Noções básicas sobre o Prâna

Algumas noções básicas sobre o prâna

Entre as inúmeras forças que emanam do Sol, fertilizando e interpretando as próprias energias dos planetas físicos que compõem o seu sistema planetário, a pedagogia espiritual do Oriente destaca três que são as mais importantes e úteis ao conhecimento da humanidade atual. São elas: "Fohat", que é conhecido no Ocidente por eletricidade, e que pode transformar-se em calor, magnetismo, luz e força ou movimento; "Kundalini", ou fogo serpentino, energia solar muito vigorosa, que se concentra no seio da Terra e depois flui violentamente para a periferia, ativando as coisas e os seres num impulso dinâmico de alto poder transformativo e criativo; finalmente, a terceira força ou elemento é o "Prâna", cuja energia ou Vitalidade em potencial é responsável por todas as manifestações da vida no Universo.

O Prâna está em todos os fenômenos do mundo exterior da matéria, assim como também nutre a vida no mundo oculto espiritual, mental, astral e etéreo. Essas três manifestações energéticas, emanadas do Sol, que é o centro principal da Vida na Terra, conhecidas no Oriente por "Fohat", "Kundalini" e "Prâna", jamais se transformam noutras formas de energias, pois tais elementos são tipos específicos, à parte, que atendem exclusivamente às necessidades e funções que mencionamos.

Nota do Revisor: Prâna, do sânscrito, de "pra", para fora, e de "an", respirar, viver, significa a energia cósmica, força total e dinâmica, que vitaliza todas as coisas e todos os planos de atividade do Espírito, Imortal, de Onde se manifesta a Vida; aí existe Prâna.

Aliás, Prâna é palavra de origem sânscrita e traduzida textualmente, quer dizer "sopro de vida", ou energia vital. Para os orientais e principalmente entre os Hindus ela possui significação mais ampla, sendo considerada a manifestação centrífuga de um dos poderes cósmicos de Deus. Para a escolástica Hindu só há uma Vida, o Prâna, tido como a própria Vida do Ugos!

Prâna é a vida manifestada em cada plano de atividade do Espírito eterno; é o sopro vital de cada coisa e de cada ser. Na matéria ele é a energia que edifica e coordena as Moléculas físicas, ajustando-as de modo a comporem as formas em todos os reinos, como o mineral, o vegetal, o animal e o hominal. Sem Prâna, sopro indispensável, não haveria coesão molecular nem a conseqüente formação de um todo definido, pois é ele que congrega todas as células independentes e as interliga em íntima relação sustentando as formas. A coesão celular formada pelo Prâna assegura a existência de uma consciência vital instintiva, garantindo uma unidade sensível e dominante, que atua em todos os demais planos internos da Vida.

O Espírito, ao "baixar" do seu mundo espiritual para formar sua individualidade consciente no mundo material, submete-se a um processo gradativo ou inerente a cada plano da vida, sendo um fenômeno uniforme em todo o Universo. No mineral, essa "consciência" em formação permanece estática e adormecida, mas depois evolui para a irritabilidade de "consciência" do vegetal ainda em "sonho"; em seguida, vivendo novos estágios de adaptações, ela alcança o estado de consciência instintiva animal; e, finalmente, atinge o raciocínio glorioso do homem! Entretanto, em todo esse modelamento progressivo e demorado, o Prâna, energia vital, é o fio dadivoso que une as contas de imenso colar de moléculas para plasmar as múltiplas formas da Vida! Recorrendo a rude exemplo, diríamos que, assim como o cimento une os tijolos de um edifício, o Prâna é a liga, o elo vital, ou o elemento oculto, que associa os átomos, as moléculas e as células para compor o Universo!

“O Prâna não é um eleito da Vida, como ainda supõem alguns espiritualistas do Ocidente, pois o mineral, o vegetal, o animal e o homem é que são realmente seus produtos ou elementos resultantes, visto absorverem em sua intimidade o diquantum” dessa energia vital indispensável para se manifestarem no mundo. O Prâna está presente e atuante em todas as expressões de Vida no Universo, porque ele é a essência vital que alimenta desde o "combustível" mental necessário ao homem para compor os seus pensamentos e idéias, assim como também vivifica a substância astralina que fotografa e manifesta todos os sentimentos das emoções do Espírito.

Prâna é "sangue vital" de incrível poder e amplitude cósmica, que se manifesta em todos os planos da Vida, pois sua falta implicaria na desintegração e no desaparecimento instantâneo do Universo exterior, que é visível e sentível à consciência humana.

