Painéis

A Sessão de Painéis ocorrerá de forma assíncrona e ficará disponível durante todo o evento. Abaixo estão os trabalhos apresentados, que podem ser vistos e comentados pelo YouTube.

Educação

Título: A literatura em uma sequência expandida no ensino de espanhol/LE

Integrantes: SILVA, Gabriel Alfredo Ramos. (UNESP/FCL Assis); FUJIKAWA, Guilherme Tardelli. (UNESP/FCL ASSIS)

Resumo: O presente trabalho está vinculado ao Projeto de Iniciação Científica (IC), realizado no âmbito do Projeto de Extensão Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores (CLDP) da Faculdade de Ciências e Letras de Assis (UNESP). A pesquisa-ação consolidou-se por meio dos estudos qualitativos, de caráter interpretativista, baseada nos pressupostos teóricos de Lüdke & André. A partir de leituras teóricas e reflexão sobre a abordagem literária no ensino de espanhol como língua estrangeira/LE (doravante ELE), seus aspectos ligados à prática docente e às metodologias de ensino de língua, foi elaborada uma sequência expandida (COSSON, 2014). A aplicação do projeto se realizou durante o primeiro semestre do ano de 2021 e objetivou um contato significativo de uma turma de língua espanhola de nível básico com o texto literário a partir de uma seleção de microrrelatos da obra “El Libro de los Abrazos”(GALEANO, 1989), e de canções latinoamericanas do período pós-ditatorial. Tais recursos combinados com ferramentas digitais nas aulas síncronas proporcionaram debates e gamificação de atividades, enquanto produções de diários de leitura foram propostas como tarefas assíncronas, que conjuntas culminaram na prática do diálogo na língua-alvo e a ampliação do pensamento crítico do estudante de ELE acerca das identidades sul-americanas. Desse modo, foi possível para os alunos-pesquisadores analisar as impressões de leitura dos alunos com base nos postulados do diário de leitura (MACHADO, Anna Rachel), bem como sistematizar uma análise qualitativa dos resultados coletados em função da prática docente em ambiente virtual, pontuando-se seus desafios e resultados provenientes destas estratégias escolhidas para a produção escrita e expressão oral.

Link: https://youtu.be/Un5NADXWAgE

Painel digital

Título: Síndrome de burnout em professores da rede pública do Distrito Federal

Integrantes: SANTOS, Diego Ferreira dos. (IFB); COSTA MAGALHÃES, Gabriella Alves da. (IFB); Silvia Marcela de OLIVEIRA (IFB).

Resumo: A definição de síndrome de Burnout proposta por Maslach e Jackson de caráter psicossocial consiste em uma reação à tensão emocional crônica, sendo o Burnout uma reação por lidar demasiadamente com pessoas. Sendo esta constituída de três dimensões: exaustão emocional (EE), despersonalização (DP) e a diminuição da realização profissional (RP) (CARLOTTO; PALAZZO, 2006). A exaustão emocional pode ocorrer através do contato diário com problemas no trabalho levando a situações em que os docentes sentem que não podem dar mais de si mesmos em nível afetivo. A respeito da despersonalização, se dá pelo distanciamento dos outros e de si mesmo. Por último, a baixa realização pessoal no trabalho, com a qual é caracterizada pela auto avaliação negativa sobre seu desenvolvimento profissional e pessoal. Dessa forma, o artigo teve como objetivos: identificar os níveis de Burnout em docentes da rede pública do Distrito Federal; analisar as consequências que afetam o desempenho no que diz respeito à relação professor-aluno; buscar as características sociais demográficas dos entrevistados e do ambiente laboral. Para coleta de dados, foi aplicado o questionário elaborado e adaptado por Chafic Jbeili, inspirado no Inventário de Burnout de Maslach – IBM. A pesquisa utilizou-se da abordagem quali-quantitativa, pois uma das questões contidas no questionário foi de cunho qualitativo. Além disso, optamos pelo método exploratório que vai de encontro à realidade que buscamos, sendo assim, participaram desta pesquisa 36 professores da rede pública de ensino fundamental e médio do Distrito Federal. Portanto, pode-se considerar, diante dos resultados, que o ambiente de trabalho com um conjunto de fatores nocivos, pode desencadear a síndrome de Burnout e possuir forte interferência no indivíduo docente e suas relações interpessoais.

