Coprodução Companhia Certa, Tanxarina Títeres e Centro Dramático Galego
Dramaturgia: Zé Paredes
Encenação: Quico Cadaval
Elenco: Andrés Giraldez, Eduardo Faria, Joana Luna, Joana Soares, Miguel Borines
Participação criativa: Eduardo da Cunha “Tatán"
Cenografia: Joana Soares e Quico Cadaval
Figurinos: Ana Catarina Silva
Construção marioneta: Pablo Giráldez “Pastor"
Desenho de luz: Wilma Moutinho
Sonoplastia: Nuria Freiria, Ana Domínguez Senlle, Sabela Dacal
Operação técnica: Ana Patricia Silva
Construção cenográfica: Tanxarina Títeres e Companhia Certa
Design: Beatriz Machado
Video: JWorks
Agradecimentos: Cine-Teatro Garrett (Póvoa de Varzim) | Cidade da Cultura da Galiza (Compostela) | Cine-Teatro Constantino Nery
Apoios Institucionais: República Portuguesa | Direção Geral das Artes | Câmara Municipal da Póvoa de Varzim
Agradecimentos: Fresh Produções e Power Tech Iberia
Classificação Etária: Maiores de 14 anos
Duração: 75 minutos aproximadamente
A palavra, a grande palavra, mudou de sentido ao longo da história e muda em cada cabeça e também cada vez que uma boca a pronuncia. A Liberdade vai mudando de forma, aparece e desaparece, tem um caráter ténue ou esplendente, é difícil de alcançar e mais difícil ainda de conservar em bom estado.
O espetáculo conduz-nos por alguns dos episódios da história portuguesa em que a liberdade se forjou, e outros em que ela quase desapareceu - como a bruma ao pôr do sol. Nestes episódios, que narram a longa viagem de Portugal para a liberdade, observamos como os feitos do 25 de Abril não chegaram por geração espontânea. Lutas, acasos, sacrifícios e azares fizeram andar para trás e para diante as modinhas da liberdade.
Nesta peça aparecem uns irmãos galegos, canteiros de ofício, que entram em Portugal nos dias a seguir ao 25 de Abril, à procura de emprego. Perante os seus olhos labregos dançam, como numa lanterna mágica, os anarquistas e as carbonárias, Sidónio Pais e o ditador espanhol, Arajaryr e a pastora extremenha, Humberto Delgado e um compadre alentejano, operacionais da PIDE e coristas de Barcelona… e tantas figuras que lutaram a favor e contra a História. Os irmãos galegos querem fazer um monumento com as suas artes de canteiro, mas, no decorrer da viagem, descobrem que talvez a pedra não seja a matéria de que é feita a liberdade… Que terão que esculpir alguma matéria mais subtil, aquela que mora no peito dos homens e das mulheres.
"Territórios de liberdade" é um espetáculo que tem como primeira matéria o encontro e reconhecimento entre duas equipas artísticas que têm sede na Galiza e em Portugal: Varazim e Tanxarina. O tema da peça é o 25 de abril e o seu legado de Liberdade que mudou a história e a autoestima de Portugal. Como estes fenómenos, movidos por uma força profunda, não respeitam fronteiras tiveram na Liberdade de Abril um efeito certo além das fronteiras portuguesas. Um dos lugares aos que chegou a lufada foi a Galiza. O país irmão acordou do seu sono graças à brisa chegada de além Minho. É pois parte do tema da obra "Território de liberdade" o efeito de Abril pela Europa fora.
