Cultural
O Cultural da 33° Semana de Letras tem como objetivo trazer e promover discussões mais interativas no que se refere ao papel que a cultura e a arte ocupam em nossas vidas. Vida no sentido de experiência, ou seja, como experienciamos o estar vivo? Através da linguagem? Mas quais? Expressar-se no mundo moderno é o que buscamos e o que tememos, e, para isso, utilizamo-nos do cinema, da dança, da música e de inúmeros outros recursos para dizer com o que nos identificamos ou o que pensamos. O Cultural desse ano, pois, convida vocês para, além de conhecer artistas com trabalhos incríveis, conversar um pouco sobre como essas diferentes linguagens falam sobre nós como sujeitos históricos em um mundo vasto.
Grupo de dança do IBILCE
dia 4/10, às 18h
Cultural 1
Espetáculo de Dança “Amor fati”
O Grupo de Dança do Ibilce tem como objetivo o ensino da arte e da cultura através da dança, especialmente do Ballet Clássico e das Danças Urbanas, buscando o desenvolvimento das potencialidades artísticas, físicas e sociais dos membros da comunidade ibilceana e jovens da comunidade da rio-pretense em geral. O espetáculo de dança Amor fati (a ser exibido em parceria com a 33ª Semana de Letras) foi inspirado na expressão latina que significa 'amor ao destino / amor ao fado', que exprime a atitude de aceitação integral e entusiástica da vida em todos os seus aspectos, mesmo nos mais desconcertantes, tristes e cruéis. Amor fati implica aceitar o que nos foi dado e tirado. Isso não implica em resignação, muito menos um acovardar-se. Amar o destino significa tirar o melhor proveito de tudo o que acontece: obstáculos e adversidades se tornam combustível para o nosso potencial.
Orlandeli
dia 5/10, às 18h
Cultural 2
Narrativas Gráficas: possibilidades narrativas dentro das histórias em quadrinhos
O universo das histórias em quadrinhos conta com possibilidades muito particulares para o desenvolvimento de uma história. Misturando linguagem verbal e não verbal, as HQs possuem ferramentas únicas que ajudam nessa construção: cores, estilo de desenho, formato e até mesmo o tipo de suporte são ferramentas que agregam na hora de contar uma história. Orlandeli, cartunista e quadrinista, irá utilizar a própria trajetória para mostrar as diferentes possibilidades no desenvolvimento de uma história em quadrinhos. Passaremos pelo poder de síntese encontrada nas tirinhas (Grump, SIC, O Mundo de Yang) até a importância do controle de ritmo de histórias mais longas, as Graphic Novels (Chico Bento - Arvorada, Verdade, O Sinal, Os olhos de Barthô etc). O autor irá compartilhar parte do processo da sua produção, mostrando e comentando alguns desafios narrativos, as possibilidades levantadas e o caminho escolhido, que acabou indo para as páginas da publicação final.
Bárbara Christófalo
dia 6/10, às 18h
Cultural 3
Devir a ser: processos e questões de linguagens
Bárbara Christófalo, graduanda em Letras (Licenciatura) pelo Ibilce, tem se lançado nos movimentos do corpo e da voz há algum tempo. Recentemente, Bárbara lançou, junto com Pedro Constantino, o clipe de Devir, no qual dança pela casa que inspirou o poema de sua autoria falado na música. A partir de Devir e seus processos, que entrelaçam poesia, música, dança e audiovisual, Bárbara os convida a traçar possibilidades entre linguagens distintas através do compartilhar de sua experiência, e, com isso, refletir sobre o que podem corpo e palavra.
B-boy Gerson Faria
dia 7/10, às 18h
Cultural 4
A ação transformadora da cultura hip-hop
Em um cenário em que as culturas que fogem do padrão conservador prestigiado pela sociedade são desvalorizadas e sofrem inúmeras tentativas de silenciamento, e em um cenário em que a arte da dança provoca diversos efeitos colaterais positivos em crianças e jovens de todo o país, apresentando-lhes uma rota de fuga de diversos problemas sociais e pessoais: falar da cultura hip-hop a partir da perspectiva de um professor de break dance é apresentar o impacto transformador da dança. O professor Gerson Faria - mais conhecido como B-boy Gerson - apresentará sua trajetória como professor de dança, abordará as experiências vividas durante os vários anos dando aulas em projetos sociais e dissertará sobre como a cultura hip-hop é vista no Brasil pelas diferentes classes da sociedade.
Analu Favretto
dia 8/10, às 18h
Cultural 5
A imagem que me percebe: os processos audiovisuais são invisíveis?
Didi Huberman possui um livro que carrega em seu título um dos paradoxos mais interessantes para se pensar a imagem: “O que vemos, o que nos olha”. É a partir dele - meio emprestado, meio roubado -, que organizo a presente fala. Primeiro, por acreditar que há uma ação mútua e paradoxal entre o nosso corpo e o corpo das imagens técnicas que consumimos desenfreadamente. E, segundo, por saber que a linguagem audiovisual atua como mediadora entre nossa memória e nossos afetos. Sabendo que há esse duplo, temos como ter maior consciência sobre os processos audiovisuais que parecem ser invisíveis?