Link: https://youtu.be/19l4Cvz2PZ0

Painel digital

Linguística

Título: A ordenação do objeto lexical no espanhol peninsular falado: um estudo discursivo-funcional

Integrante: SANTOS, Laura Viana dos. (UNESP/IBILCE)

Resumo: Esta pesquisa faz parte de um projeto maior cujo objetivo é investigar, sob perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional (HENGELVED; MACKENZIE, 2008), a ordenação de constituintes no espanhol peninsular falado. Este projeto volta-se especificamente aos Objetos lexicais, a fim de investigar quais posições os diferentes tipos de Objetos (direto ou indireto) podem ocupar. Na perspectiva Discursivo-Funcional a ordenação de constituintes é funcionalmente motivada, ou seja, é resultado do processo de codificação, no Nível Morfossintático, das informações advindas dos níveis mais altos, o Interpessoal e o Representacional. Sendo assim, a hipótese desta investigação é a de que quando o Objeto ocorre em posições não canônicas, engendra algum tipo de função pragmática ou retórica, o que nos permite afirmar que a colocação dos constituintes na oração não é aleatória, mas reflexo da intenção comunicativa do falante na interação. Para alcançar nossos objetivos, levamos em consideração quatro posições da Oração propostas por Hengeveld e Mackenzie (2008): P I (posição inicial), P 2 (que segue a inicial), P M (posição medial), e P F (posição final) e as duas da Expressão Linguística (P pre e P pós ). Os dados mostram que o molde de conteúdo influencia muito na ordenação de constituintes. Em construções téticas, o objeto engendra a função pragmática Foco e ocupa, no Português Brasileiro, a posição P F . Nas construções categoriais, por sua vez, a função pragmática pode ser Tópico ou Foco; observamos que, no Espanhol, quando o objeto traz informação Focal, tende a ir para posição P F , e quando é Tópico ocupa a expansão P M+1 da P M . Por fim, nas apresentativas, o objeto possui função de Tópico e Foco concomitantemente, nestes casos, no Espanhol, ele pode ocupar as posições P M+1 ou P F . Como universo de pesquisa utilizamos o PRESEEA - Proyecto para el Estudio Sociolingüístico del Español de España y de América (http://preseea.linguas.net).

Link: https://youtu.be/pX-T6RFTwtg

Painel digital

Título: "Faz de conta que sou o primeiro": discursos e memória sobre a virgindade feminina

Integrante: AMORIM, Aline Oliveira. (USP)

Resumo: O presente trabalho fundamenta-se nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de orientação francesa de Michel Pêcheux (1975; 1983), bem como em obras relevantes ao percurso teórico das teorias feministas (BEAUVOIR, 1949; FRIEDAN, 1963; MILLET, 1970) das décadas de 1940 a 1970. Com base nesse estofo e por meio do dispositivo teórico-metodológico da Análise do Discurso, objetivamos refletir acerca dos efeitos de sentidos atribuídos à virgindade feminina, inscritos em uma historicidade e sustentados por uma memória que opera pela via do discurso. Assim, mobilizamos os conceitos de discurso, ideologia, condições de produção e memória discursiva para analisar e interpretar um corpus composto por embalagens e anúncios de dois produtos eróticos que visam a (re)criar, na área íntima do corpo feminino, condições semelhantes a de um corpo virgem – “Hímen Artificial Virginity Soft Love” e “Adstringente Sempre Virgem Hot Flowers”. Nossas análises permitem constatar a existência de um jogo da/na língua que se materializa no discurso de forma a sedimentar a virgindade feminina em estatuto de fantasia sexual masculina, indicando uma regularização dos efeitos de posse e subjugação do corpo do sujeito mulher em relação ao homem. Ademais, fomos capazes de sustentar teoricamente que a possibilidade sempre-já-lá, evocada pelo gel adstringente “Sempre Virgem”, de voltar a ser virgem, atualiza e joga com a polissemia de um tempo anterior imaginariamente, capaz de ser restituído; possibilidade sustentada por uma memória discursiva que historicamente funciona de modo a regular os sentidos sobre o corpo da mulher. O desenvolvimento de nossa pesquisa permitiu também realizar a leitura de que as propagandas vinculadas ao “Hímen Artificial Virginity” colocam em disputa e tensão de forças os sentidos sobre o corpo feminino (em especial ter ou não o hímen).

Link: https://youtu.be/ykwkOIpPN4Y

Painel digital

Título: Integração de vocábulos relativos à pandemia da Covid-19 à fonologia e à morfologia do português brasileiro

Integrante: BICUDO, Izabely da Cruz. (UEPG)

Resumo: Este trabalho apresenta resultados parciais de uma pesquisa de Iniciação Científica, ainda em andamento, que analisa a integração dos neologismos de vocábulos referentes à pandemia da Covid-19 no Português Brasileiro (PB), mais precisamente na variedade falada na região de Ponta Grossa (PR). Para tanto, são analisados vocábulos como “covid”, “lockdown” e “sars-cov” na língua falada por âncoras e entrevistados dos seguintes telejornais locais: Tribuna da Massa e Jornalismo da RPC. Como fundamentação teórica, esta pesquisa segue: (i) Alves (1984), Alves (2013) e Siqueira e Coelho (2017), sobre neologismo por empréstimo; (ii) Cristófaro Silva (2011), acerca de processos fonético-fonológicos do PB; e Gonçalves (2019), sobre aspectos da Morfologia da língua portuguesa; dentre outros trabalhos. Na perspectiva fonético-fonológica, são observados processos como alçamento vocálico, epêntese e palatalização, integrando o vocábulo, assim, aos padrões silábicos possíveis na língua portuguesa. Morfologicamente, é analisado o gênero gramatical (feminino – “a covid” – ou masculino – “o covid”) presente no uso de cada vocábulo. Como exemplos de resultados encontrados, a partir da análise qualitativa de 197 dados levantados, sendo 196 de “covid” e um de “lockdown”, notou-se grande ocorrência da palatalização da consoante oclusiva alveolar em “covid”. Por sua vez, a ausência de palatalização é observada, sobretudo, entre os âncoras e repórteres. A ocorrência da epêntese vocálica sem alçamento – “covid[e]” – tem sido observada apenas entre os entrevistados. Com os resultados desta pesquisa, este trabalho busca contribuir no âmbito dos estudos acerca do neologismo por empréstimo, trazendo à tona vocábulos que têm se tornado cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros.

Link: https://youtu.be/6GZnPGCJouI

Painel digital

Título: Letramento científico e desinformação em tempos de Covid-19: um estudo discursivo sobre o serviço "Saúde sem Fake News"

Integrante: OLIVEIRA, Augusto Vinicius de. (UNESP/IBILCE)

Resumo: Com base em pressupostos dos Novos Estudos de Letramento e da Análise do Discurso de linha francesa, este trabalho tem como objetivo discutir práticas de letramento científico no combate à desinformação e infodemia sobre COVID-19 (ZARACOSTAS, 2020), no âmbito do “Saúde sem fake news”, serviço de checagem de informações do Ministério da Saúde (MS) do governo brasileiro. O serviço, criado em 2018, recebia mensagens de cidadãos via WhatsApp e verificava as informações nelas presentes, respondendo publicamente, por meio das mídias sociais do MS, se a informação checada era verdadeira ou falsa. Com o surgimento da COVID-19, doença causada pelo vírus Sars-CoV-2, o serviço passou a dedicar a maior parte de suas postagens no ano de 2020 a notícias relacionadas ao novo coronavírus, antes de ser descontinuado, em julho daquele ano. O conjunto do material é formado de 86 produções textuais verbo-visuais produzidas entre janeiro e julho de 2020 e disponíveis na página eletrônica e nas redes sociais do Ministério. De maneira específica, interessa a este trabalho refletir sobre como/se o serviço contribui para a promoção de letramento científico e educação para a saúde de acordo com a imagem projetada de seu leitor modelo (MAINGUENEAU, 2013) na chamada era da pós-verdade, em que o apelo a crenças e emoções pessoais mostram-se mais influentes na formação da opinião pública do que fatos objetivos (McINTYRE, 2018). Resultados preliminares apontam para duas tendências: uma que preza, na maioria dos posts coletados, pela argumentação em torno da classificação atribuída ao objeto checado – verdadeiro ou falso –, contribuindo para a promoção de letramento científico; outra que se restringe a fornecer apenas uma classificação objetiva da checagem, sem explicitar a justificativa e sem relacioná-la ao objeto checado. Apoio: CNPq/PIBIC 103930/2021-3.

Link: https://youtu.be/vpWN5U_19vk

Painel digital

Título: Mulheres em isolamento social: a #FICAEMCASA e a violência doméstica contra o sujeito-corpo feminino

Integrante: DUARTE, Amanda da Silva. (UFMS)

Resumo: Sob os pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso de linha francesa, mais afinada ao pensamento de Michel Foucault, meu objetivo, neste exercício analítico, é problematizar discursivizações acerca da violência doméstica contra as mulheres na #ficaemcasa, veiculada no Twitter entre os anos de 2020 e 2021. Trata-se do recorte de uma pesquisa de iniciação científica em andamento, cuja inquietação maior é concomitante (ao aumento da) à disseminação, no Brasil, da Covid-19. O avanço da pandemia no país transformou os modos de territorialização dos corpos, imbricando, regularmente, práticas públicas e privadas, em função do isolamento utilizado enquanto tentativa de contenção das contaminações. Para além das vulnerabilidades associadas à exposição ao vírus, outros perigos começaram a assolar o cotidiano dos brasileiros, provocando alterações no modo com que as relações com outros sujeitos eram tramadas. Dentre eles, a denominada Pandemia das Sombras (WITZEL; FERNANDES, 2020) passou a designar o apagamento de agressões cometidas contra corpos femininos no espaço doméstico durante o distanciamento social. Nesse contexto, as vítimas sofrem, ao menos, de um duplo risco: o da contaminação, caso tenham contato com o vírus, e o da violência/violação, por terem de conviver frequentemente com seu(s) agressor(es). Ainda, entendo que, na hashtag, os engajamentos materializam novos modos de denúncia e, por consequência, de inversões de poder, no sentido foucaultiano da expressão, uma vez que são realizadas em um espaço de proteção contra o vírus e ultrapassam os limites residenciais. No interior de tal movimento, compreendo que, na difusão de postagens e no embate entre sentidos diferentes acerca da seriedade da conjuntura, as publicações atualizam ditos machistas, tanto quanto possibilitam a emergência de formas distintas de resistência.

Link: https://youtu.be/GjBmsjBLg1s

Painel digital

Título: Realidade aumentada, linguagens e letramentos

Integrante: TEDESCHI, Isabella Vitória Fajani. (PUC)

Resumo: O trabalho tem como propósito averiguar, pelo ponto de vista dos letramentos, como alguns recursos de Realidade Aumentada (RA) poderiam auxiliar na educação linguística. O estudo aborda a caracterização, o exame e a comparação de três aplicativos destinados ao uso da RA, disponibilizados gratuitamente: Metaverse, Wikitude e Google Expedition. A bibliografia contempla os estudos dos letramentos (MONTE MÓR, 2017; KALANTZIS; COPE; PINHEIRO, 2020; ROJO E MOURA; 2019), com foco na educação linguística crítica (MONTE MÓR, 2014; AZZARI, 2017). A pesquisa, de caráter exploratório e perspectiva qualitativa (DENZIN; LINCOLN, 2006), fundamenta a análise interpretativa na realização de resenhas de estudos teóricos que contemplam as áreas em que se encontra a investigação. O projeto, desenvolvido no âmbito da Iniciação Científica e Tecnológica, tem caráter interdisciplinar e está filiado ao Projeto “Tecnologias digitais, Sociedade e Cultura: interfaces educacionais sob a perspectiva dos letramentos” (https://www.projetotdsc.com). Pesquisas sobre as possibilidades de aplicação da RA vêm sendo firmadas, desde a última década no século XX, especialmente com enfoque na área da computação. Avançando no campo interdisciplinar, o presente estudo tem seu olhar direcionado para os recursos de RA que, apesar de cada vez mais presente em diferentes setores de atuação social (entretenimento, comunicação, ambientes profissionais, etc.), ainda oferece muitos aspectos a serem explorados e possivelmente (re)direcionados para outras esferas de construção do conhecimento, tais como a da educação linguística. Apesar da relação entre a RA e os processos educacionais já ter sido abordada em estudos anteriores (KAVANAGH et al, 2017), o que diferencia nossa proposta é a razão de buscarmos investigar potencialidades da RA em contextos destinados à educação linguística, a partir da ótica dos letramentos, como oportunidade para repensarmos a formação inicial e continuada de docentes o que, a nosso ver, requer um enfoque plural e crítico para os estudos das línguas/linguagens.

