Conferências

Dominique Maingueneau
(Universidade de Paris IV)

dia 4/10, às 10h30

Conferência de abertura

Discursos constituintes, thesaurus e quadro hermenêutico

Resumo: Um discurso constituinte pode ser considerado de dois pontos de vista diferentes: como uma rede diversificada de gêneros de discursos ou como um thesaurus de textos prestigiosos que exigem um “quadro hermenêutico” para ser lidos. Na verdade, esses dois modos de apreensão são indissociáveis: o thesaurus precisa de outros gêneros de discursos para ser um thesaurus, e esses gêneros de discursos são, por sua vez, legitimados pelo thesaurus, cuja autoridade se funda no fato de os textos nele contidos não serem mais percebidos como produto de práticas de locutores, mas como “monumentos” que pertencem a um mundo extra-ordinário. Aqui se chega à noção de enunciação “destacada”, que também é pertinente para as aforizações.

Link: https://youtu.be/0jaS3xWEArU*

Profa. Dra. Roxane Rojo
(UNICAMP)

dia 5/10, às 8h30

Conferência 2

Práticas comunicativas, discursos, gêneros discursivos e a multissemiose digital

Resumo: Se os textos da contemporaneidade mudaram, em muito devido à emergência das tecnologias digitais, as práticas comunicativas, gêneros, discursos e as competências/capacidades de leitura e produção de textos exigidas para participar de práticas de letramento atuais não podem mais ser as mesmas. Hoje, devido ao digital, textos são multissemióticos e é preciso tratar da hipertextualidade e das relações entre as diversas linguagens que compõem um texto, o que salienta a relevância de compreender os textos da hipermídia. Nesta exposição, trataremos dos efeitos dessas mudanças nas práticas escolares.

Link: https://youtu.be/zeVrypNvDUg

Profa. Dra. Flávia Falleiros
(UNESP)

dia 5/10, às 19h

Conferência 3

Comparar, traduzir, criar: a língua dos romances de Ahmadou Kourouma

Resumo: Ahmadou Kourouma (1927-2003) é um romancista marfinense cuja obra, toda ela escrita e publicada em francês, alcançou notável reconhecimento internacional. Em seus romances, a questão linguística tem importância central. Como disse o próprio autor em mais de uma ocasião, seu problema, como escritor francófono, sempre foi o de transpor para o francês falas criadas em sua língua materna – o malinké – fortemente marcada pela oralidade. Por isso, o processo de criação desse escritor é fruto de um dialogismo em que comparar e traduzir são essenciais. Disso resulta a criação de textos literários inovadores, de estilo único, forjados num hibridismo linguístico que fecunda e enriquece a língua de Rivarol. Nesta comunicação, serão propostas algumas reflexões sobre essa problemática linguística, onipresente nos romances de Kourouma.

Link: https://youtu.be/T4C8dovvn2E

Profa. Dra. Ana Elisa Ribeiro
(CEFET/MG)

dia 6/10, às 14h

Conferência 4

Todo texto é multimodal: e agora?

Resumo: Um dos pilares da abordagem multimodal está várias vezes afirmado em textos de Gunther Kress e de outros autores: todo texto é multimodal. A partir daí, o que fazer com essa espécie de premissa, que poderia guiar definitivamente nosso olhar sobre a leitura e a redação? Mais do que decorar ou compreender esta afirmação, é importante enxergar as ocorrências abundantes de multimodalidade nas peças textuais que nos circundam. Admitindo, verdadeiramente, que todo texto seja multimodal, como desenvolver um trabalho alinhado a essa abordagem na sala de aula? É disso que vamos tratar nesta oportunidade de diálogo.

Link: https://youtu.be/jtgUuQq2wkc

Prof. Dr. José Luiz Fiorin
(USP)

dia 7/10, às 10h30

Conferência 5

Língua, discurso e política

Resumo: Esta conferência, depois de discutir o sentido da palavra política, mostra que há várias abordagens para a questão das relações entre língua, discurso e política. A linguagem e as línguas têm uma natureza intrinsecamente política, porque sujeitam os falantes a sua ordem. Os silenciamentos operados pelo discurso manifestam uma relação de poder. A circulação dos discursos no espaço social está também submetida à ordem do poder. Os usos linguísticos podem ser o espaço da pertença, mas também da exclusão, da separação e até da eliminação do outro. Por isso, a língua e o discurso não são um instrumento neutro de comunicação, mas são atravessados pela política. O discurso em geral, mas especialmente a literatura, pelos deslocamentos que produzem, são uma forma de trapacear a língua, de desvelar nela a inscrição do poder.

Link: https://youtu.be/kMxItOf3MVM*

Prof. Dr. Leopoldo Rocha Soares
(MACKENZIE)

dia 8/10, às 19h

Conferência de encerramento

Ideias fora do lugar e o lugar do negro na Universidade

Resumo: A participação da pessoa negra na formação social e econômica do Brasil tem sido objeto de importante revisão histórica para evidenciar o protagonismo daquelas que foram agentes das mais importantes transformações que vivemos, e não meras espectadoras. A importância dessa virada histórica foi ressaltada nas discussões da Constituinte em 1987/88, e nos permitem concluir que o necessário e importante encontro do Brasil com suas verdadeiras raízes depende da ocupação dos espaços de poder pela pessoa negra, dentre os quais destaco as Universidades. No entanto, esse movimento é complexo, na mesma medida que é complexo o (re)conhecimento da identidade negra após a abolição.

Link: https://youtu.be/820BLb297k4

*a pedido do palestrante, a Conferência se deu de forma síncrona (ao vivo), exclusivamente, não sendo salva para a posteridade. Agradecemos a compreensão.