Matizes do Prâna

Matizes do Prâna

O Prâna físico é de cor branca em sua manifestação unitária. No entanto, essa cor é a síntese' ou a associação de outros sete matizes e tons diferentes, algo semelhante às cores do espectro solar ou do disco colorido de Newton, Em verdade, não se pode avaliar as cores ou os matizes que sintetizam o Prâna pela mesma nomenclatura ou convenção das cores conhecidas no mundo físico devido à localização vibratória do olho humano. Entre os próprios homens há diversidade na recepção vibratória ocular da cor, pois enquanto certas criaturas distinguem com absoluta nitidez, o azul do verde, outras enxergam outros tons nessas cores. Os chineses, antes de seus olhos despertarem para a sensibilidade cromosófica atual, só viam o céu num tom de amarelo claro e transparente, conforme ainda se pode comprovar pelas suas pinturas de alguns séculos atrás. Ainda hoje, na China, enquanto a maioria já percebe o matiz azul do céu, ainda há pessoas que só se sentem atraídas pelas cores amarela, vermelha e preta, conforme se caracterizam certas manifestações artísticas e gostos do chinês.

Esses matizes do Prâna que sintetizam a cor branca são o amarelo, o azul, o roxo, o verde, o alaranjado e dois tipos de vermelho; um destes é mais carregado e outro num tom róseo, que em certos casos emite reflexos lilases. É por isso que o Prâna ou energia vital, também, em sua cor branca, subdivide-se noutros matizes diferentes ao fluir pelos chacras do duplo-etérico, que é o corpo etéreo intermediário entre o perispírito e o corpo físico.

Esses centros de forças etéricas situados no duplo-etérico funcionam como verdadeiros prismas energéticos, variando em seu diâmetro, velocidade e cores, conforme a região em que se situam perpendicularmente ao corpo carnal, e quanto à atividade ou função que desempenham nas suas relações com o perispírito. Assim, os chacras situados nas regiões mais instintivas dó homem, corno o centro umbilical, o genésico e o kundalini, mostram-se em cores mais densas, porém, mais robustas ou "materiais", assinalando atividades de ordem mais afins ao mundo físico. Mas, nesse caso, eles se apresentam com os matizes mais pobres, menor número de raias, divisões ou "pétalas".

No entanto, os chacras situados nas zonas mais elevadas do homem, como o centro cardíaco à altura do coração, o laríngo de fronte à garganta, o frontal entre os supercílios; e o coronário no alto da cabeça, também se manifestam nas pessoas de boa índole espiritual, sob aspectos cromosóficos formosos, transparentes e contando maior número de raios ou "pétalas". Isso acontece, porque o Prâna físico, ao filtrar-se pelos chácras das regiões instintivas do ser mostra-se mais grosseiro e decai em sua freqüência vibratória habitual, ao sustentar atividade, mais animal.Mas assim que essas diversas cores fluem pelos chacras mais inferiores e depois atingem as regiões mais elevadas do homem, elas então se modificam, clareiam e sutilizam-se, aumentando em beleza e colorido, pois recebem a contribuição das energias sublimes descidas das regiões angélicas através do sublime canal espiritual situado no alto da cabeça do homem. O nobre chacra coronário de "união divina", permanentemente aberto para a região alta da vida do Espírito Imortal!

Os vegetais, os animais e os homens assimilam e irrigam-se de Prâna, como o elemento fundamental de sua vida, mas possuem urna cor em sintonia perfeita com o seu tipo biológico e suas atividades psíquicas. Enquanto Francisco de Assis desenvolveu o seu Chacra cardíaco e pôde destacar-lhe a cor rosca, peculiar do matiz prânico do Amor, Nero, por exemplo, nutria-se de um Prâna vermelho sujo e arroxeado, de vitalidade extremamente sensual, vivificadora das práticas sexuais. Cada um dos sete matizes do Prâna possui função distinta na vida do homem, pois enquanto o tom amarelo claro, formoso e transparente alimenta as atividades superiores do intelecto, já o amarelo sujo e opaco, de aspecto oleoso, é mais próprio do homem animalizado, cujas elucubrações cerebrais só operam nas regiões profundas do mundo instintivo.

Só em casos raríssimos o homem seria capaz de absorver em si mesmo todo o conteúdo setenário do Prâna; e então, adquirir a plenitude de consciência desde o mundo mental, astral, etéreo até o físico. O próprio Buda, cujo intelecto era de nível super-humano, revelava um tom dourado despedindo cintilações na transfusão prânica pelo Chacra coronário, mas não manifestava, ainda, o branco absoluto da síntese total do Prâna. Em sentido oposto, Rasputin, o mago das trevas, nutria-se de um Prâna físico escuro, a síntese negativa dos sete matizes inferiores, mas que puderam fortalecê-lo a ponto de resistir fisicamente a toda sorte de tentativas de assassinato na corte de Nicolau II, tendo mesmo neutralizado as reações tóxicas de fortes doses de arsênico e enfrentado a metralha de projéteis destruidores.

No reino animal, no entanto, existe o gato, que é capaz de absorver o Prâna físico de baixa qualidade, em todos os seus matizes inferiores. Há alguns séculos, quando ainda habitávamos, em corpo físico, no Egito, já se sabia que o gato possui "sete fôlegos" ou "sete vidas", como um dos animais capazes de enfeixar em si a síntese das sete cores prânicas físicas, animalizadas. O sacerdócio egípcio já o considerava um animal sagrado e os magos negros o utilizavam com freqüência, como condensador vivo nos trabalhos de magia, assim como hoje os feiticeiros terrenos servem-se do sapo para o êxito de suas feitiçarias. A vida do gato ainda está envolta por certo mistério e lenda do passado, assim como tem servido para o fundo mórbido de várias narrativas excêntricas e mórbidas.

Tudo não passa de diferenças vibratórias, em sua essência a cor é vibração; e por isso, ela corresponde simultaneamente a outros diversos fenômenos conforme a nossa capacidade de auscultação psicofísica. Aliás, em nossa vida espiritual podemos sentir, ao mesmo tempo, o odor, a temperatura, o peso, a densidade e o próprio som correspondente a cada matiz de cor.

Em suma, o Prâna age em equilíbrio com cada plano de Vida, c manifesta-se também em perfeita correspondência vibratória com a cor e a natureza vibratória desse plano de vida. No plano físico ele constrói os minerais, as plantas, os animais e os homens, mas também está presente como energia vital da sensibilidade nervosa, na oxigenação, na excitabilidade muscular, na vibração sanguínea, na pressão do empuxo cardíaco; na contração e dilatação dos brônquios, na diástole e sístole do coração; nos cinco sentidos, nas modificações atômicas ou fisiológicas, e também, nos estímulos endocrínicos que fabricam os hormônios.

Sem a Prâna o perispírito também não poderia aglutinar os átomos e as moléculas do mundo físico, para materializar a sua forma fetal no útero materno, nem o duplo-etérico conseguiria modelar-se em torno da figura humana em gestação. É o Prâna, enfim, a rede energética vital que interpenetra, afiniza e compõe a estrutura das coisas e dos seres em qualquer latitude ou longitude cósmica. Mas ele não é o éter, o oxigênio ou o azoto, tidos como fonte criadora de vida na intimidade dos seres vivos, pois, na realidade, estes elementos é que vivem do Prâna; o qual, em síntese, não é efeito; é causa.

O Prâna, que estrutura e nutre os nervos é independente e distinto do conhecido magnetismo do homem ou fluido nervoso, porquanto estes magnetismo são originários do éter físico exsudado do próprio corpo, ou seja, energia radioativada. O Prâna, no entanto, é energia independente; ele flui pelos nervos do homem, mas não é o seu magnetismo nem o fluido nervoso.

Tornamos a repetir, o Prâna é a Vitalidade em todos os planos de manifestação dos seres e das coisas. Assim, há Prâna espiritual virginal que mantém a figura iniciática do Espírito no seu primeiro plano para a individualização; há Prâna mental responsável pela vida do pensamento, Prâna astral nutrindo o desejo, o sentimento e a emoção, Prâna etérico alimentando o duplo-etérico e os Chacras, assim como também há o Prâna físico, que enseja e produz a ação concreta da consciência "física" ou humana. O Prâna manifestasse, subdivide-se ou encorpa-se, conforme a necessidade e a natureza vibratória de cada plano em que o espírito do homem atua. A matéria nervosa é que faculta ao homem a condição dele tanto sentir o prazer como a dor, gozar ou sofrer; no entanto, se tal matéria fosse composta unicamente de Prâna físico, ela, então, seria insensível no homem, assim como é no mineral. Os seres e as coisas que já possuíam sensibilidade extra-inaterial, seja o vegetal, o animal, ou o homem, é porque além do Prâna da vitalidade física, eles também possuem o Prâna ou substância astralina, que é o fundamento vivo da emoção, do desejo e do sentimento, mesmo sob manifestações primárias ou muito rudimentares.

Em conseqüência, a matéria nervosa é fruto da combinação harmoniosa do Prâna astral e do Prâna físico e que, ao darem vida à célula nervosa, eles concedem-lhe também a sensibilidade própria das emoções e dos sentimentos humanos do plano astral. No entanto, quando o homem pensa, ele pratica uma ação mais íntima do que "sentir" ou "emocionar-se", pois ele o faz pelas células nervosas do cérebro, que além de estarem associadas ao Prâna astral da emoção, acham-se também impregnadas do Prâna mental ou sopro vital sustentador do mundo do pensamento. Graças ao Prâna, diz a tradição oriental, a "Verbo se fez homem", porque a Vitalidade do Universo e dos seres, enfim, o próprio Prâna. Ante a manifestação incondicional e ilimitada do Prâna, dizem os sábios orientais, que o "espírito mesmo desprovido da palavra é um Ser que fala"! O Sol, sublime condensador e reservatório de Prâna, ele o distribui para os seus "filhos planetários", na forma de energias e fluidos, que alimentam todo o ser vivo e assegura a estabilidade no Cosmo.

Na contextura do mineral predomina o Prâna físico, e a vida nele não vai alem de um adormecimento profundo, cuja atividade só é perceptível pelo desgaste; nos vegetais, principalmente os de forte odorância ou carnívoros, o Prâna astral equilibra-se com o Prâna físico, por cujo motivo eles reagem pela irritabilidade através das nervuras ou espécie de sistema nervoso rudimentar. Nos animais, a maior proporção prânica astralina já lhes faculta uma consciência astral instintiva, tão desenvolvida ou avançada conforme seja a espécie, dando-lhes, por vezes, uma capacidade de sentir quase humana, como o cão, o cavalo, o elefante, o gato, o carneiro, o macaco e mesmo o boi.

Finalmente, o homem, que além do "sentimento" também é um "pensador", abrange, então numa associação ou síntese trifásica, o Prâna físico, o astral e o mental, razão por que ele possui as faculdades de pensar, sentir e agir simultaneamente em três planos diferentes, através dos planos vibratórios, cada vez mais densos do mundo interno, o Espírito vai incorporando o Prâna de cada plano em que se manifesta, até poder atuar na matéria através do corpo físico.

Os elementos inorgânicos, como a pedra e o mineral; e também os vegetais e ainda os animais e o homem, que já manifestam vida, todos nascem, crescem, desgastam-se e morrem. Porém, é graças ao Prâna, que isso acontece, porque ele está presente em todas as metamorfoses da Vida, substituindo as formas estáticas ou cansadas, vivificando o mecanismo da procriação, selecionando as espécies mais puras e as inferiores e concretizando assim o programa do Pensamento Ingerado e Incriado de Deus! O Prâna, enfim, é o elemento que permite ao Espírito baixar do seu reino sutil até a vida física e despertar-lhe a consciência individual de "Ser" e de "Existir" no seio do Cosmo! É, enfim, o sublime revelador da Vida Espiritual à periferia dos mundos materiais!