Link: https://youtu.be/x9IevFt9uyU

Painel digital

Linguística Aplicada

Título: Avaliação de um curso de Estratégias de Leitura em Língua Inglesa oferecido em uma Universidade multicampi

Integrante: SANTOS, Luana Viana dos. (UNESP/IBILCE)

Resumo: O presente trabalho teve como objetivo analisar um curso de Estratégias de Leitura em Língua Inglesa para os níveis A1 e A2 em virtude de grande parte da bibliografia acadêmica em nível universitário ser disponibilizada em língua inglesa (LI). O curso foi proposto porque um mapeamento realizado em todos os campi da universidade demonstrou que 40% dos alunos apresentavam nível básico de proficiência em LI, o que pode dificultar a leitura de textos acadêmicos em todas as áreas. Este estudo foi realizado com base nos trabalhos de Baldo (2009), Celani (1998), Heemann (2009), Kader (2008), Paes-Landim (2019) e Nazzi-Laranja (2019), e buscou observar como os 200 alunos avaliaram as aulas síncronas e assíncronas em Ensino Remoto Emergencial (ERE) das quais participaram. No curso, foram trabalhadas estratégias de leitura que funcionam como recursos facilitadores da compreensão dos quais os leitores se valem para significar em textos em segunda língua, tais como: inferências, reconhecimento de cognatos, tipos de layout característicos a determinados gêneros textuais, palavras-chave, skimming e scanning, marcadores do discurso, elementos de referência e suas funções e efeitos de sentido. Apresentaremos uma reflexão acerca do ensino on-line para os graduandos de 34 campi do estado de São Paulo que responderam a um questionário que avaliou as condições de participação dos alunos e a necessidade de encontros síncronos e atividades assíncronas para o desenvolvimento das estratégias. Ao final, 67,5% dos alunos da primeira turma observada alcançaram médias finais entre 10 e 8, enquanto 32,2% alcançaram médias entre 7 e 5. Na segunda turma observada, 93,4% dos alunos alcançaram médias finais entre 10 e 8 e apenas 6,6% dos alunos alcançaram notas

entre 7 e 6. As notas finais dos estudantes, equivalentes à média entre as atividades realizadas durante o curso e a última avaliação, demonstram seu alto índice de aproveitamento e desempenho.

Link: https://youtu.be/BBxOFkeSyp4

Painel digital

Título: Quem é a mulher feminista emponderada de acordo com a teoria radical?

Integrante: SILVA, Alessa Francine. (UFRJ)

Resumo: Esta pesquisa visa investigar a conceptualização discursiva de um ideal de mulher feminista e de práticas de ativismo relacionadas ao empoderamento, tratando especificamente do contexto feminista radical brasileiro. Considerando o empoderamento como instrumento de emancipação econômica, política e social (Berth, 2019), dentro de diversos e distintos movimentos feministas, como o liberal, marxista, negro e radical, por exemplo, há debates frequentes envolvendo o conceito de empoderamento, de modo que práticas sociais e discursivas empoderadoras são tematizadas e (des)legitimadas. Nesse sentido, partimos destas questões: quem é a mulher feminista de acordo com o feminismo radical? De que maneira ela é discursivamente conceptualizada? Quais práticas de ativismo são (des)legitimadas quando se trata de empoderamento? Buscando responder a tais perguntas, empreendemos uma etnografia digital (Bonilla, 2015; Postill, 2012) que culminou em um corpus de caráter sincrônico, abrangendo o período de dezembro de 2017 a dezembro de 2020, composto por postagens veiculadas em um perfil público sobre feminismo radical na rede social Instagram denominado QG Feminista. Desse modo, foram gerados 118 dados, os quais serão analisados sob uma perspectiva qualitativa e multimodal (Cameron e Panović, 2014) atrelada à análise do discurso (Jones, 2020). Os resultados iniciais de nossa investigação, ainda em andamento, apontam que o perfil feminista radical em questão não compreende a dimensão discursiva de empoderamento como uma prática de ativismo válida, especialmente no que diz respeito ao sentimento de autoestima. Assim, notamos que o ativismo relacionado a aspectos psicológicos (Berth, 2019), como questões estéticas e de autoestima, tende a ser deslegitimado tanto como prática de empoderamento individual quanto coletivo (Sardenberg, 2006).

