O seu nome original é Raqs Sharqui (dança do oriente); Napoleão divulgou-a no ocidente e chamou-lhe “dance du ventre” – uma dança exótica, que chocou uma Europa cheia de tabus em época vitoriana.
Por ser uma arte visual, existem poucos registos históricos. Temos algumas informações vindas do Egito e da Grécia. Supõem-se várias origens: cigana, persa, egípcia, turca, índia... a teoria mais aceite, diz que é uma dança associada a rituais sagrados e religiosos, ligada à fertilidade e à maternidade, família.
A dança pode ser vista como oração, uma oferta aos deuses, a celebração da vida. Está configurada para enaltecer o corpo e os movimentos femininos. Dança-se descalça, para garantir e melhorar a ligação à energia segura e criadora da terra. Enquanto um ritual, entrou em desuso. Mas é sempre uma celebração e hoje difunde-se de outras formas.
A dança faz parte da educação da mulher árabe, que dança em casa, em festas de família e entre mulheres, no dia a dia. O povo árabe é geralmente feliz e gosta de celebrações.
Hoje tem influências do ballet e de outras formas de dança. Embora livre e aberta a influencias, é uma arte milenar, com enorme peso cultural. É urgente evitar a vulgarização e sexualização de quem a pratica, e isso depende em 1.º lugar, da bailarina, da sua postura em público. Estamos perante uma herança cultural, que passa entre gerações familiares. A DO tem de ser respeitada tal como qualquer flamenco, ou tango, ou valsa … também é preciso educar o público e banir estereótipos de filmes e contos de 1001 noites.
Como terapia - um momento da mulher para si mesma, para auto cura, para melhorar a auto estima, para celebrar o seu feminino.
Como entretenimento - em festas, bares e restaurantes, apresentações e espetáculos temáticos, animação de eventos e outros momentos festivos.
Em competição - num modelo mais técnico e rigoroso, exige uma formação mais dedicada e conhecimentos que vão além da dança, seja musica, ritmos, instrumentos, presença cénica, etc...
Dança do ventre? É um termo limitador face a tudo o que fazemos e está associado a inúmeros preconceitos que em nada favorecem a arte.
Bellydance? É o termo mais internacional e facilmente identifica a arte que praticamos. No entanto, é apenas uma tradução para dança do ventre e por isso levanta as mesmas questões do termo anterior.
Dança Oriental? É neste momento a expressão que consideramos mais correta e mais ampla, na medida em que a arte praticada é inspirada nos países do oriente médio e inclui as várias expressões de dança, da mais técnica á mais folclórica.
Dança Oriental Árabe? Este será o nome mais completo, já que quando lhe chamamos apenas Dança Oriental, muitas pessoas pensam em países asiáticos e não no oriente médio.
Raqs Sharqui \ Sharki? É o nome original desta arte. Traduz-se para “dança do oriente”. O publico ocidental no geral não conhece os termos árabes, podendo esta nomenclatura gerar alguma confusão e duvidas sobre a arte que realmente estamos a praticar.
(incompleto)