216) Utilização do método não destrutivo (MND) do tipo tunnel liner para drenagem no município de Natal - RN

Compartilho este artigo, entregue para publicação junto a PUC MINAS (Professor Josias Rossi Ladeira) no trabalho de conclusão de curso, sendo meu orientador o Professor Luiz Antonio Naresi Júnior junto a matéria "Fundacoes Especiais, Patologias e Soluções" do Curso de Engenharia em Geotécnia (M. ENG.).

Grande trabalho que no qual tive a oportunidade de participar desde o projeto a execução.

ESTUDO DE CASO: Utilização do método não destrutivo (MND) do tipo Tunnel Liner para drenagem urbana no Muncipio de Natal-RN.

Rodrigo Pereira

Pontifícia Universidade Católica, Belo Horizonte, Brasil, rodrigoestruturas@gmail.com

A engenharia está sempre em desenvolvimento. Com o crescimento da população, vê-se a busca em solucionar problemas com métodos não destutivos. Diversos estudos buscam por técnicas que não agridam ao meio ambiente e não traga transtornos nas comunidades durante sua execução, devido a esse fato as novas tecnologias são aperfeiçoadas e passam a se adequar a realidade dos centros urbanos.

Através da realização desse estudo, entende-se que este artigo tem o poder de contribuir com a sociedade e com a Engenharia Geotécnica, visto que o conhecimento dessa técnica permite a utilização em projetos futuros.

Rodrigo Pereira - 23/05/2020

Pontifícia Universidade Católica de Minas de Gerais - PUC MINAS

Fundações Especiais, Patologias e Soluções - Professor Orientador:Luiz Antônio Naresi Júnior

Engenharia em Geotecnia

ESTUDO DE CASO: Utilização do método não destrutivo (MND) do tipo Tunnel Liner para drenagem urbana no Muncipio de Natal-RN.

Rodrigo Pereira

Pontifícia Universidade Católica, Belo Horizonte, Brasil, rodrigoestruturas@gmail.com

RESUMO: Atualmente, as obras de engenharia buscam cada vez mais agilidade e menos interferências com o meio circundante. Nesse sentido, o Tunnel Liner se apresenta como uma técnica não destrutiva para abertura de túneis estruturados com segmentos de aço corrugado, com grande aplicabilidade, praticidade executiva, resistência a cargas atuantes e elevada durabilidade. O presente trabalho tem como objetivo apresentar os métodos executivos na implantação do Tunnel Liner da Travessia Urbana da Cidade de Natal junto ao sistema de drenagem das vias laterais da BR-101, sendo a alternativa mais econômica, ambiental e tecnicamente viável. Através da realização desse estudo, entende-se que este artigo tem o poder de contribuir com a sociedade e com a Engenharia Geotécnica, visto que o conhecimento dessa técnica permite a utilização em projetos futuros.

PALAVRAS-CHAVE: Geotecnia, Engenharia, Tunnel Liner, Drenagem.

1 INTRODUÇÃO

A execução de obras com valas a céu aberto em vias de grande densidade de tráfego, como ruas, avenidas, estradas e ferrovias, causa grandes transtornos e um custo social importante: interrupção do tráfego, congestionamento no trânsito, acidentes com pedestres, dificuldades de acesso ao comércio, etc.

Estes fatores são levados em consideração, recomendando a opção pelo processo não- destrutivo.

O método não-destrutivo Tunnel Liner, largamente utilizado em milhares de obras no Brasil e no exterior é a solução mais simples, versátil, econômica e segura para abertura de túneis, sem interferir na superfície, nem no tráfego.

Naresi (2015) afirma que essa técnica vem sendo largamente utilizadas em redes de esgotos, passagens de veículos e pedestres, passagens de cabos de telefonia e energia, em obras metroviárias e na mineração, como tubos camisa para proteção mecânica de tubulações de água, esgoto, combustíveis e demais instalações, na canalização de córregos e como reforço estrutural para túneis.

A técnica executiva de implantação do Tunnel Liner, empregando chapas de aço corrugado é de fácil manuseio, permite escavações com avanço modular de 46 cm ou 50 cm. Com área reduzida de solo exposto, este sistema oferece maior segurança ao operador na frente da escavação. Nas flanges das chapas de revestimento, podem ser fixadas escoras metálicas para apoiar escudos frontais, reduzindo o risco de desmoronamentos.

A simplicidade da montagem, de progressão rápida, confere alta produtividade ao sistema. A cada novo segmento do túnel montado, é possível a imediata escavação do anel seguinte.