Link: https://youtu.be/qLfOwolDbgw

Painel digital

Literatura

Título: A representação da mulher no conto A Rosa Branca, de Júlia Lopes Almeida.

Integrante: DE OLIVEIRA, Lívia. (UTFPR)

Resumo: Júlia Valentim da Silveira Lopes de Almeida nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1862. Escreveu mais de 40 volumes ao longo de sua vida, incluindo romances, contos, literatura infantil, teatro, jornalismo, crônicas e obras didáticas. A autora foi presidenta honorária da Legião da Mulher Brasileira, além de ter contribuído para a formação da Academia Brasileira de Letras, da qual não pôde fazer parte por ser mulher. Pela relevância de sua escrita e pelo apagamento que a escritora sofreu, a obra de Júlia Lopes de Almeida tem sido resgatada e estudada por uma perspectiva feminista. Um exemplo disso é o livro Ânsia Eterna, coletânea de contos publicada pela primeira vez em 1903. Entre os estudos já realizados sobre a obra, a maioria foca nos contos que abordam a violência contra as mulheres, histórias em que os papéis sociais e as questões de gênero são abordados de forma bastante explícita. Há, porém, um conto que não é muito explorado em pesquisas sobre a autora, mas é relevante para o estudo da representação feminina em sua obra e por essa razão foi escolhido como objeto de análise deste trabalho. Trata-se de A rosa branca, narrativa que parece ser mais anedótica, e que aborda as questões de gênero de forma mais sutil. Para analisar a representação feminina, serão feitas comparações com alguns outros contos da autora e com o conto A Elfa, de Magalhães de Azeredo, escritor, jornalista e diplomata a quem Lopes de Almeida dedica A rosa branca. Além disso, serão utilizados conceitos elaborados pela pesquisadora Viviane Arena Figueiredo em sua edição crítica de Ânsia Eterna.

Link: https://youtu.be/pZLvQ672Me4

Painel digital

Título: As vozes distópicas na poesia de Ademir Assunção

Integrante: VALANDRO, Valéria Fernanda Ribeiro. (UNESP/IBILCE)

Resumo: Nossa proposta de pesquisa visa compreender e analisar as vozes distópicas na poesia brasileira contemporânea, a partir da poesia de Ademir Assumpção. Nosso corpus de análise está concentrado nos poemas “O Olho Azul do Mistério”, “Orfeu no quinto dos infernos” e “Coisa Ruim”, presentes em seu livro A Voz do Ventríloquo (2012). Tendo como referência os estudos de Jacoby (2001) e de Cioran (1994) sobre os conceitos de utopia e distopia, procuramos analisar os poemas do corpus em busca da voz distópica presente nas imagens e na configuração formal dos poemas. Pretendemos, com essas análises, revelar os elementos que compõem a voz da distopia na figura do eu lírico, bem como discutir, em termos semânticos, o alcance das imagens construídas nos poemas. Para isso, verificamos como forma e conteúdo concebidos pelo poeta Ademir Assunção promovem um movimento interno de construção de um universo de distopia. As análises mostram que as vozes distópicas dos poemas são construídas por meio do olhar do eu lírico, que adentra o ambiente infernal e lá tem contato com elementos humanos e inumanos, marcados imageticamente pelo caos e pela violência. No âmbito formal, os principais recursos utilizados pelo autor, e que conferem maior expressividade à desordem relatada, estão no plano sonoro, como assonâncias e aliterações, e no recurso dos cavalgamentos de versos, cujo efeito revela o movimento e a surpresa com que o eu lírico se depara e constrói pelo seu olhar as imagens do ambiente caótico. Num cenário como esse que é mostrado nos poemas, em que a distopia é representada pelas imagens de natureza onírica e dantesca, não haveria aí um traço de utopia, um sussurro ou mensagem que aponte para a necessidade de revisão crítica da história? Eis o que ainda nos indagamos.

Link: https://youtu.be/Ij-9x4bdHoM

Painel digital