Os organismos vivos, quando em equilíbrio e harmonia, só absorvem a quantidade exata de Prâna indispensável para manterem o seu corpo sadio e eufórico. Quando há excesso de Prâna no homem, isso lhe afeta a saúde, pois o sistema nervoso torna-se excitado e irregular. É um estado mórbido que se torna um campo favorável à enfermidade física; e, em certos casos, pode mesmo ocorrer à morte sob a paradoxal diagnose de "apoplexia vital"! Esse fato é semelhante ao que acontece com a eletricidade, quando a voltagem muito elevada danifica e "queima" os equipos elétricos de capacidade reduzida, adequados a menor quantidade de força. É também, caso idêntico ao do sangue que, em excesso, é danoso para o organismo humano, podendo resultar em ataque de apoplexia.

Em sentido oposto, 'quando há Prâna em quantidade insuficiente para atender às necessidades vitais comuns, o homem torna-se anêmico e morre pela exaustão. Infelizmente, o terrícola ainda subestima os ensinamentos tradicionais esotéricos, pois se ele realmente se dispusesse a investigar e conhecer a natureza, o potencial e a função do Prâna, sabendo ativá-lo nas entranhas do seu organismo, ele conseguiria eliminar certas moléstias ainda freqüentes em sua existência. Através da purificação de sua respiração e pela graduação consciente e proporcional dessa maravilhosa energia vital para o seu corpo, o homem astuto viveria à semelhança de um seguro aparelho de precisão, com excelente transformador de estabilidade a regular-lhe a voltagem mais certa para o seu tipo biológico. Gozaria de um equilíbrio vital qual usina viva a fornecer energia vigorosa e criadora para vitalizar os próprios familiares e proporcionar saúde aos enfermos. Dominando o metabolismo e a função dos "chacras", do duplo etérico, então seria capaz de repor, de imediato, a carga vital faltante nas relações com as criaturas desvitalizadas. E em sentido oposto, poderia reduzir o excesso prânico que resulta em tensão nervosa, excita os movimentos e conduz o homem a atos violentos, como expansão equilibrante de seu vitalismo.

Basta ao homem um conhecimento singelo da fisiologia e dinâmica do chacra esplêníco, que absorve o Prâna, à altura do baço físico, para ele saber melhorar a cota e a qualidade do seu sangue, logrando uma purificação sanguínea capaz de livrar sua pele e seu corpo de excrescência, verrugas, manchas e impurezas.

Para os leitores que quiserem harmonizar sua saúde e equilibrar seu Prâna, é recomendado, os livrinhos "A Ciência Hindu-Yogi da Respiração", "Ciência Ra Psíquica" e a "Cura Prática pela Água", obras de Yogi Raraa, onde encontrarão excelentes diretrizes para um bom desenvolvimento mental, físico, psíquico e espiritual. Obras editadas pela "Livraria “Pensamento”.

As mulheres que usam excesso de maquilagem envelhecem bem mais cedo do que as recatadas na pintura das faces, pois o Prâna físico que se renova pela pele, rarefaz-se e reflui para a intimidade do corpo ante o entupimento dos poros. Os antigos iniciados podiam apresentar-se remoçados e belos; a sua epiderme viçosa assemelhava-se à "'pele" acetinada do pêssego, porque eles conheciam todos os segredos do Prâna, e o distribuíam harmoniosamente na sua constituição psicofísica. Muitos yogas, já no limiar da morte física, concentram tal dose de Prâna no seu corpo carnal que o seu cadáver resiste dias, meses e até anos sem decompor-se, mantendo-se num aspecto incomum.

O caso do Yoga Paramhansa Yogananda, sepultado na Flórida, nos Estados Unidos, o qual, ao abrirem seu caixão após 20 dias, ele estava perfeitamente intacto, sem qualquer sinal de decomposição ou de mau odor. As faces estavam luzidias e até com ligeiro rubor, conforme declaração da própria Administração do Cemitério e da empresa funerária de Los Angeles. Veja comprovação do fato na obra "Autobiografia de um Yogi Contemporâneo", Ediciones Siglo Veinte.

Felizmente, muitos médiuns quando Ingressam no trabalho de caridade, doando suas energias, verificam que alcançam sua harmonia, doando o seu excesso de fluidos prânicos nos passes magnéticos (ou mediúnicos). Muitos vivem noites de insônias, devido ao Prâna, e só encontram o alivio e acabam com sua insônia, após doações, de seu excesso de Prâna, ou então, fazendo longas caminhadas ou exercícios fatigantes, para dissipar na natureza o excesso de "Prâna" de que é portador.