TECLAUT é uma interface adaptável para comunicação especial, aplicável ao uso de softwares que utilizem inputs individuais, a partir de mouse ou teclado. É do tipo atuador analógico, customizável para diversas deficiências severas como paralisia cerebral e síndrome de locked in. Funciona para o uso do software ACAT, da Intel, de código aberto. O projeto resultou em patente e transferência de conhecimento (duas já solicitadas e outras duas em fase de projeto).
Dois resultados significativos nos emocionam: Ana Amália Tavares Bastos Barbosa (síndrome de locked in) e Samara Andressa (paralisia cerebral) passaram a utilizar o dispositivo. Ambas estão podendo navegar na internet (inclui Facebook), escrever, falar (leitura de texto em sequência à escrita), fazer apresentações em Power Point e uma série de outras ações no computador. Assim, Ana Amália otimizou seu ensido de arte e Samara acelerou sua escrita jornalística. Como o aparato é de tecnologia aberta e de baixíssimo custo, esperamos, em 2017, investir na sua divulgação Nacional e Internacional para distribuir a tecnologia e alcançar as comunidades e usuários mais carentes. Já temos, discutida informalmente, uma possibilidade de disseminar a proposta na África (Namíbia) através da Finlândia, com o sociólogo finlandês Mika Rönkkö.
POTENCIAL
Seu potencial de alcance social é imenso, pois além de ter o software compatível gratuito e poder ser feito por um amador, as associações para deficientes, ONGs e outros equipamentos sociais podem convocar as famílias, atendentes sociais, amigos e outros colaboradores para montagem do dispositivo em conjunto, atendendo todos os pacientes com capacidade cognitiva e algum movimento corpóreo, pois ele é altamente customizável e requer cerca de uma hora para realização. Pode ser usado como atividade de classe para ação cidadã dos estudantes nas escolas, auxiliar na alfabetização de deficientes, inclusive auditivos (parcial) se usados equipamentos de reprodução de som sem fio, via osso zigomático (malar).
Diversidade de deficiências, das pouco às muito severas. Desde que não dependentes exclusivamente do movimento ocular e cognitivo eficiente.
Deve possuir algum movimento corpóreo mínimo:
pés
queixo
pulsos
mãos fechadas
um dedo
membros não desenvolvidos por completo
giro leve de cabeça
língua
lábio
bochecha
sobrancelha
etc.
CUSTO E IMPACTO SOCIAL
Tecnologia aberta – modelos e passo à passo on line
Custo máximo R$ 30,00 do teclado
Atuador: R$ 3,00
Objetos caseiros reaproveitáveis: $ 0,00
Tempo: de 1 à 4 horas
Conhecimento técnico para realizar: quase nenhum
Habilidade do cnstrutor: mãos firmes e visão
Alcance: depende de divulgação e atinge as classes sociais menos providas
Investimento para distribuição: muito baixo.
Materiais
O protótipo foi feito com aproveitamento de:
Parte de uma caixa de cartas
Tampa de caneta
Haste de barraca estragada
Fita isolante
Buchas de parafuso
Fios de fontes estragadas
Plug de cabo USB estragado
Atuador de alavanca
Samara Andressa (Jornalista)
Sobre o software (escrito pela mãe de Samara):
O software é muito bom, intuitivo e fácil de usar. Na digitação, ele faz a varredura em uma velocidade boa, deixando o 'digitar' bem dinâmico. Com a função do mouse, também funciona da mesma forma. A varredura na vertical e horizontal facilita muito e atende às necessidades.
Na digitação de textos e em sites (Facebook, por exemplo) que é a forma que a Samara usaria quase 100% do tempo, o software também funciona muito bem, porém precisa dividir a tela em 2 - metade 'word', metade 'teclado'. Mas é só questão de acostumar com a tela pela metade.
Sobre o acionador (escrito pela mãe de Samara):
Muito bom também. Ele não é tão sensível, nem tão duro. Testamos em várias parte do corpo (mão, perna, rosto, cabeça...). Na perna, não deu muito certo por conta dos espasmos que a Samara tem de vez em quando. Na mão, ela conseguiu controlar bem, mas aos poucos ela ir perdendo a postura e ficando toda torta e travada, além de 'perder a noção' da posição do acionador.
Por fim, o melhor mesmo é a cabeça. Com o acionador na cabeça, a postura dela ficou bem legal e ficou fácil de controlar. A questão agora é como fixar o acionador, mas nada que alguma gambiarra não resolva.
Impressão da Samara (escrito por ela):
O capacete é pesado (ela usa um capacete de bicicleta com uma ponteira de 40 cm para escrever tecla a tecla, desde a infância), tenho que ficar com a cabeça abaixada e não consigo digitar e ver na o acionador, é bem mais confortável, menos cansativo, minha postura é mais ereta, além de eu poder digitar e ver ao mesmo tempo. O acionador é bem pequeno e esteticamente eu fico mais bonita. Mas se ele fosse um pouco maior, eu poderia tocá-lo mais facilmente em vários pontos e assim não perder o tempo da varredura (aumentar a superfície de contato). Acredito que meus ganhos de postura, agilidade, rapidez e conforto poderão ser maiores quando eu tiver dominado o software.
Doutora Ana Amália Bastos Barbosa
Sobre o software:
Sobre o Teclaut: