Direção: Lionel Ménard
Elenco: Alexandre Sá (Jean), Eduardo Faria (Papet), Joana Luna (Ugolin), Joana Soares (Louise/Batista), Vanessa Vieira da Cunha (Manon)
Sonoplastia: Aníbal Andrade
Cenário: Natália Terlecka
Desenho de Luz: Lionel Ménard
Operação de Luz: Ana Patrícia Silva
Figurinos: Joana Soares e Adélia Agra
Ilustrações: Raquel Boucinha
Design: +ou-design
Fotografia: Natália Terlecka e Vítor Ferreira
Vídeo: JWorks
Apoios: República Portuguesa - Cultura | Direção Geral das Artes | Câmara Municipal da Póvoa de Varzim | Residências Artísticas Aljustrel - Lêndeas d’Encantar
Agradecimentos: Fresh Produções e Power Tech Iberia
Classificação Etária: Maiores de 6 anos
Duração: 75 minutos aproximadamente
Jean herdou da mãe um pequeno pedaço de terra no sul e decide mudar-se para lá com toda a família. Abandonou a cidade pelo campo para cultivar cravos.
Les Uns Sur Les Autres retrata esta chegada, marcada por conflitos de interesses, disputas pela água e pela terra, e a necessidade de sobrevivência coletiva diante de um desastre iminente. Uma narrativa carregada de emoção, um alerta poético e atual sobre o modo como o ser humano se comporta com os outros seres humanos e com a natureza que o rodeia.
Com direção de Lionel Ménard, o espetáculo utiliza a força do teatro físico e da sonoplastia para criar uma atmosfera única e envolvente, oferecendo uma experiência sensorial e emotiva.
Nasce a 21 de Abril de 1968, os primeiros espetáculos foram feitos nos cadernos escolares, sem palavras, sem música, apenas imagens que eram desenhadas para separar os ditados dos cálculos. Chamava-se colorir as margens. Foi o recreio, a janela entre os 26 erros no ditado e as correções a vermelho dos cálculos. 54 anos depois tem a sensação de ter feito disso o seu trabalho.
Em 1987 Lionel decide acabar com os “one night stand”. Descobre Marcel Marceau e passa 10 anos a colaborar com a sua companhia. No contexto da preparação de um guião de cinema, ouve Alexandro Jodorowsky e depois de uma boa refeição torna-se o instrutor do actor Ticky Holgado. Depois de várias audições, consegue finalmente entrar para a companhia de Philippe Genty. E apostando num disco de música contemporânea, traz o Quarteto Arditi para o palco.
Passa uma semana com Michael Jackson e Marcel Marceau a preparar “My Childhood” para a HBO. Escreve um pequeno roteiro para Philippe Glass no Carnegie Hall. Claude Lelouch oferece-lhe o papel de Jesus e trabalhou como coreógrafo para Jean Paul Goude e Lea Seydoux. A partir das Gymnopédies (três composições para piano escritas pelo francês Erik Satie, publicadas a partir de 1888) cria “Bonjour Monsieur Satie” na Konzerthaus de Berlim, além de encenar Bodecker & Neander.
Manipula um pássaro para François Morel e tenta pôr François a dançar. Dirige Le Snark com Scott Kohler no Festival de Sydney, Out of the blue com a Companhia Bodecker Neander no Festival de Valência na Venezuela. Conhece Bartek Ostapczuk em Dresden, que é um prelúdio para vários trabalhos na Polónia. Encenou "ma mère l'oye" de Maurice Ravel na forma de um grande mimodrama com a Philharmonie du Luxembourg.
Encena Lucilin United em concertos de música contemporânea e cria “A Flauta Mágica” com o quarteto Zaide. A Portugal chega com “Une Histoire Vrai” com a Ajagato, e na formação que ministrou no ínicio deste trabalho, conhece Eduardo Faria e desenha-se a possibilidade de dirigir a Companhia Certa.
No mesmo ano cria o “Circo Concerto” na Philharmonie du Luxembourg, “Ensemble c'est tout” com o ensemble Louise Farrenc na Áustria. e ainda "Mendelssohn" com a Orquestra de Câmara de Leipzig.
Estes encontros fazem Lionel viajar pelos 4 cantos do mundo. Mas aquilo de que mais se orgulha, só foi apresentado uma vez e não atravessou 4 paredes: a encenação de “La volière” no centro penitenciário de Frênes para reclusos de longa duração.
Algumas palavras sobre dramaturgia….
É-me difícil falar de dramaturgia por receio de ser dogmático mas também porque a parte intuitiva e instintiva do meu trabalho é preponderante.
Pedro Almodóvar diz que um pormenor pode provocar a necessidade de um filme. Para mim a morte de Jean de Florette neste romance de Marcel Pagnol acendeu a chama. No entanto, o tema das alterações climáticas devia estar também refletido nesta criação…
Como é que esta fábula humanista de Pagnol e as alterações climáticas puderiam colidir?
A ameaça tinha portanto que ser pesada, era necessário desenvolver uma narrativa inevitável como um fim trágico que sentiríamos chegar sem podermos fazer nada a respeito.
O filme Melancolia de Lars von Trier cativou-me. O fim do mundo está a aproximar-se, um meteorito está a crescer visivelmente, mas estamos a olhar para outro lado...
Era isto que queria evocar... ao longo do espectáculo a temperatura sobe, falta a água, os animais sofrem, o siroco sopra... o fogo espalha-se e há que procurar outro lugar.
Como os músicos do Titanic, ocupados a tocar até o navio afundar, perdemos o nosso tempo a ouvir lobistas a tentar convencer-nos do contrário...a arca não pode afundar…
Como sugerir a noção de revolta, de mudança, de indignação no espectador…
Deverão os animais interpretar as lutas humanas como Jean de la Fontaine ?
O espectador poderá então rir-se de tanta ganância entre uns, antes de se revoltar com tanta injustiça para outros...
Ao longo da criação, nunca deixei de incentivar os atores a metamorfosearem-se em animais, para que no final todos fossem iguais perante a morte, perante o fogo...
Afinal, em Pagnol todos são iguais porque afinal todos são da mesma família, até o estrangeiro Jean de Florette...
Mas não há mais esperança? e Deus em tudo isto? o céu está vazio? Abdelrahmam, Martin, David, como podemos ajudá-los?
Essa é também uma questão importante que queria levantar no espetáculo?
Acredito que juntos esta é a única esperança que nos resta...
O resto cabe ao céu.
Lionel Ménard
Palco: Caixa negra com mínimo 10x6m
Rider de luz: Solicitar
A Companhia viaja com a sua própria Mesa de Luz
Rider de som:
PA adequado à sala
Tempo de montagem: 10 horas
Tempo de desmontagem: 1h30 minutos
A cargo da entidade contratante:
Cachet
Deslocação de equipa (7 pessoas) + Cenário
Alimentação e estadia para dias de montagem e espetáculo.
ESTE ESPETÁCULO POSSUI GUIÃO PARA AUDIODESCRIÇÃO
Caso tenha interesse contacte-nos para saber as condições e como agendar o espetáculo com este recurso.
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