História Faro

Faro, primitivamente denominado Ossónoba, terá surgido por volta do século VIII a.C., durante a colonização fenícia do Mediterrâneo Ocidental. Tinha então um carácter de entreposto comercial, integrado num vasto sistema mercantilista baseado na troca de produtos agrícolas, pescado e minérios, situação que se manteve nos períodos grego e cartaginês. Entre os séculos III a.C. e VIII d.C., a cidade esteve sob domínio romano, Bizantino e visigodo. Dos vestígios romanos destaca-se as Ruínas romanas de Milreu. Do período visigótico existem várias fontes e indícios (quer de escritores cristãos quer árabes) que referem uma magnifica catedral, mas cujos vestígios nunca foram encontrados. Da ocupação bizantina (Império Bizantino) destacam-se as torres bizantinas da cidade.

A situação dos terrenos em que assenta a actual cidade de Faro era então diferente. O nível médio das águas do mar encontrava-se dois a três metros acima do actual, originando uma linha de costa muito recortada e inundável. A configuração deste território era resultante de um sistema de colinas ou morros (o da Sé, onde se estabelecera o referido entreposto, o dos Artistas, Santo António do Alto e o conjunto de colinas que vão de São Pedro ao Alto Rodes, designadas por Alto da Caganita, Alto da Atalaia e Alto da Esperança), separados por canais ou ribeiras e sujeitos, com as marés, à subida e descida das águas do mar. Dos canais, destacamos uma linha de água principal que corria desde a actual Ribeira das Lavadeiras, percorrendo a Estrada de São Luís até ao Lethes, daqui para a Praça Alexandre Herculano onde formava um lago - Alagoa - bifurcando, junto ao palácio Belmarço, para contornar o morro da Sé por ambos os lados.