pacientes que precisam de rastreio.


FONTE: Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes, SBD, 2019-2020 / Linha de Cuidado à pessoa com Diabetes Mellitus, Governo de Santa Catarina, Santa Catarina, Outubro de 2018

Além disso, em pacientes diagnosticados com a doença, é necessário realizar a estratificação de risco para eventos coronarianos, a qual irá implicar no uso adequado de estatinas para sua prevenção.

Consultas e acompanhamento

O número mínimo de consultas realizadas anualmente deve ser baseado na estratificação de risco do paciente, sendo o número de consultas diretamente proporcional ao risco do paciente, ou seja, quanto maior o risco na estratificação, maior será o número de consultas para esse paciente. 

Para controle e seguimento dos pacientes, são utilizadas metas para que se tenha um parâmetro de adequada adesão ao tratamento e eficiência do plano realizado para o paciente. Recomenda-se que a HbA1c seja realizada a cada 3 a 4 meses em crianças e adolescentes, com no mínimo duas medidas anuais. Para adultos, com controles estáveis, sugerem-se duas medidas de HbA1c ao ano, ou seja, é necessária a solicitação da hemoglobina glicada a cada 06 meses, pelo menos, para pacientes com DM2.


FONTE: Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes, SBD, 2019-2020 / Linha de Cuidado à pessoa com Diabetes Mellitus, Governo de Santa Catarina, Santa Catarina, Outubro de 2018

Plano de Cuidado

O plano de cuidado tem por finalidade atender às demandas dos pacientes de forma individualizada e atentando-se para as necessidades únicas de cada um. Para que essa ferramenta seja utilizada de forma plena, é fundamental que o médico atue de forma multidisciplinar, apontando seu papel e suas responsabilidades no cuidado ao paciente, assim como veja e entenda o papel de todos os integrantes da equipe.

Além disso, é fundamental que alguns pontos sejam abordados no atendimento ao paciente, de forma a garantir que ele entenda a importância do seu papel de protagonista em seu processo saúde-doença. É importante que o profissional se atente para hábitos de vida, parâmetros antropométricos (IMC), controle glicêmico, pressão arterial, controle lipídico, função renal, retina, pé diabético, saúde mental, saúde bucal e planejamento familiar.

Através desses parâmetros, pode-se estabelecer o melhor plano para cada paciente, com abordagem especial na perda de peso, mudança de estilo de vida e garantia de que o paciente tenha entendido as razões pelas quais precisa realizar mudanças em seu cotidiano, assim como esclarecer sobre os medicamentos em uso e a importância da sua correta utilização. A partir disso, utilizando-se ao máximo das potencialidades de cada profissional da equipe, é possível construir um plano de cuidado efetivo.


FONTE: Diretrizes Sociedade Brasileira de Diabetes, SBD, 2019-2020 / Linha de Cuidado à pessoa com Diabetes Mellitus, Governo de Santa Catarina, Santa Catarina, Outubro de 2018

Abordagem terapêutica

A abordagem ao paciente com DM2 ou pré-diabetes deve ser integral e longitudinal, incluindo apoio visando a mudança do estilo de vida (MEV), o controle metabólico e a prevenção de complicações.

Diabetes Mellitus Tipo 2

Mudanças do estilo de vida são recomendadas durante todas as fases do tratamento da DM2, visando melhora do controle glicêmico!


Para o paciente com diagnóstico de DM2, o tratamento farmacológico seguirá conforme esquemas abaixo:

Medicamentos disponíveis no SUS

De acordo com a Relação de Medicamentos Essenciais do Estado de Minas Gerais - REMEMG 2023 os medicamentos disponíveis no SUS para o Diabetes são:

Como aplicar a insulina:

Educação em Saúde

A Educação em Saúde é uma ferramenta de muita importância para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A prática educativa baseada em diálogo e troca de saberes valoriza o conhecimento popular, estimula e respeita a autonomia do paciente no cuidado de sua própria saúde. É o principal instrumento que temos para a garantia do autocuidado que possibilitará o autocontrole por parte do paciente.


Orientações para melhoria de indicadores do Previne Brasil 

É fundamental que o médico realize o atendimento individualizado do paciente com Diabetes Mellitus tipo 2 e, além disso, imprescindível que todo paciente tenha a HbA1c (Hemoglobina Glicada) solicitada, pelo menos, uma vez a cada 06 meses. Essa solicitação deve ser marcada no sistema E-SUS como na área específica como "solicitado" quando o exame for solicitado, e como "avaliado'' quando o exame for avaliado pelo médico.

Clicando nos botões abaixo você pode conferir a nota técnica do Ministério da Saúde sobre os indicadores e também o Guia para Qualificação dos Indicadores da APS.

Fonte: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS)