Disponível para Digressão
Ficha Técnica:
Produção: Companhia Certa
Texto inédito: Valter Hugo Mãe
Piano: Raúl da Costa (Interpretação e seleção musical)
Encenação: Eduardo Faria
Com: Eduardo Faria, Joana Luna, Joana Soares e Raúl da Costa
Desenho de Luz: Eduardo Faria e José Raposo
Cenário e Figurinos: Companhia Certa
Técnico de Som: Tiago Costa
Costureira: Adélia Agra
Caracterização: Ana Teresa Nogueira
Design e Motion Design: José Lima
Fotografia: Nelson d’Aires
Vídeo: JWorks
Apoio Logístico e Técnico: Cine-Teatro Garrett
Direção de Produção: Joana de Sousa
Direção Artística CC: Eduardo Faria
Apoios Institucionais:
República Portuguesa - Cultura, Desporto e Juventude | Direção Geral das Artes | Câmara Municipal da Póvoa de Varzim
Apoio Técnico e Logístico: Cine-Teatro Garrett
Outros Apoios: Rede de Teatros com Programação Acessível | Mecenas: BPI e Fundação La Caixa - Gestão da Acesso Cultura
"Partitura da guerra" é uma peça de teatro para um actor, duas actrizes e um pianista com texto inédito de Valter Hugo Mãe
Sasha, envelhecido e com saudades do filho, vive atormentado com o ruído que vem do exterior, fechado que está em casa, janelas trancadas a muito medo. Para ele, ouve-se um piano constante. Uma espécie de deriva musical que ele ama, com a qual ele sonha, mas que sente oprimi-lo por não se deter jamais.
A esposa e a cunhada, cuidando para que sobrevivam à guerra, distribuem as mínguas pelos dias e esperam que se dê o cessar-fogo. Suspirando sempre pelo filho que partiu para Portugal, Ekaterina pensa que a Ucrânia vai ter piedade deles e saberá defendê-los. Sasha, por outro lado, cada vez menos lúcido, julga que os pianistas ofendem o inimigo e que, algum dia, serão eles mesmos o som da guerra.
A partir de texto inédito esta é uma criação singular e profundamente emotiva, unindo o talento literário de Valter Hugo Mãe, a maestria musical de Raúl da Costa, e a sensível direção de Eduardo Faria.
Valter Hugo Mãe é um dos mais destacados autores portugueses da actualidade. A sua obra está traduzida em variadíssimas línguas, merecendo um prestigiado acolhimento em muitos países.
Autor dos romances: Deus na Escuridão, As Doenças do Brasil; Contra Mim (Grande Prémio Romance e Novela, Associação Portuguesa de Escritores); Homens imprudentemente poéticos; A desumanização; O filho de mil homens; a máquina de fazer espanhóis (Prémio Oceanos); o apocalipse dos trabalhadores; o remorso de baltazar Serapião (Prémio Literário José Saramago) e o nosso reino.
Escreveu alguns livros para todas as idades, entre os quais: Contos de cães e maus lobos, O paraíso são os outros, As Mais Belas Coisas do Mundo e Serei Sempre o Teu Abrigo.
A sua poesia está reunida no volume publicação da mortalidade.
Assina as crónicas "Autobiografia Imaginária", no Jornal de Letras, e "Cidadania Impura", na Notícias Magazine.
Com excepção da poesia, que tem chancela Assírio & Alvim, toda a sua obra é disponível pela Porto Editora.
Raúl da Costa, pianista premiado em diversos concursos nacionais e internacionais, é
desde muito novo é presença recorrente nas salas mais emblemáticas do país, salientando-se, ainda, o sucesso obtido em diversos festivais internacionais de música, destacando-se salas como Konzerthaus Berlin, Palau de La Musica Catalana, Liszt Academy Budapest, Lockenhaus Festival, Radio France, entre muitos outros palcos por toda a Europa, Estados Unidos da América e Ásia.
Nasceu na Póvoa de Varzim em 1993. Residiu na Alemanha por diversos anos, onde estudou com os famosos Professores Karl-Heinz Kämmerling e Prof. Bernd Goetzke, terminando posteriormente a sua pós-graduação com o Prof. Kirill Gerstein na Hochschule für Musik Hanns Eisler Berlin. Teve, também, oportunidade de trabalhar com Daniel Barenboim Dmitri Bashkirov, Ferenc Rados, Boris Berezovsky e Maria João Pires.
Foi bolseiro da Yamaha Musical Foundation of Europe, da Yehudi Menuhin Live Music Now, Foundation e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Apesar da sua jovem idade, fez a estreia absoluta de obras de compositores como Luiz Costa, Fernando Lopes-Graça, Eduardo Patriarca, Amílcar Vasques-Dias, Valentin Silvestrov, Francisco Coll, tendo também trabalhado com os compositores Thomas Adès e Brad Mehldau. Aos 12 anos de idade fez a sua estreia com orquestra na Casa da Música, e desde então tem colaborado com renomados maestros e orquestras por toda a Europa, Rússia e Médio Oriente.
As suas gravações ao vivo podem também ser encontradas em diversas rádios, como NDR, SWR e Deutschlandfunk na Alemanha, Radio France e Rádio Antena 2, assim como nas plataformas da Deutsche Grammophon.
