Vulcanismo
A atividade vulcânica é uma das principais evidências da intensa dinâmica interna do planeta Terra. É um importante agente modificador da paisagem e pode ter efeitos devastadores. No entanto, o ser humano consegue obter alguns benefícios da atividade vulcânica e, devido ao avanço científico e tecnológico, já é também capaz de prevenir alguns dos seus efeitos negativos.
Representação da estrutura de um cone vulcânico (imagem retirada de: Reis, J.; Guimarães, A.; Saraiva, Ana Bela, Odisseia 10 – Geologia, Porto Editora (página 91))
Quando ocorre o esvaziamento repentino da totalidade ou de parte da câmara magmática, pode ocorrer um abatimento da parte superior do aparelho vulcânico, devido à falta de suporte para as camadas superiores, e formar-se uma caldeira. Quando a caldeira é preenchida por água das chuvas ou do degelo, origina uma lagoa.
Quando um vulcão entra em erupção, são produzidos e libertados materiais sólidos, em fusão e gasosos.
Materiais gasosos – os materiais mais frequentes são o vapor de água, o amoníaco, o monóxido de carbono, o dióxido de carbono e o sulfureto de hidrogénio.
Materiais líquidos – os materiais em fusão correspondem à lava, material libertado e que resulta do magma que, na sua ascensão, foi alterando a sua composição por perda de gases e separação de alguns componentes que solidificaram. O magma é originário de material rochoso do manto ou da crosta que fundiu total ou parcialmente. Devido às altas temperaturas a que se encontra, o magma é menos denso, pelo que ascende e acumula-se em zonas onde fica armazenado – câmara magmática. Quando a pressão aumenta significativamente na câmara, o magma sai e pode atingir a superfície. As rochas que envolvem a câmara magmática – rochas encaixantes – sofrem metamorfismo devido às altas temperaturas a que o magma se encontra.
Materiais sólidos – os materiais sólidos, designados por piroclastos, resultam da fragmentação e da solidificação do magma e podem ter diferentes dimensões.
Piroclastos de diferentes dimensões (imagem retirada de Dias, A.; Guimarães, P.; Rocha, P.; GeoFoco 10, Areal Editores
Entre os dois tipos de lavas, existem variados graus de fluidez/ viscosidade que dependem das variações das diferentes características da lava, como o teor de sílica ser mais próximo de 52% ou de 65%, o que determina lavas nem básica nem ácidas – lavas intermédias. Por este facto, existem entre os dois tipos de erupção (efusiva e explosiva), diferentes graus intermédios – erupção do tipo misto.
Consoante o tipo de lava, mais fluída ou mais viscosa, quando esta solidifica adquire formas típicas:
Lava encordoada ou pahoehoe – se a lava for muito fluída e, por isso, fluir com grande facilidade, solidifica, sendo a forma exterior lisa ou ligeiramente ondulada, lembrando cordas, uma vez que arrefece mais rapidamente na zona superficial do manto lávico, continuando a correr por baixo, o que provoca o enrugamento da superfície.
Lava escoriácea ou do tipo aa – se a lava for menos fluída, flui menos facilmente e, ao solidificar, origina lava de superfície muito irregular e rugosa, devido à perda rápida de gases.
A – Lavas escoriáceas; B – Lavas encordoadas (imagem retirada de: Reis, J.; Guimarães, A.; Saraiva, Ana Bela, Odisseia 10 – Geologia, Porto Editora (página 96)).
Lavas em almofada ou pillow lava – se a lava for fluída e arrefecer dentro de água, solidificando por isso muito rapidamente, origina estruturas com uma forma arredondada, sugerindo a forma de uma almofada.
Se a lava for muito viscosa, tem muita dificuldade em fluir, pelo que no final da atividade pode consolidar na chaminé ou no seu topo, obstruindo a cratera, e formando, respetivamente, agulhas vulcânicas, de forma pontiaguda, ou domo ou cúpulas, de forma arredondada.