PALESTRA REALIZADA EM SALA VIRTUAL PARA A CONFRARIA APLIONS

ASSUNTO: OS LEÕES E O MEIO-AMBIENTE

PALESTRANTE: CL SENISI ROCHA

E-mail: rochasenisi@gmail.com

CEL: (33) 9.8419.2828

RELATÓRIO

Em data de 15 de fevereiro de 2022, às 20 horas, em sala virtual, o CL SENISI ROCHA,

representante do DIstrito LC-12, a convite do Presidente da Confraria APLIONS, PDG

Francisco Maurício Gomes da Silva, procedeu a uma palestra sobre o tema OS LEÕES E

O MEIO-AMBIENTE para os membros da Confraria APLIONS.

Tendo sido realizada em Reunião de Lions, cumpridas todas as exigências protocolares,

o Presidente Francisco Maurício, antes de dar a palavra ao palestrante, designou a

minha pessoa, Confreira CaL Eunice Rodrigues de Mello Junqueira, como Relatora da

Palestra.

Inicialmente fez a leitura do currículo do palestrante que, posteriormente, utilizando

recursos visuais, discorreu sobre o tema em questão, em certos momentos, solicitando

a participação dos presentes.

1. CURRÍCULO

“CL Senisi Rocha, graduado em jornalismo e administração de empresas.

Pós-graduado em administração de recursos humanos.

Fundador do Lions Clube Manhuaçu Flor de Manacá, em 1997, onde exerceu vários cargos,

entre eles o de presidente, no AL 2001/2002, quando o clube teve o melhor desempenho da

história, recebendo várias premiações, sendo o destaque do Distrito.

Hoje, é um dos fundadores, membro e Leão Orientador do LC Ecológico PDG CARLOS Eugênio

Thibau.

Assessor para Ecologia do Distrito LC 12, desde 2017.

Membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, desde 2014, onde foi membro da

diretoria executiva, atualmente, é relator da Câmara Técnica de Comunicação e Informação,

é coordenador da Câmara Técnica de Integração e é coordenador do Grupo de Trabalho

responsável pela condução da revisão do Plano de Bacia.

Membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piranga, desde 2019, onde é membro da

CTPP.

Um dos fundadores do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Manhuaçu, em 2005, na Diretoria

Executiva foi Secretário, Vice-Presidente, Presidente e atualmente, Secretário Executivo.”

2. DADOS DA PALESTRA “OS LEÕES E O MEIO-AMBIENTE”

NOTA: O palestrante, CL Senisi Rocha, ao discorrer sobre o tema proposto, escolheu

falar sobre a campanha “ADOTE UM RIO” e durante a palestra fez uso de cartazes,

ilustrações, imagens, com informações e dados, algumas vezes, inquirindo a plateia

sobre questões relativas ao assunto, solicitando-lhes respostas. O conteúdo da

palestra está gravado em vídeo e sintetizamos, nesta transcrição, a sequência da

exposição, sem incluir comentários nossos e, ao final, registramos as conclusões

próprias do palestrante.

Iniciou citando a Campanha “ADOTE UM RIO”, uma campanha dos Lions Clubes do

Brasil, sob a justificativa de que esta OPORTUNIDADE se apresenta, pela razão de ser “a

água um dos bens mais fundamentais e por ela queremos unir o Brasil”.

Essa campanha que está unindo o Brasil e os Lions Clubes, na Área 3, é grandiosa pela

oportunidade de lutar por essa causa global – a água. Há mais de 25 anos, o palestrante

acredita nessa causa e embora não possua formação acadêmica tem se envolvido em

grupos de trabalho, agregando crianças e adolescentes para a formação de um mundo

melhor. Está, assim, há muito tempo na militância ecológica, agrupando informações,

lembrando o GPN (Grupo de Protetores da Natureza) onde atuou com muito êxito.

A água é um bem fundamental. Temos o hábito de nos preocupar só quando faltam os

recursos naturais. Acredita-se que recursos sejam infinitos. Abre-se uma torneira e a

água sai com abundância. Temos que evitar que faltem esses recursos. Quando a água

acaba, aí bate uma angústia pela sua falta.

Citando uma expressão do Presidente/APLIONS, PDG Francisco Maurício, de que

devemos ser uma gotinha para contribuir com a melhoria do nosso ambiente, lembrou,

a propósito da falta de água, a parábola do Beija-Flor que no incêndio da floresta

guardava uma gotinha de água, tentando apagar o incêndio e foi, por isso, abordado

pelo Leão, questionando-o sobre o que fazer com uma gotinha tão insignificante a que

respondeu: “Estou fazendo a minha parte”. Aqui, lembra o palestrante a necessidade da

contribuição de cada um na preservação da água, um inestimável bem para a

humanidade. Daí o papel que ele, palestrante, desempenhará representando o Lions

Clube nessa questão - Apenas um companheiro demonstrando o que é possível fazer

perante as oportunidades à nossa volta.

