Oficinas

As oficinas da 33ª Semana de Letras acontecerão no dia 4/10, das 21h às 22h30. Todas as pessoas que se inscreverem no evento podem participar de uma oficina.

OF01: ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA DE HERANÇA (PLH) NA PRÁTICA

Integrantes: GANDRA, Aline de Almeida. (Universidade do Porto/Portugal)

Resumo: O ensino de português como língua de herança (PLH) vem crescendo ao redor do mundo, porém, diferentemente de línguas como a inglesa, não há muitos materiais didáticos ou exercícios disponíveis para professores ou estudantes que desejam lecionar a língua portuguesa como língua estrangeira para crianças e adolescentes. Portanto, esta oficina propõe apresentar ferramentas digitais para preparar aulas, bem como exemplos de sequência didática, e como elaborar propostas pedagógicas com o intuito de promover o desenvolvimento da competência linguística e do pensamento crítico, ao mesmo tempo que fomenta uma identificação com o que faz parte do cotidiano do jovem, trabalhando também aspectos culturais da língua (Hanna, 2010). Divide-se a oficina em duas partes, sendo que a primeira corresponde à introdução do panorama de PLH pelo mundo, a apresentação de um estudo de caso com um exemplo de perfil de alunos e de suas famílias, com o intuito de abordar as diferentes formas de desenvolvimento de um plano de ensino de PLH, e logo depois a apresentação de ferramentas tecnológicas para elaborar exercícios e atividades de línguas, ancoradas na ludicidade e na aprendizagem por intermédio de jogos. Na segunda parte da oficina haverá uma breve explicação de como utilizar as ferramentas apresentadas, seguida da criação de uma sequência didática considerando o perfil de alunos utilizados como estudo de caso. E por fim, haverá a proposta de um exercício de aplicação para os participantes da oficina. Para tanto, utilizaremos os sites wordwall, liveworksheets, flipboard e o padlet com o intuito de criar jogos pedagógicos (Gee, 2003), de maneira que o ensino de português seja mais do que ensinar estruturas gramaticais, mas que tenha o foco na comunicação, numa relação entre sociedades multiculturais (Thomé Williams, 2016).

Link: https://youtu.be/gE7GrqpEaNY

OF02: A PRESENÇA DA ORALIDADE NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA INGLESA: UMA VIA PARA FORTALECER A APRENDIZAGEM

Integrantes: CANAN, Ana Graça. (UFRN); FERRAZ, Simone. (UFRN)


Resumo: Essa oficina está baseada numa proposta de pesquisa em linguística aplicada sobre a oralidade presente nos livros didáticos das escolas públicas brasileiras, no que tange ao ensino da língua inglesa, e assim promover reflexões acerca da sua contribuição para o enriquecimento da abordagem comunicativa, tão almejada nas propostas de ensino desse idioma. Dado que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) potencializou a competência da oralidade como eixo para o processo de ensino e aprendizagem de língua inglesa, os livros didáticos passaram a legitimar a presença da habilidade oral no processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa. Mesmo com tantos avanços e contribuições acadêmicas, ainda há dúvidas sobre a apresentação da oralidade nos livros didáticos. A oficina poderá contribuir para a reflexão sobre a oralidade como uma ponte para as demais habilidades no livro didático, além de destacar a influência de autores como Dell Hymes (1972) e Canale e Swain (1980) que são essenciais para iniciar o debate na teoria primária e fundamental de Chomsky (1957); em seguida, Widdowson (1978) traduzido por Almeida Filho (1993), compartilha de conceitos

sobre a abordagem comunicativa; além de autores que elevam o debate sobre o livro

didático (Richards 2002, Coracini, 2011) e o ensino de línguas (Cook, 2003; McCarthy, 1991, etc.), em especial a oralidade (Bygate, 1987) será destaca para tornar possível a conexão com o livro didático. Assim, utilizaremos como recurso a apresentação de slides e também disponibilização de material teórico para os participantes e ao final, a proposta de enriquecimento da oficina será a criação de um mapa mental em torno da habilidade oral nas aulas de língua inglesa.

Link: https://youtu.be/qIWSlrmD3AI

OF03: TRANSITIVIDADE: DA TRADIÇÃO GRAMATICAL À LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL

Integrante: DE SÁ, Cícera Alves Agostinho. (UERN)

Resumo: No contexto da tradição gramatical, a transitividade constitui uma propriedade que se restringe aos verbos e seus complementos, enquanto para a Linguística Sistêmico-Funcional, a transitividade consiste em um sistema, cuja unidade de representação é a oração. Diante do exposto, a presente atividade objetiva analisar os fatores lexicogramaticais relativos à transitividade no contexto da Linguística Sistêmico-Funcional, contrastando-a com a abordagem da propriedade de transitividade, realizada pela tradição gramatical. A abordagem da propriedade de transitividade, na perspectiva da tradição gramatical, baseia-se em Cunha e Cintra (1998), Cipro Neto e Infante (2010) e Rocha Lima (2011), enquanto a abordagem do sistema de transitividade, com base na Linguística Sistêmico-Funcional, fundamenta-se nas contribuições de Halliday e Matthiessen (2014), Gouveia (2009) e Fuzer e Cabral (2014). Para tanto, os recursos que se pretende utilizar na abordagem das particularidades da transitividade, conforme as filiações descritas consistem na exposição dos conceitos e exemplos concernentes à propriedade de transitividade, a partir do que se observa em livros didáticos do ensino médio, com também a abordagem do sistema de transitividade, em orações selecionadas do banco de dados Texto Acadêmico Tese de Doutorado – TACTESE, de Figueiredo-Gomes e Bertuleza (no prelo). As categorias relativas à tradição gramatical restringem a propriedade transitividade aos verbos transitivos diretos, transitivos indiretos e bi-transitivos e seus complementos, e ainda aos verbos intransitivos, que não comportam complementos. Já as categorias concernentes ao sistema de transitividade, filiado à Linguística Sistêmico-Funcional, contemplam os componentes da oração, que se caracteriza no geral por apresentar processo, participante e circunstância, de modo que os dois primeiros componentes constituem o centro experiencial da oração, e o terceiro é de ocorrência opcional. Essa abordagem confirma a pertinência de se continuar ensinando e investigando a gramática, apresentando-se a possibilidade de se analisar as funções que as orações realizam, na linguagem em uso.