Motivos de afinidade linguística, legibilidade da trama e riqueza expressiva, fazem com que o texto da obra seja em português padrão e em galego oficial, com algumas incursões caricatas no espanhol da fronteira. O uso dessas variantes linguísticas não é um capricho, mas um elemento expresivo da dramaturgia. Dito com outra palavras, faz falta esta diversidade da expressão oral para a compreensão da trama. Alguém pode pensar que a presença de uma porção importante do texto proferido em galego pode dificultar o entendimento e, por isso, se deve elevar a faixa etária recomendada. Com todo o respeito, gostaríamos de objetar a ideia com, pelo menos, dois argumentos. O primeiro é de caráter lingüístico. Muitas pessoas especialistas afirmam que o português e o galego pertencem ao mesmo sistema lingüístico, e que têm um grau de inter-compreensão maior do que o português pode ter com qualquer outra língua românica do grupo -ocidental, maior que com o mirandês que é uma língua da república portuguesa. Há mesmo lingüistas que se atrevem a afirmar que galego e português são variantes da mesma língua, que mantêm uma identidade milagrosa depois de mais de 600 anos de separação política. Entre estes nomes podemos citar a Rodrigues Lapa e a Alonso Estraviz. Obviamente, esta é uma ideia combatida no âmbito académico e em outros, como o político. Mas o que ninguém nega é a proximidade fraternal das duas falas e o enriquecedor que é o conhecimento mútuo. Nesta faixa está o lingüística e divulgador Marco Neves, que explica estas relações pouco conhecidas de forma amena, acessível e rigorosa. A segunda observação é para lembrar que a curiosidade e plasticidade lingüística não aumenta com a idade, mas ao contrário, diminui. A plasticidade do cérebro reduz com a idade e também a capacidade de aprendizagem, sobretudo no aspeto lingüístico. Por isso achamos que o público alvo de "Territórios de liberdade"pode ser a partir dos 14 anos. Nessa idade podem assumir com naturalidade o desafio lingüístico, enriquecer o seu acervo com os diferentes sotaques e ter uma aproximação a feitos históricos do seu país viajando na viatura do teatro.
"Territórios de liberdade" utiliza diversas técnicas e motivos teatrais, inspirados no jogo teatral, a épica e o teatro cívico. Um tipo de teatro que coloca o foco no público e que, longe de dar respostas, coloca questões e dilemas para o diálogo.
Pode ser a Liberdade um privilégio individual quando sempre se conquistou com a luta coletiva? Começa o debate, em galego e em português, 1000 anos entendendo-nos contra todo prognóstico.
por Quico Cadaval
Quico Cadaval nasceu em Ribeira, Rias Baixas da Galiza, 1960. É encenador e autor teatral ativo desde os anos 80 do passado século. Participou em peças do repertório clássico como são as comédias de Shakespeare ou obras do dirty-realism irlandês de Martin McDonagh. Também ligou a sua sorte a uma dupla cómica (Mofa&Befa) que mudou a ideia do que são os palhaços. Com eles fez uma tournée bem-sucedida do espetáculo “Shakespeare para ignorantes”. Esta experiência em palco, unida à sua paixão pela cultura popular, levou-o a experimentar uma maneira nova da arte de contar estórias. Faz parte de um movimento de contadores na Galiza. O gajo tem alguns prémios e reconhecimentos a ornamentar as prateleiras, e poucos livros (poucos livros da sua autoria, de outros autores tem muitíssimos). Sente a Lusofonia como um território próprio, que prolonga com naturalidade a sua Galiza natal.
Ator, encenador e dramaturgo nascido em Guimarães, Portugal, em 1972. Iniciou a atividade profissional em 1997 integrando o elenco fixo do Teatro do Noroeste de Viana do Castelo, tendo trabalhado com encenadores como José Martins, Jorge Castro Guedes, Xulio Lago, Manuel Guede e Guillermo Heras.
Em 2001, na sequência da co-produção “Mar Revolto”, entre o Teatro do Noroeste, o Centro
Dramático Galego e a Companhia de Teatro de Braga, inicia a sua relação com a Galiza. Primeiro com o Teatro do Aquí, como encenador do espectáculo “Farois Vermellos”; um monólogo com a actriz Mónica Camaño, para continuar mais tarde com o Teatro de Ningures na qualidade de assistente de encenação de Etelvino Vázquez. Entre 2004 e 2007 foi coordenador da Aula de Teatro da Universidade da Corunha. Em 2008 estreia com Mónica Camaño a primeira produção da companhia TEATRO NU, actualmente sem actividade. Em 2011 foi finalista do Prémio Diário Cultural de Teatro Radiofónico com a peça “Quendas”. Em parceria com Xosé Manuel Pacho recebeu o Prémio Rafael Dieste de Literatura Dramática no ano 2013 com a peça “Teatro, xeitos de cargar unha arma”. Em 2019 ganha o Torneio de Dramaturgía da Mostra Internacional de Teatro Cómico e Festivo de Cangas com a peça: Unha Baixa.
Em 2012 assumiu a direcção artística do Teatro do Pichel em Compostela e do Teatro Mar Aberto em Cangas, ambas companhias de teatro de amadores.
A compañía TANXARINA TÍTERES foi fundada en 1983, por varios antigos alumnos de Harry Tozer, profesor de construción e manipulación de títeres de corda no Institut del Teatre de Barcelona, e tamén doutros profesionais galegos do teatro infantil. Desde entón converteuse nunha das formacións máis recoñecidas e prestixiosas do teatro galego de monicreques dentro e fóra de Galicia.
Dedícase principalmente á produción e distribución de espectáculos dirixidos a todo tipo de público: infantil, xuvenil e familiar; onde se combinan diversas técnicas de animación de monicreques co traballo actoral dos propios titiriteiros.
Os títeres de corda, os de luva, os de pau, as sombras chinesas, os bunrakus e outros adquiren así poder expresivo e cómico. Esta relación escénica entre monicreques e actores foi un dos sinais de identidade da compañía dende os seus primeiros espectáculos.
TANXARINA TÍTERES presentou as súas obras nos festivais de teatro de monicreques máis importantes: Segovia, Valencia, Barcelona, Madrid, Murcia, Bilbao, Alacante, Sevilla... Son moitas as cidades visitadas polos seus monicreques que tamén percorreron Portugal, Grecia, Austria, Bélxica, Francia, Italia, O Salvador, Costa Rica, Nicaragua, Venezuela, Cuba, Colombia, Arxentina, Brasil, México...
No ano 2000, os actores-manipuladores da Compañía inician unha intensa actividade paralela dentro do teatro de actores, sendo frecuentemente convidados a participar tanto en montaxes teatrais (Teatro do Morcego, Produccións Teatrais do Sur, Centro Dramático Galego...) como en varias producións audiovisuais: cine, series de televisión, curtametraxes, publicidade, dobraxe e outras.
A Compañía tamén desenvolve unha actividade docente constante, mantendo unha variada oferta de cursos sobre construción e manipulación de títeres, marionetas, máscaras e cabezas para educadores, escolares e profesionais da animación sociocultural.
Ademais, desde o ano 2000, TANXARINA TÍTERES é a responsable da dirección artística e técnica do FESTIVAL INTERNACIONAL DE TÍTERES DE REDONDELA. Dende a súa duodécima edición é colaborador habitual do festival, un espectáculo de títeres de gran calidade e recoñecemento cultural que se desenvolve no mes de maio.
Actualmente a Compañía está formada por Eduardo Rodríguez Cunha “Tatán” - Fundador; Miguel Borines Fernández- Fundador e Andrés Giraldez Rio.
O Centro Dramático Galego é unha unidade de produción dentro da AGADIC. Mais tamén é unha unidade de creación, con vida propia, un lugar onde xerar ideas, difundilas. E como tal débese desenvolver e expandir. O CDG debe de ser un referente e un apoio para a creación dramática galega.
E iso é o que queremos transmitir á sociedade galega, o compromiso coa realidade en que vivimos, co que está a suceder. No CDG falamos do que pasa hoxe, aquí e no mundo, do que nos preocupa. Ninguén mellor ca nós mesmos para contármolo. É momento para crer no que facemos, traballando dende a nosa realidade, apoiando os nosos creadores, vencellando profesionais doutras disciplinas artísticas que poden achegar a súa madurez creativa aos nosos procesos, e non buscando o
éxito inmediato que nada vai deixar.
Palco: Caixa negra com mínimo 8x7m
Rider de luz: a indicar
A Companhia viaja com a sua própria Mesa de Luz
Rider de som:
PA adequado à sala e monição de palco
Tempo de montagem: 10 horas
Tempo de desmontagem: 1h30 minutos
A cargo da entidade contratante:
Cachet
Deslocação de equipa (7 pessoas) + Cenário
Alimentação e estadia para dias de montagem e espetáculo.
ESTE ESPETÁCULO POSSUI GUIÃO PARA AUDIODESCRIÇÃO
Caso tenha interesse contacte-nos para saber as condições e como agendar o espetáculo com este recurso.
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