A água é tão importante que representa 70% da composição de nosso corpo, conforme

a idade. Assim, também o globo terrestre na sua superfície comporta 70% de água. Para

o planeta caberia melhor ser chamado de planeta-água. O planeta comporta, apenas 3%

de água doce, sendo 97% de água salgada, não propícia ao consumo. Desses 3% de água

doce mundial, nem tudo está disponível, grande parte está nas geleiras, nas grandes

profundidades, não accessível como em córregos, riachos e cachoeiras. No território

brasileiro, 12% de água doce estão accessíveis na região amazônica, a maior quantidade

de água doce no planeta. A água é tão importante em nosso organismo que podemos

fazer até 30 dias de greve de fome, sem alimentos sólidos, enquanto a falta de água por

mais de 3 ou 4 dias já compromete nossos órgãos.

No planeta, cerca de 1,5 milhões de crianças morrem de diarreia a cada ano, segundo

dados da UNICEF de 2015 e 90% dessas mortes estão ligadas à água contaminada, à falta

de saneamento e hábitos de higiene. No Brasil, 20% da população não têm água

encanada, esgoto, canalização, o que caracteriza uma situação indigna de vida e de

saneamento.

A água é tão importante, tão relevante em nosso meio que é considerada um negócio.

O maior produto de consumo da Nestlé, no mundo, é a água que costuma ser mais cara

em alguns países do que o petróleo. Ela é um bem tão estratégico que a tubulação

necessita ser concretada em alguns lugares para não ser roubada, existindo conflitos e

necessidade de vigilância para evitar roubos, dada a escassez tão grande. Futuramente,

poderemos ter até guerras pela disputa de água no planeta.

Como se trata esse bem tão precioso? Exibindo imagens, o palestrante expõe

derramamentos de líquidos contaminados, extração de verdadeiras lixeiras na limpeza

de cursos de rios, montanhas tratadas de forma degradante, esgotos lançados sem

tratamento no rio, a lama no Rio doce com destruição provocada pela Samarco, pela

Vale, o maior crime ambiental do planeta, ocupações irregulares de áreas, edificações

no leito dos rios, destruição incorreta de resíduos...

Passou, então, o palestrante, a falar de seu trabalho em relação ao meio-ambiente,

representando o Lions do Brasil na gestão de recursos hídricos. Para muitos, esse termo

não é comum, para ele é do dia -a- dia.

Em 1997 instituiu-se a Lei das Águas que criou uma política nacional de recursos hídricos,

por meio de legislações, estabelecendo sistemas de recursos hídricos. A ANA (Agência

Nacional de Águas) que cuida dos rios, domínio da União. Trata-se da Lei 9433/97. Em

Minas Gerais, seu Estado, criou-se o Instituto Mineiro de Gestão das Águas,

estabelecendo-se em cada Estado órgãos que cuidam dos rios no âmbito estadual.

Estabeleceu-se ainda o Comitê de Bacias, denominado Parlamento das Águas (ICAM).

Em sua trajetória, desempenhou cargos e funções em diferentes órgãos, citando o

Comitê de Bacias CBH Doce (Federal) e CBH Manhuaçu *(Estadual), e CBH Piranga

(Estadual), em Minas Gerais.

*(que quer dizer Rio Grande, na linguagem dos índios).

Citou ainda a existência do Comitê de Integração, que integra 12 Comitês, em que se

exercem várias funções dos quais participou em vários cargos, a saber: CTCI/2015 –

Relator; 2º Secretário 2016/2017; Presidente da CTI e Coordenador do GT do Piranga.

Esse sistema existe para representar uma gestão compartilhada, para unir ações pela

água, harmonizando interesses, esportes, natação, pesca profissional ou amadora,

irrigação, tratamento, indústria, e por isso, os Comitês são chamados parlamentos,

dirimindo os conflitos. O poder público estadual e municipal e usuários estão neles

representados e a Sociedade Civil - com 13 membros cada um. Seus objetivos são os de

melhorar a qualidade e quantidade de água, com decisões, estratégias, participação em

eventos, compartilhamento de experiências, trabalho em parceria, envolvimento de

vários setores da sociedade, investimentos para uso racional da água, economia de

energia elétrica, expedições para conhecimento dos rios, com mobilização e

sensibilizações, visando a recuperação e revitalização de rios.

Citou sua participação em caravanas durante o episódio da lama no Rio Doce, junto à

Fundação RENOVA que cuida de estratégias adequadas à recuperação e revitalização de

rios e tem o compromisso de, em 20 anos, utilizar 20 bilhões de reais para recuperar o

Rio Doce.

Fez menção às Estatísticas de consumo de água no Brasil, com os seguintes resultados:

Agricultura mais de 72%; Consumo animal 11%; Consumo urbano 9%; Indústria 7%.

Categoricamente, afirmou que, enfim, tudo depende da água, no processo produtivo:

• Um bife de hamburguer – 2.300 litros de água;

• Um quilo de chocolate – 24.000 litros de água;

• Uma calça Jeans ou outra – Mais de 10.000 litros de água no processo industrial;

• Folha de papel – 13 litros de água. (Calcule um livro quanto consome e o mundo

todo utilizando papel);

• Uma camisa – 2.500 litros de água.

NOTA: Aqui, em um momento de descontração exibiu a camisa de seu Clube, Vasco

da Gama, desobrigando a plateia de apreciá-lo como ele!

Falando do Ciclo Hidrológico e Alternativas para Aumento da Infiltração da Água, fez

uma pergunta aos assistentes, citando o PDG Francisco Maurício, Presidente/APLIONS:

Considerando-se 2020 anos de existência, 2020 para a frente, 2020 para trás, que

percentual de água se reduziu? À resposta aproximada de 30% do PDG Maurício,

imediatamente o PDG Belda citou o princípio (de Antoine Laurent Lavoisier *), “Na

natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”, como resposta.

*Grifo nosso

O palestrante confirmou a assertiva do PDG Belda, dizendo que a água é a mesma desde

2000 anos atrás. Nada de água se perdeu. Mas, mudou de lugar, de composição (deixou

de ser potável, tornou-se contaminada, imprópria para consumo em alguns lugares,

portanto indisponível). A disponibilidade em qualidade está comprometida, embora não

se tenha perdido uma gota.

Essa ação antrópica é causada pelo ser humano que deixou a terra nua, haja vista a Mata

Atlântica que, em 100 anos, foi extinta em 95% na região litorânea do país,

comprometendo o ecossistema e todo o ciclo hidrológico, com nascentes que secam.

Pergunta-se: Como será nos próximos 100 anos?

Pelo ciclo hidrológico a água vai transpirando do nosso corpo, do leito do rio, da terra,

vai subindo, forma nuvens cada vez mais densas e é devolvida para o solo pelas

enxurradas, nestas andando um metro por segundo.

Aí, lançou uma nova questão: Se a água em cima do solo anda um metro por segundo,

dentro do solo, infiltrada, quanto anda? Ninguém se arriscou a responder, mas o

palestrante completou, dizendo que a enxurrada leva tudo que encontra em seu

caminho, detritos, plásticos, madeiras, sedimentos, terra, agrotóxicos, para o leito do

rio e dentro do solo, infiltrada anda 20 centímetros, (um palmo) por dia, ou seja, leva

uma temporada para chegar à nascente. O caminho ideal para a água é dentro do chão

e quando ela deixa o solo caminha para o oceano. Não se pode permitir que se

prejudique a agropecuária, a cafeicultura, a agricultura...

Por isso temos que mudar o aspecto desse ambiente alterado ao longo dos anos. O

processo em cima do solo é muito rápido. O caminho ideal é dentro do chão. Na região

de habitação do palestrante, segundo a Universidade de Viçosa, 16% de água está

conseguindo se infiltrar e 84% vão embora. Daí a necessidade de uma gestão da água

mais consciente, uma Agroecologia, sem comprometer a agropecuária, cafeicultura,

agricultura, o que sustenta. Será preciso criar um sistema tipo esponja, onde a infiltração

da água possa ocorrer sem degradação. Seria um sistema de recomposição dos topos,

construção de cacimbas nas estradas, valas em cordões de nível, barragens. Aumentase, assim, de 16 para 60% de infiltração.

As enchentes provocam muitos prejuízos à fauna, à flora, aos assoreamentos e cidades

abaixo da água causam outros inúmeros prejuízos, porque as águas deveriam ficar no

solo, dentro da montanha.

Os produtores e o Governo devem fazer, portanto, a sua parte para ajudar no processo

de infiltração da água e igualmente, nós, os consumidores de água, evitando banhos

prolongados, torneiras escancaradas, escoamento de água desnecessário na escovação

de dentes, uso de mangueiras como vassouras, procurando desligar torneiras ao fazer a

barba ou uso de saquinhos de lixo no carro para evitar contaminações.

Apresentou, então, uma extensa lista de medidas de tempo para decomposição de

materiais, tais como:

. Papel: 3 a 6 meses . Copinho plástico: Quase 100 anos

. Caixa de papelão: No mínimo 6 meses . Garrafa de plástico: Mais de 100 anos

. Embalagem de Leite: Uns 6 meses . Latinha de Cerveja: Além de 600 anos

. Filtro de cigarro: 5 anos . Fralda descartável: Cerca de 450 anos

. Chicletes: 5 anos . Vidro: Cerca de 1.000.000 de anos

. Madeira pintada: 13 anos . Pneu: Ninguém sabe ao certo

. Bola de Isopor: Por volta de 80 anos

Em 2018, o palestrante contou aos presentes que ganhou um patrocínio da UNESCO, um

privilégio entre 200 pessoas do mundo, para trabalhar em Brasília e participar do maior Fórum

do planeta, o FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA, em Brasília, tendo como resultado um subsídio para

mais de 20 anos, com verbas para serem utilizadas pelo Comitê do Rio Doce. O Presidente

Nélson Reis, hoje associado do Lions, na época, fez uma provocação: Por que não envolver maior

número de Leões na gestão hídrica? Então foi criada a Campanha “ADOTE UM RIO”, sendo

Nélson Reis um de seus idealizadores. Assim se estabeleceu a campanha, com adesão dos

Distritos Múltiplos LA, LB, LC e LD, posteriormente também os LEOS, unindo GESTÃO DE

RECURSOS HÍDRICOS + LEÕES DO BRASIL , mobilizados e apoiados por Presidentes dos referidos

Distritos Múltiplos, com perspectivas de muito trabalho em 2022. O Comitê do Rio Doce tem

disponibilizada para o serviço uma verba de R$100.000.000,00, para serem usados no Rio.

A Campanha “ADOTE UM RIO” já conta com um esquema de estratégias, sugerindo:

1ª Etapa - Identificação de um rio, por meio de uma DIAGNOSE, numa 2ª Etapa com promoção

de reuniões para discutir ações práticas junto ao rio, qualquer atividade sobre a água ou até

participar de um Comitê de Bacias, com:

• Campanhas educativas presenciais ou virtuais:

• Participação direta e/ou indireta junto às Instituições;

• Ingresso de Lions Clubes nestas Instituições;

• Ações de educação ambiental;

• Plantio de Árvores;

• Cuidado com as nascentes de rios;

• Limpeza do rio, etc.

Ainda, aproveitando uma iniciativa do Distrito L-12 que vem realizando há 5 anos, a proposta

de uma ação pontual para todos os Lions Clubes do Brasil, o CONCURSO DE REDAÇÃO: “MEU

RIO”. Quem sabe todos os Clubes o possam disseminar e fazer realizar em Escolas próximas

desejou o palestrante.

Quanto ao acompanhamento das ações, os Leões contarão com o suporte dos Assessores para

Ecologia do seu Distrito, do Clube, estes contando com o total apoio do Assessor do seu Distrito

Múltiplo, dos idealizadores e de um Comitê Gestor.

Em suas conclusões, o palestrante lançou um outro desafio: O QUE VAMOS DEIXAR PARA

NOSSOS FILHOS? Valendo-se de imagens otimistas, de cenas e fotos de ambientes saudáveis,

com envolvimento de pessoas, de pessoas de sua da família, propôs a perspectiva de um mundo

melhor, modificado, preservado para o futuro, deixando, com suas despedidas, uma frase

inspiradora de boas reflexões em torno do assunto, que, abaixo, fecha o texto referente à

palestra.

Deixou anotados seus dados de contato, nome, e-mail e telefone celular, agradecendo ao

Presidente PDG Francisco Maurício pela oportunidade e recebendo apoio, palavras elogiosas e

aplausos dos presentes.

“OBRIGADO!”

“SOMENTE QUEM CARREGA SUA PRÓPRIA ÁGUA SABE O VALOR

DE CADA GOTA DERRAMADA NO CHÃO”

NOTA: Transcrevemos, no início deste Relatório, os dados de identificação que o palestrante

apresentou ao final de sua exposição, por julgar que ali colocados serão de melhor forma

relacionados aos dados de seu currículo, na leitura deste Relatório.

É o RELATÓRIO solicitado a mim que assino e apresento ao Presidente/APLIONS PDG Francisco

Maurício Gomes da Silva, para o que couber.

São Paulo, 25 de março de 2022

Confreira CaL Eunice Rodrigues de Mello Junqueira

LC SP Santana – Distrito LC-2.