Link: https://youtu.be/R56HEnFQV6Q

OF04: UTILIZANDO O PODCAST NA SALA DE AULA: METODOLOGIAS ATIVAS E PROTAGONISMO JUVENIL

Integrante: CARDOSO, Gabriela Pereira. (UNESP/FCL)

Resumo: Segundo Rojo (2013), “é preciso que a instituição escolar prepare a população para um funcionamento da sociedade cada vez mais digital”. Essa necessidade tornou-se ainda mais evidente nos últimos meses, em que, devido à pandemia da Covid-19, as escolas de todo o país instituíram o ensino remoto/híbrido. Essa mudança no cenário educacional fez com que os educadores buscassem ferramentas, metodologias e possibilidades de trabalho que pudessem potencializar o processo de ensino-aprendizagem, ainda que a distância. Dentre essas ferramentas educacionais, destaca-se o podcast, que será objeto de estudo desta oficina, que busca compartilhar experiências de uso dessa mídia como ferramenta de ensino e de desenvolvimento do protagonismo juvenil por meio das metodologias ativas. O podcast é um suporte que tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente em relação ao seu potencial educativo, sendo, inclusive, sugerido pela BNCC (2017), visto que pode tanto ser usado pelos docentes quanto pelos discentes, sendo, neste último caso, “uma metodologia de ensino-aprendizagem bastante motivadora, que proporciona que o aluno tenha um papel activo na construção do saber” (BOTTENTUIT, JR; COUTINHO, 2007). Os benefícios educacionais do podcast foram ratificados pela autora, durante uma pesquisa com alunos do 9º ano do ensino fundamental. Destaca-se, ainda, o aspecto econômico do uso do podcast, visto que não são necessários equipamentos caros, classificando-o como uma ferramenta possível de ser aplicada em escolas públicas. Alguns estudos que oferecem suporte teórico ao curso são os do multiletramento, propostos por Rojo (2015; 2019), Kleiman (2014) e Soares (2001); das metodologias ativas (MORAN, 2018), assim como algumas pesquisas acerca dos benefícios educacionais do podcast, como em Freire (2013) e Bottentuit Jr (2007, 2019). Para o desenvolvimento da oficina, serão utilizados slides expositivos, além de materiais em PDF (artigos, tutoriais etc) que serão disponibilizados aos participantes, a fim de que possam se aprofundar no assunto.

Link: https://youtu.be/hu2Mc9BHXWU

OF05: A LITERATURA COMO VIÉS PARA LEITURA DA REALIDADE

Integrante: OLIVEIRA JUNIOR, Marcelo Queiroz. (UESB)

Resumo: O presente trabalho compreende a obra literária como um fenômeno ligado diretamente à vida social, uma vez que a literatura não é uma criação independente, elaborada através da vontade e do “instinto” do seu criador. Ou seja, ela surge dentro de um contexto, em determinada região e certa época, o que influencia em seu caráter social coletivo. Afirma-se, deste modo, que as obras literárias são um importante dispositivo para uma possível crítica das forças que constituem o presente. Diante disso, busca-se, nesta oficina, analisar o conto “O bicho”, de autoria do Manuel Bandeira, e as páginas 29, 30 e 31 do livro “Quarto do Despejo”, escrito por Carolina Maria de Jesus, contextualizando-os com os dias atuais, percebendo-os como um relato simbólico de todos/as que sofreram/sofrem os problemas narrados nas referidas obras e concebendo-os como uma denúncia da cruel realidade vivenciada por uma parcela da sociedade. Para tanto, lança-se à luz a crítica sociológica, tendo em vista que seu papel é fazer com que cada indivíduo tenha um olhar mais atento do mundo a sua volta e entenda que o julgado como “verdade absoluta” não surgiu naturalmente, muito menos é eterna, trata-se de convenção arbitrária. O referencial teórico, inicialmente, será constituído por autores que discutem as seguintes questões: a relação entre literatura e sociedade, literatura comparada e a literatura como ferramenta para leitura da realidade. Nessa perspectiva, as contribuições de autores como Antonio Candido, Terry Eagleton, Marisa Corrêa Silva e Pierre Barberis tornam-se fundamentais, uma vez que trazem concepções de muita relevância para o entendimento dos assuntos que serão explanados no decorrer desta exposição.

Link: https://youtu.be/VS6gpQC6Cr4