2ª EDIÇÃO FIDA
2025
2025
Conheça as obras da categoria Mostra Oficial
(26/06/25 às 19 horas)
Beast
Iwona Pasinka - Polônia (9:40)
Qual espécie é o maior predador?
Atrás de sete lagos, sete colinas, sete florestas, existe uma terra aparentemente idílica. E nela, como num passe de mágica, um encontro inesperado acontece não apenas uma, mas três vezes. Na primeira vez, como se estivesse em um tapete voador, vemos uma figura animalesca no mato. Na segunda vez, observamos uma manada de animais brincalhões colidindo com a alteridade. Pela terceira vez e último encontro, o momento em que um homem entra no mundo ordenado da natureza. Como a relação entre animais difere da relação entre humanos e animais? Em qual interdependência você pode ver inocência, despreocupação e curiosidade e em qual bestialidade, destruição e o fardo da dominação? – é o que perguntam os criadores do sexto projeto de filme coreográfico do Teatro de Dança Polonês.
Desta Terra Eu Viverei
Lidiana Reis - Brasil (6:45)
Desta Terra viverei é um filme de dança que conta a história de Sueli, prestes a completar 80 anos, cercada por amigos e familiares. Ao olhar para fora, memórias do passado e do presente se misturam. Os gestos expressos pela dança a transformam, e Sueli redescobre sua essência.
Nuvem
Diogo Angeli, Daniela Gatti, - Brasil (5:05)
NUVEM é uma videodança criada a partir da técnica de nuvem de pontos, que explora os limites da forma e da presença no espaço digital. Pontos dispersos se atraem como partículas em suspensão, guiadas por forças invisíveis que os organizam em corpos efêmeros — corpos-nuvem que emergem e se desfazem em constante mutação.
A obra constrói uma paisagem sensorial onde o movimento não é apenas coreográfico, mas também magnético. Como se um campo de energia magnética invisível mantivesse os corpos em estado de flutuação, NUVEM convida o espectador a mergulhar nesse universo rarefeito, onde os contornos do corpo são voláteis, e o tempo se estende em lentas transformações.
Drum Dance
Camilo Baquerre - França (3:40)
Vídeo-dança:
Uma antiga fábrica, um gigante de ferro e concreto, carrega as cicatrizes do tempo. Seus espaços vazios sussurram o silêncio de uma era que se foi.Um homem surge, a princípio imóvel e cercado por sombras. Ele começa a dançar, buscando luz, sol e liberdade.
O ritmo dos tambores o acompanha, explodindo na fase final.
Gluttony
María Paz Serra Parriego - Espanha (3:10)
Gula é uma exploração assombrosa do arquétipo da mãe devoradora, personificada por duas dançarinas gêmeas presas em um ciclo eterno de consumo e dependência. Por meio de um movimento contemporâneo visceral, o filme desvenda a tensão entre nutrição e destruição, amor e sufocamento. Inspirada no Ouroboros, a coreografia se desenrola em um cenário labiríntico, onde a filha busca desesperadamente escapar, apenas para se ver inevitavelmente atraída de volta. A linguagem visual brinca com o abjeto — gelatina laranja evocando líquido amniótico, reflexos fragmentados e imagens táteis que borram as fronteiras entre os corpos. Não se trata apenas de gula; trata-se de herança, identidade e da inescapável fome de conexão.
My Skin My Rarity
Marcela Alejandra Santa María, Diego Alejandro Sánchez - Chile (7:35)
MINHA PELE, MINHA RAREZA é um filme de dança ou vídeo-dança, que faz parte de uma Trilogia, sendo esta a segunda.
"Minha Pele, Minha Raridade" é uma história de amor oculta, nascida da reflexão sobre a história do Patinho Feio. De onde emergiram passagens que remetem à Resiliência, à Temperança e à Frieza da mágoa. Fala-nos sobre o desgosto e como nos reconstruímos apesar da dor. Confronta-nos com a rejeição, mas não de forma violenta, mas sim silenciosa. Convida-nos a olhar para nós próprios e a mergulhar na solidão, apesar do turbilhão da vida.
Somnus
Dimitris Lapousis - Grécia (2:43)
Em "Somnus", exploro o frágil limiar entre o sono e o despertar em meio à presença iminente da catástrofe climática. O sono, antes um santuário para a renovação, tornou-se um espaço de ansiedade coletiva — uma realidade suspensa onde o corpo e o ambiente refletem a vulnerabilidade um do outro.
Primal touch
Anastasia Shikina - Alemanha (5:23)
Primal touch é um filme de dança que explora os laços invisíveis entre as pessoas. Através de três corpos em movimento, a obra traça diferentes maneiras de estar próximo — ansiando por fusão, temendo a perda, precisando de distância. Cada personagem se move por sua própria lógica emocional, moldada pelos padrões silenciosos do apego.
Underpass
Stefan Georgiou - Reino Unido (6:10)
Um casal que se encontra em vários viadutos para dançar junto como parte de um caso, percebe que isso precisa parar.
Vira do Minho
Flávio Cruz - Portugal (5:15)
Em um mundo onde a música une todas as eras, o lendário Coração de Viana, uma relíquia com o poder místico de harmonizar o próprio tempo, desaparece, roubado das profundezas do passado e perdido no presente...
Years of Silence
Agnieszka Brzezinska - Polônia (8:42)
Duas mulheres, antes próximas, agora vagam pela vida como sombras de si mesmas. Elas podem ser irmãs, amigas, ou talvez representem duas metades de uma mesma alma separadas por um conflito interior. Cada uma delas suportou longos períodos de silêncio, uma ausência de comunicação, apoio e experiências compartilhadas. Os anos fizeram com que o abismo entre elas parecesse intransponível.
Uma delas cai — literal e emocionalmente. Ela desaba sob o peso da solidão. Lágrimas são desperdiçadas em noites passadas em isolamento, momentos que poderiam ter sido compartilhados.
A outra, percebendo essa queda mas sem saber como intervir, fica paralisada por seu próprio medo de rejeição ou vulnerabilidade.
A interação entre duas bailarinas, representando pessoas diferentes ou aspectos de uma mesma pessoa, cria uma poderosa metáfora visual.
Conheça as obras da categoria Mostra Universitária
(27/06/25 às 19 horas)
À Table
Eden Manga-Nkoy, Kolya Tirado - Holanda (3:10)
"À Table" é um poema visual que captura uma era de ouro, uma essência, um ápice de coesão.
É sobre o reencontro de amigos e o que os une, uma celebração.
É sobre o êxtase, o âmago das memórias.
Amigos de aparências muito diferentes, com culturas e identidades polarizadas,
que por alguma força (excêntrica?) se unem e celebram o que
têm a compartilhar: uma paixão comum, o amor mútuo e uma boa refeição.
À table!
"Para capturar um sentimento de pertencimento e convidar o espectador
a imaginar que pode pertencer a um lugar onde as pessoas não se parecem com ele."
"Como posso escrever minha própria história enquanto estou no meio dela?"
Quem
Patrícia Vitória ,Julia Menezes , Joyce Brunelli , Guilhermina Bivar ,Sayuri Miyashiro e Thaís Figueiredo - Brasil (7:02)
A complexa interação entre as diferentes facetas de um indivíduo em conflito, onde múltiplas personalidades competem pela dominância, enquanto a verdadeira identidade busca se afirmar. A obra propõe ao espectador uma reflexão sobre a fragmentação da identidade e o anseio por uma reconciliação interior.
Camera Obscura
Bruno Fernandes Pimentel da Silva - Brasil (9:50)
Que movimentos habitam o vazio? Que danças podem emergir de corpos que adentram lugares abandonados e convivem com silêncio, grafites, morcegos e plantas pioneiras? Uma câmera escura captura uma dança de passados possíveis e futuros prováveis — vestígios de existências que, como fantasmas, se comunicam por meio de imagens enigmáticas, perturbam o tempo presente e convidam o observador a desvendar o que foi esquecido.
Nous
Ananda Maya, Barbara Pires, Beatriz Kizima, Laura Cieslinski e Marcela Muniz - Brasil (4:34)
Em meio à correria do dia a dia, a dança irrompe como um gesto de liberdade. Neste vídeo, corpos femininos ocupam espaços do cotidiano, com leveza, força e feminilidade. Através do movimento, revelam o empoderamento que nasce quando se desafia a rotina e ressignifica o ordinário. Cada passo desconstrói a rigidez do cotidiano e celebra a potência de ser mulher em qualquer lugar e de estar juntas.
Geleia de Morango
Ana Choueiri - Brasil (8:02)
Em uma noite quente de verão, alguém encontra consolo na dança, uma forma de se libertar do tédio do isolamento em seu apartamento. Seus movimentos se tornam um portal para diferentes espaços, desencadeando uma série de devaneios banhados por luzes coloridas, calor intenso e paisagens em constante mudança, em uma metamorfose onírica. Esta noite selvagem preparará o cenário para uma jornada em busca da realização de seus desejos — doces e azedos, como geleia de morango.
Ordinárias
Camila Barbosa, Gabriela Bandeira, Giovana Mel, Júlia Simas, Kelly Siderio e Mariana Paes - Brasil (4:09)
Cansadas de viver em uma rotina repetitiva e bastante corrida, na qual a sensação mais predominante é a de que não se vive, as mulheres desta obra resolvem transformar o comum no extraordinário. A videodança representa, primeiramente, o dia-a-dia do elenco, logo, camadas de roupas e movimentos fora do cotidiano vão sendo construídos até chegarem num lugar de festa, onde todas se encontram e celebram a vida mais cheia de emoção e vislumbre.
Roots
Diego Abbati Loureiro, Hugo Melin - Spain, Sweden (6:14)
Takuya se sente estranho ao criar raízes em um novo solo.
Rubro Abstruso
Elaine Nogueira, Júlia Toreto, Maria Clara Torres, Mariel Azoubel e Rafaella Souza - Brasil (7:11)
Rubro Abstruso investiga as forças invisíveis que movem o corpo — gravidade, peso, impulso — como motores poéticos da ação. Cinco dançarinas entrelaçam-se em contrastes: de ritmo, de tônus, de presença. Em cena, o vermelho de um tecido torna-se trama e armadilha, cama de gato onde os corpos se cruzam, suspendem e cedem. A videodança se desenrola entre sombras e paisagens abertas, tensionando opostos e revelando potências. Um convite a mergulhar no que é denso, abstruso e rubro.
River, Full Moon, and I
Qi Liu - china (6:16)
O tempo, como o grande rio, continua correndo dia e noite, sem parar para nenhum ser mortal. Quem esta lua luminosa acima das águas aguarda com tanta firmeza? Os antigos que contemplaram seu brilho? As almas modernas sob sua luz? Ou talvez o próprio tempo, esse fluxo eterno? No entanto, no momento em que meus olhos encontram o olhar prateado da lua — esta noite, este eu, este exato instante — a lua-rio aguarda ninguém menos que eu.
Obras Convidadas
Lagartos - Experimento #1
Marisa Lambert e Rosely Conz - Brasil/EUA (6:00)
O filme Lagartos nasce do desejo de nos voltarmos para o chão. Pesquisa o retorno enquanto ato de religar-se e o mover-se para trás e mais para dentro do corpo como sentido ético de apreender o mundo. Envolve o gesto de respirar com as pedras, de escutar este ancestral antigo, nos rendendo a modos atemporais de relação. Pratica o metamorfosear-se. Entregar-se a outros corpos. Quantos corpos somos? Parceria criativa que se desdobra de um relicário de convívios.
Mulheres de Arrimo: Transgredir para Amar
Elisa Costa, Mariana Jorge, Nara Cálipo e Pedro Spagnol - Brasil (10:00)
De repente, nos vemos como arrimo de uma estrutura que não foi feita por nós e nem para nós. Assumimos o desmanche para poder dançar aquelas que são exiladas. Damos permissão para que bailem as nossas partes rejeitadas, não aceitas e que não cabem nas realidades que nos foram impostas. Este é um convite ao delírio para responder à urgência de transgredir normas enrijecidas, através do corpo em movimento. Entre arrimar e desmoronar se faz o pulso de nós três, para que possamos encarnar, a cada momento, a força truculenta de estarmos vivas.
Escuta Profunda: Exercícios para Investigar a Escuridão
Luciane Silva e Dança Unicamp 022 - Brasil (10:00)
Um Jardim para Educar as Bestas
Eduardo Okamoto - Brasil (45:43)
O vizinho prevenira o Seu Inhês de que um animal esfaimado lhe mataria a esposa. Decidido a corrigir o destino, o lavrador constrói, então, um jardim para educar a brutalidade dos espíritos."Um Jardim para Educar as Bestas" é um duo para piano e atuação, com Eduardo Okamoto e Marcelo Onofri, que sintetiza narração, desempenho de personagens, dança e música ao vivo. O espetáculo pode ser apresentado em jardins, parques, praças, salas de concerto e teatros.A dramaturgia inspira-se num dos capítulos de “Homens Imprudentemente Poéticos”, de Valter Hugo Mãe. Este autor está referenciado em outro - o japonês Yasunari Kawabata, cuja novela "A Casa das Belas Adormecidas" foi reescrita por Gabriel García Márquez, em "Memória de Minhas Putas Tistes".Considerando a história de Hugo Mãe e a operação de recriação de Márquez, a equipe reescreveu a história original do primeiro: alterando-se a paisagem, a linguagem e o desfecho. Originalmente ambientada num Japão antigo, a trama é transposta para o sertão brasileiro, e cita textos de Ariano Suassuna, Guimarães Rosa e Euclides da Cunha."Um Jardim para Educar as Bestas" é uma parábola para o Brasil contemporâneo. Face ao crescimento da incivilidade, a narrativa abre-se de um modo de resiliência: misto de manifesto, paciência ativa, aposta na beleza e na poesia como modo de trabalho e lapidação do espírito.