Aumentos salariais são reais?
Ultimamente um assunto muito abordado no nosso país está relacionado com o poder económico, maioritariamente das famílias; os “Salários aceleram, mas função pública continua a perder poder de compra”, afirmou Raquel Martins na notícia publicada dia 11 de maio. Nesta notícia são apresentadas as estatísticas relacionadas com este tema e conclui-se que houve um aumento nos salários brutos, em 2023, mas que este não se traduziu num aumento de poder de compra para todos, muito menos na função pública, onde recuou 2,5%.
É sabido que andamos a passar por momentos complicados, inclusive por um período de inflação. A remuneração média total por trabalhador aumentou mas, com isso, os preços do cabaz de bens e dos serviços também, daí o poder de compra dos indivíduos não aumentar. Como a espiral inflacionista evidencia, quando há um aumento dos custos de produção, tende a existir uma subida nos preços de venda e, consequentemente, uma perda de poder de compra. Os trabalhadores lutam através de reivindicações salariais, sobem os salários e depois volta-se à estaca zero, há novas subidas dos custos de produção, o que vai levar à repetição do processo.
Por isso mesmo, será que num período destes, o Estado não deveria ponderar travar esta espiral, mesmo que a forma de o fazer fosse não ceder, de certa forma, às reivindicações salariais? No fundo, é necessário que, de alguma forma, se trave este processo, para que não se agravem os impactos negativos na capacidade financeira das famílias, visto que só o tempo é que vai permitir que este período difícil se amenize.
Texto de opinião da aluna Margarida Rocha Pratas, 10º3A