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CDE 01-03-2018
'Accountability' e problemas do Brasil
RODRIGO ZEIDAN
Estava na casa de um amigo quando o filho bateu com a canela na mesa. Após acalmá-lo, o pai pegou sua mão e o fez repetir: “Mesa feia!”.
Nas minhas andanças, percebo que falta ao brasileiro “accountability”, uma ausência tão sintomática que nem a palavra existe em português —a melhor tradução é responsabilização individual, e essa ainda assim é falha.
Aqui nada é nossa culpa. O filho vai mal na escola. Os pais transferem a responsabilidade para o professor. Que reclama do diretor e das condições de trabalho. O diretor culpa o governo, que, por sua vez, transfere tudo para a crise
internacional ou o FMI.
Nota do Instituto de Engenharia sobre as declarações do ministro da secretaria de Aviação Civil, que põe a culpa por atrasos em aeroportos da Copa nos "engenheiros ruins".
POR INSTITUTO DE ENGENHARIAPublicado em 5 de novembro de 2013
O Instituto de Engenharia vem manifestar sua repulsa e estranheza pelas declarações do ministro-chefe da secretaria de Aviação Civil Wellington Moreira Franco, de que a responsabilidade pelos atrasos nas obras de infraestrutura aeroportuária brasileira seriam de responsabilidade dos profissionais que seriam “muito ruins”.
É profundamente lastimável que uma autoridade deste nível ignore as verdadeiras causas dos atrasos e demandos que afetam nossa infraestrutura em geral, e principalmente naquelas a cargo deste ministério. É importantre ressaltar que bons empreendimentos começam por bons projetos elaborados antes das licitações e dos contratos de obras. É fundamental que os aspectos legais e ambientais sejam previamente considerados e resolvidos, também antes das contratações em geral.
Todos os assuntos ligados à infraestrutura aeroportuária brasileira não acontecem por acaso ou por urgência, mas exigem planejamento e gerenciamento. O problema é mesmo de gestão.
Leia a materia: http://www.iengenharia.org.br/site/noticias/exibe/id_sessao/4/id_noticia/8080/Ministro-p%C3%B5e-culpa-em-
CDE 29-06-2016
Um problema de má gestão
Máscaras pintadas instaladas na frente do Congresso em protesto contra
a corrupção - Eduardo Anizelli - 23.mai.17/Folhapress
Nas empresas, o mais comum é a perda de produtividade por problemas que não têm dono. Nossa falta de responsabilização está até na língua. Dizemos “o copo caiu”, quando ele escorrega da nossa mão. Não foi o nosso descuido, afinal. Foi o copo que se suicidou.
Também, quando queremos comparar vencimentos, perguntamos: “Quanto você ganha?”. O salário é um presente, quase uma dádiva divina, e não há nenhuma relação entre esforço e remuneração. Obviamente, no resto do mundo não é assim: perguntamos “quanto você faz” em inglês ou mandarim e é natural negociar aumentos de salário se somos mais produtivos.
No Brasil, criamos a figura mítica da indústria das multas. Ora, é fácil provar que ela não existe. Vamos supor que cada motorista cometa somente dez erros por dia (eu, como bom brasileiro, erro até mais que isso, incluindo não verificar limites de velocidade, esquecer a seta ou ultrapassar pela direita).
Se dirigimos 300 dias por ano, são 3.000 erros. Mas nossa média é de menos de três multas por carro particular por ano. Ora, que indústria poderia sobreviver com uma taxa de acerto de 0,1% por ano?
O que está na língua vale para o sistema político. Nós nos defendemos dizendo: “Não fui eu”, e, pior, dizemos “não votei nele!” para reclamar do governante horroroso.
Jânio Quadros renunciou citando forças ocultas. Uns gritam contra “o golpe” e “os paneleiros”, enquanto outros vociferam contra os “esquerdopatas”. Os inimigos são sempre indefinidos (elite, burguesia ou o sistema financeiro), pois assim é possível transferir toda a responsabilidade para eles.
Não, a culpa não é dos outros. É toda nossa. Não há complô dos Estados Unidos contra nosso desenvolvimento, nem um grupo de Illuminati decidindo para onde vai o país. Isso também vale no dia a dia, quando errarmos no trabalho ou nosso filho tira nota ruim.
Mesmo que não tenhamos votado no horroroso prefeito que abandona a cidade no Carnaval por causa da sua religião, devemos reclamar e ir às ruas para que cumpra suas promessas. Para aumentar nossa produtividade, é preciso sermos donos de nossas ações.
Um colega que dava aula na França comenta, para quem quiser ouvir, como ficou impressionado com a atitude das secretárias do departamento da universidade. Elas não fazem corpo mole, mesmo tendo estabilidade. Afinal, são pagas por todos os franceses. Ninguém no departamento admite o fato de uma pessoa sugar os recursos da sociedade para si.
Fazer corpo mole significa se locupletar do resto da população, o que é inaceitável. Isso vale onde quer que eu já tenha dado aulas.
Problemas têm dono. Nossa malandragem custa caro. Precisamos mudar nossas normas sociais. Estamos em um país desigual e no qual precisamos remar juntos. Ficar fugindo da responsabilidade e culpando os outros não vai nos levar a lugar algum.
Rodrigo Zeidan
Economista, é professor da New York University Shangai, na China, e da Fundação Dom Cabral, no Brasil.
CDE, 11-03-2013
CENTRO DEMOCRÁTICO DOS ENGENHEIROS
DESDE 1963
São Paulo, 25 de fevereiro de 2013
MANIFESTO SOBRE SEGURANÇA IMPRESCINDÍVEL EM LOCAIS DE AGLOMERAÇÕES PÚBLICAS:
O Centro Democrático dos Engenheiros vem, desde 1963, propugnando pela melhoria nas questões de interesse público em geral, da nossa comunidade.
O dramático incidente ocorrido em boate da cidade de Santa Maria, no Estado do Rio Grande do Sul, ceifando 12.412 anos de vida de 239 jovens, além de muitos feridos, ocasionou uma comoção nacional e tomada de atitude das autoridades em todo o território nacional e em todas as esferas da administração pública e privada.
É com grande preocupação que vimos debatendo o assunto, em nossas reuniões semanais sistemáticas, procurando encontrar soluções para a melhoria do sistema vigente, que se tem mostrado muito falho, salvo raras e honrosas exceções.
Entre inúmeras sugestões, proativa e objetivamente, selecionamos uma que nos parece de maior eficácia, qual seja a institucionalização de uma Lei que estabeleça e determine que só seja autorizado a Alvará de Funcionamento ao estabelecimento que apresentar a Apólice de Segura de Responsabilidade com Terceiros, compatível com suas dimensões e renovável anualmente, além das já legalmente constituídas.
É sabido e notório que a Companhia de Seguros para emitir a Apólice, efetuará as vistorias técnicas pertinentes com todo o cuidado e esmero que a situação requer.
Que seja para o bem de todos.
CDE- Centro Democrático dos Engenheiros
CDE, 30-01-2013
MANIFESTO
“ENCHENTES PAULISTANAS DEVEM SER RESOLVIDAS”
O Centro Democrático dos Engenheiros vem, desde 1963, propugnando pela melhoria nas questões de interesse público
em geral, da nossa comunidade.
O dramático problema das enchentes e inundações recorrentes, na Região Metropolitana de São Paulo, assume uma feição extremamente preocupante, pois acarreta inúmeros males, grandes desperdícios e enormes prejuízos de toda ordem.
É com alegria e honra que temos a satisfação de participar deste debate, procurando colaborar com a melhoria do Sistema.
Depois de ouvir muitas opiniões abalizadas e focadas na questão, estamos encaminhando algumas sugestões básicas, pelas quais continuaremos a propugnar, para que medidas urgentes sejam tomadas pelos Poderes Públicos Constituídos, a saber:
A - Gestão mais eficaz e mais determinada, principalmente quanto à integração desses Poderes Constituídos , no que tange à necessária atuação conjunta, bem planejada, e melhor coordenada, destas Esferas de Governo.
B – Incremento da reservação / contenção/ retenção das águas:
B.1 - Aumentando em quantidade e capacidade as unidades de retenção, comumente designadas como "piscinões";
B.1.1 – Em Seis reservatórios no Alto Tietê – capacidade de 500.000.000 m3 – contribuição de 10 a 15 m3/s.
B.1.2 – Desassoreamento do reservatório da Barragem da Penha , operação inexplicavelmente interrompida ou descontinuada.
B.1.3 - Nos reservatório “Billings”, Rio das Pedras, Guarapiranga , da Bacia do Rio Pinheiros ( reservação de cerca de 1.300.000 .000 m3);
B.1.4 – Na Limpeza e manutenção dos cerca de 40 reservatórios de retenção já construídos em córregos da Bacia Hidrográfica.
B.1.5 - Construção , em tempo hábil, dos outros cerca de 100 reservatórios de retenção, já planejados.
B2 – Incremento de reservatórios de retenção específicos , nas grandes construções, shoppings centers, e outras edifícações de grande porte, de acordo com legislação municipal específica, Lei Municipal 13.276/2001, promulgada por Decreto 41.814/2002.
B3 – Incremento e ampliação dos reservatórios d´água de captação /reservação e re-uso de águas pluviais, da cobertura de edifícios e residências.
C- Aprimoramento dos sistemas de drenagem das águas pluviais:
C1 - Limpeza contínua das calhas dos rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí, Aricanduva.
C2 - Limpeza e desobstrução da rede de córregos dessas Bacias Hidrográficas.
C3 - Suplementação, desobstrução e limpeza do Sistema de Galerias de Águas Pluviais.
C4 - Suplementação, desobstrução e limpeza de todas as bocas de lobo da Metrópole.
D - Aperfeiçoamento dos Sistemas de Educação, Treinamento e Conscientização da população, induzindo-a a se sentir co-responsável , no que diz respeito à sua indispensável participação no processo.
Segundo especialistas, o custo dessa iniciativa representaria cerca de 1% do investimento total da obra, avaliado em 10 bilhões de dólares.
As obras, provavelmente demandarão uns 40 anos, mas, a ação educacional intensiva deveria perdurar por cerca de 10 anos, para se chegar a um razoável controle das enchentes na RMSP - Região Metropolitana de São Paulo .
E - Restabelecimento do Sistema Billings de bombeamento (395 m3/s) e a consequente geração de energia (880 Mw), na Usina Hidro Elétrica de Henry Borden, de alta produtividade e possível retorno financeiro. Isso requer o saneamento da região, envolvendo o tratamento de todo o esgoto sanitário, providência esta importantíssima , contemplada pelo projeto SANEGRAN e outros, e que vem se arrastando há décadas. Estima-se que o retorno financeiro obtido seria capaz de contribuir com significativa parcela para efetivação das operações necessárias.
F - Restabelecimento de superfícies permeáveis, para a mais eficiente infiltração das águas pluviais.
G - Manter sempre presente a necessária postura mental de ALERTA, perante a força e o poder dos fenômenos naturais, como são as fortes chuvas, lembrando um velho pensamento: "As águas são um dócil servo e um cruel senhor".
H – Estimular os Órgãos de Pesquisa e Universidades a investir em estudos de eventuais, e talvez possíveis, Sistemas de Controle dos Fenômenos Naturais.
Sabedores que o assunto já o foi, mas, deve ser mais amplamente debatido para convergir para ações resolutivas, em conclusão a mais esta colaboração, salientamos :
Em reconhecimento e homenagem aos que nos antecederam ressaltamos que a nosso ver muito já foi feito, mas, muito ainda há por fazer para minimizar estes danosos males.
CDE – CENTRO DEMOCRÁTICO DOS ENGENHEIROS
Av. Dante Pazzanese, 120 – CDE: 04012-180 – São Paulo, SP
CDE, 19-11-2013
CDE, 28-07-2014
Manifesto dos Engenheiros Democratas à Nação Brasileira
O CENTRO DEMOCRÁTICO DOS ENGENHEIROS, uma instituição fundada num dos períodos mais críticos da história do Brasil, visa fundamentalmente a defesa da Justiça, dos Ideais Democráticos e da Liberdade no nosso país. Para tanto, como um braço político dos engenheiros de São Paulo, estamos atentos aos problemas, às necessidades e aos percalços por que passa o nosso povo.
Os engenheiros, como membros e partícipes da sociedade civil brasileira, vem observando, com grande preocupação, o comportamento desarticulado dos nossos governantes no enfrentamento dos grandes problemas da nação: os ministérios, em grande quantidade, não tem coordenação e pouco se articulam, cada ministro procurando imprimir uma marca própria à sua pasta; as políticas de educação e saúde são desencontradas e pouco eficientes, o que causa sérios transtornos à população e prejudica o desenvolvimento do país; a infraestrutura existente está se deteriorando por falta de manutenção adequada e as novas necessidade não estão sendo atendidas adequadamente; os serviços públicos, regra geral, são de péssima qualidade causando inúmeros problemas e inconveniências para a população; o Planejamento como política de Estado, quando existe, é de péssima qualidade e, na maioria das vezes, não funciona; a economia, até como reflexo de tudo que expusemos acima (e também do que não dissemos), está completamente contaminada pela política eleitoreira, impedindo assim que medidas urgentes de correção sejam tomadas, piorando ainda mais a situação da produção (indústria, comércio, serviços e até a agricultura) no país.
Não temos como relacionar aqui todos os problemas do Brasil, teríamos que desenvolver um tratado mas, o que apresentamos, é uma pequena amostra de tudo que não foi e nem está sendo feito agora, quando as necessidades são urgentes e imperiosas. Até quando teremos que aguardar sua execução? Ainda faltam 3 meses para as eleições (1º turno) e mais outro mês para a definição final dos eleitos e, até lá, a situação certamente piorará mais ainda se algo não for feito logo!
O povo brasileiro não merece passar por uma situação tão absurda, onde ele trabalha arduamente, e não recebe minimamente o retorno institucional e o respeito que lhe é devido.
O governo deve urgentemente tomar medidas efetivas para conter os desmandos e a incúria que toma conta da nação sob pena de ficar ainda mais desacreditado do que já está.
Os Engenheiros Democratas vem a público denunciar e exigir uma mudança imediata nessa política nefasta que está sendo levada a efeito pelo governo federal. Além disso, o Brasil precisa, mais do que nunca, da união dos brasileiros em torno de um projeto comum, um projeto viável que não exclua ninguém e, pelo contrário, inclua a todos no mesmo objetivo. Nós acreditamos que isso é possível e, a médio prazo, pode ser melhorado, através de uma efetiva atualização da Constituição Brasileira combinada com ampla reforma dos poderes Legislativo, Judiciário e também Executivo, principalmente com grande redução do número de ministérios, a maioria deles criados apenas para acomodar aliados políticos de ocasião.
São Paulo, 28 de Julho de 2014
Eng. Reinaldo Canto Pereira
Presidente do C.D.E.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O GLOBO * 19-11-63 * Página 5
MANIFESTO À NAÇÃO
CENTRO DEMOCRÁTICO DOS ENGENHEIROS
A NINGUÉM escapa a gravidade da situação nacional. O panorama político, administrativo, econômico, social da nossa Pátria é de molde a desalentar as mais teimosas esperanças. Um clima de insegurança e de mistificação envolveu de tal modo as instituições e os cidadãos, que todos temem pelo dia de amanhã.
Todos temem pela sorte do regime democrático, da liberdade que ele comporta e garante, e do patrimônio de tradições cívicas, de costumes e de fé, ameaçado, de maneira crescente e sempre mais violenta, pela demagogia que explora os problemas e as dificuldades do povo.
Agitadores servem-se dos demagogos e dos oportunistas para agravar a situação. Agravando-a, poderão levar o País ao caos e abrir as portas a um regime que submeta os cidadãos ao arbítrio do Estado e elimina os seus grupos representativos.
É a técnica do solapamento e de desmoralização que atua pela infiltração, sorrateira ou ostensiva, nos postos-chaves do Govêrno e nas posições de comando de grandes setores do organismo nacional. Seu resultado tem sido, em outras partes do mundo, o esmagamento de tradições democráticas tão arraigadas quanto as nossas.
A tática do ridículo e da desmoralização através de qualificações infamantes visa a confundir o povo e apresentar a sua execração exatamente os que não querem permitir que o País se entregue. Pelo envolvimento e pela intimidação, a maioria é amordaçada e isolada as vozes dos que se dispõem a reagir.
O apelo insincero a certas reformas – reformas que esses “reformadores” procurarão evitar a todo custo, pois a existência e o agravamento das dificuldades nacionais constituem para eles o melhor caldo de cultura revolucionária – tem em vista iludir a boa fé do povo, induzindo-o a acreditar que nessas reformas estará a sua única salvação.
A maioria está sendo intoxicada pela mentira e impostura; esmagada pelo custo da vida; intimidada pela desordem generalizada; exasperada pela ausência de autoridade. Aturdida, assiste às arremetidas contra o regime, contra a Constituição que o rege e contra as instituições representativas em que ele se alicerça.
Quem tem olhos de ver, veja! Quem tem ouvidos de ouvir, ouça! não há cego pior do que aquele que, possuindo olhos, recusa-se a enxergar, nem pior surdo do que aquele que fecha os ouvidos, à voz da consciência e se deixa embalar na esperança de que o patriotismo dos outros acaba por salvá-lo, redimindo-o da sua incúria e da sua omissão.
Nossa mensagem, entretanto, é de esperança.
A esmagadora maioria do povo brasileiro é democrata.
A esmagadora maioria dos brasileiros não quer a revolução.
A esmagadora maioria de nossa gente deseja paz para o trabalho, escola para os filhos, liberdade para amar a Deus e praticar sua religião.
A democracia, a verdadeira democracia, tão bela em seus propósitos, tão completa em sua justiça, tão generosa em seus benefícios, quando realizada irá satisfazer aos mais caros ideais de felicidade. O caminho é porém árduo, muito árduo mesmo. Tudo dependerá, entretanto, da coragem e do esforço de todos, na medida da formação e da aptidão de cada um.
Engenheiros de profissão, em permanente contato com as mais humíldes camadas da população, sentimos os seus anseios, vivemos os seus dramas, conhecemos a sua formação democrática e o seu espírito cristão. Somos homens da técnica e sabemos que o mundo novo está surgindo ao impulso das conquistas técnico-científicas. Mas os progressos da ciência e da técnica nunca se hão de opor ao homem e aos seus valores espirituais. Ao contrário, só terão sentido se se puserem ao seu serviço, como instrumento da liberdade e fecundo auxiliar da justiça e da fraternidade.
Os povos não carecem de capatazes. Necessitam, isto sim, de líderes conscientes do seu papel e da sua imensa responsabilidade política e social. Que os mais capazes façam ouvir sua voz, participem efetivamente do processo político nacional e, assim, possam assegurar a indispensável renovação dos atuais quadros políticos do País, tão modestos em valores morais, intelectuais e cívicos.
Essa a razão pela qual, depois de termos denunciado, em princípios deste ano, o clima de desordem e demagogia que se estava criando no País, voltamos a falar a todos os brasileiros. Decidimos, agora, organizar-nos numa entidade forte e atuante. “CENTRO DEMOCRÁTICO DOS ENGENHEIROS”, que reunirá todos os elementos democráticos da classe e conclamará os profissionais de todas as outras especialidades para a tarefa comum – a solução dos graves problemas brasileiros dentro da ordem, da justiça, da democracia e dos princípios cristãos.
Os que nos julgam no caminho certo, venham conosco.
Preferimos acender uma luz, ainda que tênue, a estar estèrilmente amaldiçoando a escuridão. Os que, entretanto, desejam levar o povo ao desespero, e o País ao caos, nos terão pela frente, num combate implacável e sem quartel.
São Paulo, 19 de novembro de 1963.