A noção de bens e serviços é elementar em economia. Os primeiros são materiais, os outros são imateriais.
Mas, quando nos servem uma refeição num restaurante, estaremos obtendo um bem ou um serviço?
Quando falamos de bens, referimo-nos a algo palpável, ou seja, a objetos que podem ser tocados ou utilizados. São exemplos bens a comida, a roupa, os eletrônicos ou os livros.
Os bens podem ser duráveis e não duráveis. Estes últimos dizem respeito a bens produzidos para consumo imediato (um sorvete ou um refrigerante, por exemplo). Já os bens duráveis podem ser utilizados ao longo de muito tempo, várias vezes, como um livro ou um automóvel.
Podemos também dividir os bens em bens de consumo e bens de produção. Os bens de consumo referem-se a bens destinados ao consumidor final, satisfazendo as suas necessidades (comida, roupa, etc.). Os bens de produção, por sua vez, são aproveitados como recursos para produzir outros bens (um robô para produzir carros ou farinha para produzir pão, por exemplo). Podemos dividir os bens de produção em bens de equipamento (máquinas e ferramentas), matérias-primas (incorporadas no produto final) ou matérias subsidiárias (usadas na produção, mas não incorporadas no produto final, como a energia elétrica).
Os serviços representam ações, como dar uma aula, cortar o cabelo, realizar uma consulta médica ou manutenção em um computador. Trata-se, por isso, de algo que alguém (empresa ou pessoa) faz para outra pessoa ou organização. A produção de bens e a prestação de serviços servem para satisfazer necessidades de indivíduos e da comunidade.
Ao contrário dos bens livres, que existem abundantemente na natureza (como o ar, o vento, o sol). Os bens e serviços econômicos não aparecem de forma mágica. Têm de ser produzidos e, como tal, têm por base recursos produtivos finitos (que podem ser naturais, humanos e de capital). Por isso, quando pensamos em bens e serviços econômicos, associamos a um valor monetário, que leva em conta todos os recursos usados na sua produção.
Comprar bens e serviços por um valor previamente estabelecido é a forma mais comum de os obter. Vamos à livraria e compramos um livro, tal como se compram aulas numa academia de esportes. É bom explicar que nem todos os bens e serviços são pagos diretamente por quem usufrui deles. Na escola privada, por exemplo, a mensalidade é paga pelo aluno, enquanto na escola pública é assegurada pelo Orçamento de Estado (e, indiretamente, pelo pagamento de impostos).
Existem, no entanto, outras formas de se obter bens e serviços sem pagamento monetário. Por um lado, há bens e serviços que são oferecidos gratuitamente (como o motor de busca do Google). Além do que, é possível, simplesmente, trocar bens e serviços. Esta troca pode ter como referência um valor monetário estimado (trocar um livro por outro de valores equiparados) ou outro tipo de referência. Neste sentido, existem várias iniciativas de ‘Bancos de Trocas’ que usam moedas sociais ou que associam o tempo despendido em cada serviço como referência.
Mas e ai? A refeição num restaurante é um bem ou um serviço?
Quando vamos a um restaurante, recebemos uma refeição (um bem, palpável).
Contudo, estamos perante um serviço.
Porquê?
Simples. Um restaurante providencia mais do que comida: pelo preço estabelecido, tem-se acesso à refeição, mas também ao serviço do cozinheiro e ao atendimento do garçom e de outros funcionários do local.