Odebrecht e Braskem, juntas, pagaram mais de 1 bilhão de dólares em propinas a partidos, empresários e funcionários de governos de 12 países.
Investigadas nos EUA e Suíça, as empresas receberam multa bilionária. Informações divulgadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelaram que a empreiteira brasileira Odebrecht foi responsável pelo "maior caso de corrupção global da história".
Após acordo de cooperação com a Justiça, a Odebrecht e a Braskem, uma de suas subsidiárias que atua no setor petroquímico, admitiram ter pago, juntas, mais de 1 bilhão de dólares em propina a funcionários, partidos políticos e representantes de governos de 12 países, incluindo o Brasil. Em troca do suborno, as empresas ganhavam vantagens em contratos em relação a concorrentes.
Como funcionava o esquema de corrupção?
Para gerenciar os pagamentos de propina, a Odebrecht contava com uma complexa rede de empresas fantasmas e contas bancárias espalhadas em diversas partes do mundo.
Que países estavam envolvidos?
O esquema de corrupção envolveu políticos, partidos, empresários e funcionários do governo de 12 países: Brasil, Angola, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.
Por que EUA e Suíça participaram das investigações?
Embora a Odebrecht e a Braskem não tenham pagado propina a intermediários nestes países, as empresas praticaram atos ilícitos em solos americano e suíço.
Segundo as investigações internacionais, as duas empresas usaram, por exemplo, contas na Suíça e nos Estados Unidos para fazer os pagamentos de suborno. Outro exemplo: algumas das empresas fantasmas, usadas para lavagem de dinheiro, eram operadas por empresários em solo americano. Além disso, a petroquímica Braskem, que tem ações na Bolsa de Valores de Nova York, também é acusada de violar regras do mercado de capitais.
Tais fatos permitem que as empresas brasileiras também sejam julgadas pelas leis suíças e americanas.