PRÉ-HISTÓRIA
Desde os primórdios da humanidade, durante a chamada Idade da Pedra (Paleolítico e Neolítico), as mulheres desempenharam papéis fundamentais para a sobrevivência dos grupos humanos. Eram responsáveis pela coleta de alimentos, como frutos, sementes e raízes, essenciais para a alimentação das comunidades. Além disso, embora a caça fosse predominantemente masculina, há indícios de que mulheres também participavam dessa atividade, demonstrando versatilidade e resiliência. Seus cuidados com os filhos e as tarefas domésticas contribuíam diretamente para a organização social, ainda que suas contribuições tenham sido pouco registradas na história escrita. Com o surgimento da Idade dos Metais (aprox. 6.000 a.C. no Oriente Médio, chegando em outras regiões em períodos distintos), as mulheres ampliaram sua participação social e econômica. Passaram a cuidar das plantações e do manejo dos alimentos, consolidando seu papel na agricultura. Também se destacaram nas atividades artesanais, produzindo roupas, utensílios e diversos objetos necessários à vida cotidiana. Em algumas culturas, exerceram funções importantes em rituais religiosos e eventos sociais, revelando que, mesmo em sociedades marcadamente patriarcais, sua presença era indispensável e multifacetada.

ANTIGUIDADE
Durante a Antiguidade, que compreende aproximadamente o período entre 4.000 a.C. e 476 d.C., o papel das mulheres variou conforme a civilização e seus costumes. No Egito Antigo, algumas mulheres chegaram a ocupar posições como sacerdotisas, administrar propriedades e até participar do comércio, desfrutando de certo grau de autonomia. Na Grécia, a maioria era confinada ao espaço doméstico, com exceções, como as sacerdotisas que gozavam de prestígio social. Em Roma, as mulheres tradicionalmente cuidavam da casa e dos filhos, embora algumas participassem dos negócios familiares. Apesar das limitações impostas, mulheres de destaque exerceram liderança e influência social, refletindo a complexidade de suas funções na época.

IDADE MÉDIA
Na Idade Média, entre os séculos V e XV, as mulheres continuaram a exercer múltiplas funções essenciais. Atuavam na agricultura, na produção artesanal e no comércio local, além de cuidar do lar e da família. Algumas, principalmente monjas e mulheres nobres, tiveram acesso à educação e participaram ativamente da vida religiosa e cultural, o que lhes conferia certo poder e autonomia. Nas classes altas, por meio de alianças matrimoniais, exerceram influência política, enquanto as mulheres comuns eram peças-chave na economia das comunidades rurais e urbanas, reafirmando seu protagonismo social, apesar das restrições da época.

IDADE MODERNA
A Idade Moderna, que vai do final do século XV ao final do século XVIII, trouxe importantes transformações sociais que abriram novos horizontes para as mulheres. Apesar de o patriarcado ainda dominar, algumas conseguiram destaque em áreas como ciência, literatura e artes, como Maria Sibylla Merian e Madame de Pompadour, exemplos de mulheres que desafiaram as normas sociais vigentes. Durante o período das grandes navegações e colonizações, as mulheres também participaram ativamente da manutenção das colônias e da economia local, evidenciando sua presença constante, mesmo em contextos desafiadores.

IDADE CONTEMPORÂNEA
Por fim, a Idade Contemporânea, iniciada no final do século XVIII, é marcada por grandes avanços nos direitos das mulheres e pela luta incessante por igualdade. A conquista de direitos civis, políticos e sociais, a inserção no mercado de trabalho e a participação em movimentos feministas ampliaram significativamente sua presença em todas as esferas da vida. Atualmente, as mulheres atuam em diversos campos, como ciência, tecnologia, política e cultura, sendo protagonistas da transformação social que busca uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva, na qual o reconhecimento da diversidade de gênero é valorizado como princípio fundamental.