Biomas

BIOMAS DO MATO GROSSO DO SUL

O Estado de Mato Grosso do Sul é composto por três biomas diferentes. Dois terços da área do estado é coberta pelo CERRADO, um tipo de savana tropical marcada pela biodiversidade, vegetação baixa e arbustiva e estações climáticas bem definidas. Outro bioma presente é o PANTANAL, a maior zona úmida tropical do mundo, com áreas que abrigam uma grande variedade de espécies vegetais e animais aquáticos. O terceiro bioma compondo o estado é a MATA ATLÂNTICA, que atualmente possui apenas 13,4 milhões (equivalente a 12,4%) de hectares de floresta, segundo levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Cerrado

Segundo informações do Ministério do Meio Ambiente, é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando 2.036.448 km2 (cerca de 22%) do território brasileiro. O bioma abriga 11.627 espécies de plantas nativas, como o ipê, a aroeira, a peroba-do-campo e o timbó, além das frutíferas goiabeira, mangabeira e guabirobeira.

Ao falar de fauna, o cerrado possui uma ampla diversidade. São 199 espécies de mamíferos conhecidas, 837 espécies de aves, 1200 espécies de peixes, 180 répteis e 150 anfíbios. Alguns dos animais encontrados no cerrado são: onça, o veado-campeiro, a ema, o sagui e as cobras cascavel, jiboia e jararaca. Já alguns dos animais ameaçados são: lobo-guará, o cachorro-do-mato, o tamanduá-bandeira e o bugio.


O cerrado vem sofrendo com o desmatamento. Só em 2019, o bioma no estado do Mato Grosso do Sul perdeu 294,3 km² de sua cobertura vegetal, segundo dados do Prodes, plataforma de monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Saiba mais sobre o potencial alimentício e medicinal do Cerrado com o projeto Sabores do Cerrado e Pantanal. Aproveite e também leia sobre o extrativismo sustentável no cerrado.

Quer saber mais sobre a fauna do cerrado? Faça uma visita ao museu virtual do cerrado elaborado pela Universidade de Brasília.


Pantanal

Considerada a maior planície de inundação contínua do planeta, são cerca de 150.355 km² (IBGE,2004) – 1,76% da área total do território brasileiro. O bioma pode ser dividido em duas regiões: uma localizada no Mato Grosso e outra no Mato Grosso do Sul. O Pantanal Sul ou Maior tem como pontos principais as cidades de Aquidauana, Corumbá, Miranda e Porto Murtinho. Já o Pantanal do Norte ou Pantanal Amazônico abrange as cidades de Barão do Melgaço, Cáceres e Poconé.

Como área de transição, a região do Pantanal apresenta um mosaico de ecossistemas: a vegetação não é homogênea, há um padrão diferente da flora de acordo com o solo e a altitude. O Pantanal foi reconhecido pela UNESCO, no ano 2000, como Reserva da Biosfera, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais da Terra.

Segundo informações no portal do Ministério do Meio Ambiente, o Pantanal abriga 263 espécies de peixes, 41 de anfíbios, 113 de répteis, 463 de aves e 132 de mamíferos. Ao observar a flora pantaneira, há quase duas mil espécies de plantas identificadas no bioma, de acordo com o Embrapa Pantanal. Algumas plantas típicas em sua flora são: ipês, aroeiras e figueiras. Há também vegetações flutuantes como o aguapé e a salvínia que são carregadas pelas águas dos rios e, juntas, formam verdadeiras ilhas verdes, que na região recebem o nome de camalotes.

Durante os meses da seca - de maio a outubro, aproximadamente -, a paisagem sofre mudanças radicais: as águas baixas revelam campos, bancos de areia e ilhas; os rios retomam seus leitos naturais, mas nem sempre seguindo o curso do período anterior. No período da cheia, os rios transbordam, alagando campos no entorno, e morros isolados sobressaem como verdadeiras ilhas cobertas de vegetação.

Há uma considerável mobilização para preservar a área do Pantanal. Segundo o superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais renováveis) no MS, Luiz Carlos Marchetti, 80% da atuação dos fiscais no estado é voltada para a conservação do Pantanal e da Mata Atlântica. Mas, mesmo assim, o desmatamento se faz presente.O ano de 2020 foi particularmente catastrófico para o bioma. Segundo, os dados do Centro Nacional de Preservação e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), cerca de 15% do Pantanal foi devastado pelas chamas. De acordo com dados do Inpe, os incêndios no Pantanal cresceram 210% em 2020, em comparação com o mesmo período no ano anterior. Dos mais de 3 milhões hectares consumidos pelo fogo, 1,2 são em Mata Grosso do Sul, de acordo com o tenente-coronel Waldemir Moreira, coordenador do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros.

Em 2018, foi publicado a última edição do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, produzido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Nesta edição o Pantanal era o bioma com menos espécies ameaçadas no país, mas os acontecimentos recentes contribuíram para o risco de extinção da fauna. Um dos animais que está ameaçado é a arara azul. Para saber mais sobre as espécies de araras em perigo, conheça o Instituto Arara Azul.

Para mais informações sobre o Pantanal acesse o site do Ecoa, uma organização sem fins lucrativos que surgiu em Campo Grande, em 1989, e atua com projetos para conservação ambiental e sustentabilidade rural e urbana.

Quer saber mais sobre o Pantanal? Confira algumas pesquisas realizadas na UFMS:

Para conhecer as pesquisas que atuam na interface comunicação e bioma pantanal, desenvolvidas no PPGCom (Programa de Pós-Graduação em Comunicação) UFMS, confira:


Mata Atlântica

Segundo a ONG SOS Mata Atlântica, o bioma da Mata Atlântica (lar de 72% dos brasileiros) cobre cerca de 15% do território brasileiro, em 17 estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí). No período de descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica era a segunda maior floresta tropical do país e possuía uma área de 1.315.460 km². Hoje restam apenas 12,4% da floresta original.

A Mata Atlântica possui uma ampla biodiversidade. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a floresta abriga cerca de 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 270 de mamíferos e 350 de peixes.

As principais áreas com traços remanescentes desse bioma no estado são: Serra da Bodoquena, planície do Rio Paraná e áreas indígenas no sudoeste. Assim como os outros dois biomas do estado, a floresta também tem queimado recentemente. Os focos de incêndios na Mata Atlântica no estado, se concentram no Parque Nacional da Ilha Grande, no município de Naviraí a 359 quilômetros de Campo Grande.

Ainda quer saber mais sobre preservação da biodiversidade? O World Wide Found for Nature elaborou um relatório sobre a relação entre humanidade e natureza.