Raúl da Costa assumiu, em 2018, o cargo de Diretor Artístico do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim.
Nasce no Porto, a 14 de Setembro de 1968.
Em 1996 faz Curso Intensivo de Iniciação Teatral com coordenação de Castro Guedes, com vertente de interpretação, dramaturgia, história do teatro e bases técnicas de iluminação cénica.
Conclui no ano de 2011 pós-graduação em Gestão Artística e Cultural no Instituto Politécnico de Viana do Castelo, tendo como área de investigação o Investimento Cultural e o seu impacto sócio-económico na Comunidade.
Fez em 2021 formação na área de Gestão e Produção Cultural e Artística com Vítor Martelo, e, no âmbito do projeto Coriolis, com Francisco Cipriano, Inês Câmara, Mafalda Sebastião, Maria Vlachou, Vânia Rodrigues, Vera Borges, entre outros.
É um dos fundadores da Varazim Teatro, em 1997, e é desde essa data o seu Diretor Artístico assumindo a função de programador da Temporada Teatral na Póvoa de Varzim e do É-Aqui-in-Ócio Festival Internacional de Teatro.
Colaborou com o Teatro do Noroeste, Teatro Art’Imagem, Casino da Póvoa e Bottega degli Apocrifi (Itália).
Como ator trabalhou com encenadores como Castro Guedes, Manuel Guede Oliva, Guillermo Hueras, José Leitão, William Gavião, Anabela Garcia, José Gonçalinho, Júlio César, José Martins, Cláudia Negrão, Cossimo Severo, Alexander Vorontsov, José Caldas e Gonçalo Guerreiro. Fez formação com Vera Mantero, José Carlos Garcia, Miguel Seabra, Carlos Martinez entre outros.
Tem desenvolvido trabalhos comunitários, quer com adultos, quer com crianças, no âmbito da formação e criação de espetáculos.
É responsável pela encenação dos espetáculos da Varazim Teatro e desde 2018 da sua Companhia Certa. Destaca-se no seu trabalho enquanto encenador a pesquisa de novas formas de relação entre o público e a abordagem de grandes problemáticas sociais.
Em cinema participa no filme “Videovigilância”, de Carlos Soto e Nuno Machado, pela Academia RTP e na curta-metragem “Orfeu no Fim do Mundo”, de Michelle Silva (UBI). Interpreta o personagem Augusto para a longa-metragem “1618” de Luís Ismael. Participa na curta-metragem "Quelle Soif!" de Francisco João, interpretando "Romeno".
Nesta peça, Eduardo Faria dá vida a Sasha, um homem profundamente marcado pela guerra, pela saudade e pelo isolamento em que vive. Joana Soares e Joana Luna interpretam a sua esposa e a cunhada. Uma experiência artística despojada e visceral, abordando de maneira delicada e intimista o tema da guerra, e das suas marcas indeléveis no ser humano, o tema da demência e da perda de si.
Valter Hugo Mãe, é um dos escritores contemporâneos mais aclamados em Portugal, conhecido pela sua prosa poética e a sua habilidade em explorar a profundidade das emoções humanas, oferece aqui um texto que é também um subtexto. Escrito especialmente para esta produção, a sua obra sussurra o que se diz e o que se sente, confrontando as personagens e o público com as marcas irreversíveis de um trauma como o da guerra. A sensibilidade e a profundidade que Valter Hugo Mãe traz ao texto prometem envolver o público numa reflexão profunda sobre a fragilidade da vida.
A performance será enriquecida pela presença do reputado pianista Raúl da Costa, cujo talento é amplamente reconhecido tanto em Portugal quanto no estrangeiro. A música ao vivo, não será apenas um acompanhamento, mas um diálogo íntimo e emocional com o texto e as atuações. O piano, com as suas nuances e profundidade, será uma voz adicional que ecoa a dor e a esperança, pontuando os momentos mais delicados e intensos da peça.
Eduardo Faria, conhecido pelas suas encenações inovadoras e a sua habilidade em trazer à tona as camadas mais profundas das narrativas, dirige esta produção com uma visão despojada e focada na essência das emoções trazendo uma sensibilidade especial a esta peça, assegurando que no trabalho de ator, cada gesto e cada palavra ressoem com autenticidade e intensidade. As atrizes Joana Soares e Joana Luna (do elenco fixo da CC) completam o elenco, explorando a complexidade da relação entre as duas mulheres e a profundidade da dor que partilham.
Uma colaboração única entre talentos de diferentes áreas artísticas, cada um trazendo a sua visão e sensibilidade para construir uma obra despojada e profundamente tocante, uma experiência teatral íntima e poderosa.
Palco: Caixa negra com mínimo 10x8m
Rider de luz: Solicitar
A Companhia viaja com a sua própria Mesa de Luz
Rider de som:
Piano de Cauda
3 Micros head set
PA e monição adaptado à sala
Tempo de montagem e desmontagem a indicar
A cargo da entidade contratante:
Cachet
Deslocação de equipa (5 pessoas) + Cenário
Alimentação e estadia para dias de montagem e espetáculo.