No dia 17 de outubro de 2025, pelas 15h30, no Auditório Municipal Francisco Ferreira, alunos do ensino secundário do nosso Agrupamento (a turma 11.º C e alguns alunos do 12.º ano, acompanhados pelas professoras Conceição Marinho e Manuela Fernandes, respetivamente) tiveram a oportunidade de conhecer Elsa Ligeiro, editora, mediadora de leitura e, sobretudo, grande apaixonada pelos livros.

A sessão começou com o cruciverbalista Paulo Freixinho, que não só explicou a essência da sua profissão (infelizmente, em vias de extinção…), ou seja, conceber criativamente palavras cruzadas para os jornais, como o Público, por exemplo, como também desafiou os alunos presentes a resolver umas palavras cruzadas que criou especificamente sobre Camilo Castelo Branco e a sua ligação estreita a Vizela (tema deste primeiro Encontro Literário “VizeLER”).

  Seguidamente, num tom intimista e afetuoso, Elsa Ligeiro levou-nos numa viagem aventureira por textos camilianos menos conhecidos e já editados por si. Assim, leu, com toda a expressividade, excertos de «Zé do Telhado», essa cativante personagem que Camilo conheceu na Cadeia da Relação, uma espécie de «Robin dos Bosques» à portuguesa, e da novela «O cego de Landim», particularmente o trecho em que Camilo descreve Narcisa: “Chamava-se a Narcisa do «Bravo» — alcunha paterna. Até aos treze anos andava vestida de rapaz e media-se com os mais gaiatos a trepar à grimpa de um pinheiro, no assalto noturno às cerejeiras, em duelos à pedrada, no jogo do pau e no murro.”

Depois da leitura, seguiu-se uma agradável partilha de ideias e impressões com o público presente, falou-se de outras obras de Camilo, invocou-se a Maria Moisés (também das Novelas do Minho), reconheceu-se a profunda humanidade e o amor abnegado de Mariana, de Amor de Perdição…

Antes da sessão terminar, foi ainda lançado um desafio a dois alunos de Artes Visuais para uma possível adaptação de «O cego de Landim» a novela gráfica… Eis um desafio imperdível!

Camilo nasceu há 200 anos, porém a sua obra, para além de um retrato de uma época, também apresenta traços de grande atualidade. Daí que seja uma obra a re(visitar) continuamente…

Professora Manuela Fernandes