Sendo um sistema de revestimento com chapas de aço, o Tunnel Liner permite furações e adaptações dentro do túnel para contornar ou eliminar interferências, não cadastradas, que possam surgir durante a execução.

2 ESTUDO DE CASO

2.1 Localização

A área de estudo está localizada entre os Municípios de Natal e Parnamirim no estado do Rio Grande do Norte, inicando no

Entroncamento da BR-101 com Avenida das Alagoas (coordenadas: 5° 51.719'S/ 35° 12.881'O) sentido a Avenida Antoine de Saint’ Exupéry, chegando até o extravasor na Lagoa de absorção (coordenadas: 5° 51.554'S/ 35° 13.504'O), conforme figura 1 destacado de cor laranja e figura 2 com desenho representativo.

Figura 1. Localização Via Satélite.

Fonte: Google Maps.

Figura 2. Desenhor Representativo.

Fonte: Autor.

Os dados de escavação dos poços de visita (vertical) e dos túneis (horizontal) estão referenciados na tabela 1 e 2 abaixo:

Poço de Visita Projeto (m) Diâmetro (m)

56 6,42 2,20

57 11,17 2,20

58 17,20 2,20

59 17,48 2,20

60 19,28 2,20

61 20,50 2,20

62 27,32 3,20

63 27,14 3,20

Tabela 1: Detalhe executivo dos Poços de Visita Fonte: Relatório Técnico

Tunnel Liner

(Escavação horizontal) Projeto Diâmetro (m)

Distância (m)

PV56 > PV57 108,89 2,00

PV58 > PV57 194,45 2,00

PV58 > PV59 226,00 2,00

PV60 > PV59 225,00 2,00

PV61 > PV60 180,00 2,00

PV61 > PV62 194,00 2,00

PV62 > PV63 250,00 2,00

PV63 > EXTRAVASOR 120,00 2,00

Tabela 2: Detalhe executivo dos Túneis Fonte: Relatório Técnico

2.2 Estudos Geotécnicos e Geologicos

Previamente ao início da execução da obra, foram efetuadas sondagens à percussão com o intuito de determinar o tipo de subsolo, a existência do nível do lençol freático e os resultados do ensaio SPT (Standard Penetration Test). O solo encontrado na classificação para execução do Tunnel Liner não foi favorável, por ser um material não coeso conforme relatório de sondagem apresetado na figura 3. A geologia ao longo do traçado é bastante simplificada composta basicamente por terrenos sedimentares. A faixa dessa bacia sedimentar tem uma largura média oscilando entre 25 e 45 Km abrangendo toda extensão costeira. A rodovia existente e a ser implantada encontra-se dentro dessa faixa.

Figura 3. Relatório do Ensaio SPT (Standard Penetration Test).

Fonte: Relatório Técnico.

Durante a execução dos avanços programados, como método de segurança, Ribeiro Neto (1999) afirma sobre a necessidade de executar sondagens na frente da escavação. Essas sondagens são executadas através de furos horizontais e furos com inclinação ascendente para verificação de existência de água ou alteração localizada de solos.

De acordo com Ortigão (2007) descreve que as areias de dunas apresentam uma granulometria quase constante devido ao tipo de agente transportador, o vento. Os grãos de areia podem ser classificadas de acordo com a forma, que pode ser angular, subangular e arredondada, sendo esta última característica das areias de rios conforme figura 04.

Figura 04. Índices físicos da areia Fonte: Ortigão, 2007

2.3 Dimensionamento

Naresi (2015) destaca que a relação ao dimensionamento estrutural dos bueiros, a

capacidade de suporte de estruturas flexíveis de aço corrugado, como no caso do Tunnel liner, em função da resistência da sua seção e do confinamento do solo adjacente, impedem deformações na estrutura. Nesta situação, apenal esforços de compressão atuam nas chapas do Tunnel Liner com dimensionamento baseado na teoria do anel de compressão. O carregamento atuante no Tunnel Liner depende do tipo de solo. Em solos granulares em relação ao local de estudo, as cargas consideram o ângulo de atrito interno do solo e diâmetro do tunel. As figuras 05 e 06 são referentes aos detalhes do projeto executivo do estudo de caso.

Figura 05. Corte transversal. Fonte: Relatório Técnico.

Figura 06. Detalhe do Método Construtivo.

Fonte: Relatório Técnico.

2.4 Segurança do Trabalho

Para escavação em locais confinados, em áreas classificadas e/ou com trabalho em altura não rotineiros, deve-se emitir a permissão de

trabalho (PT), disponibilizando-a no local da realização do serviço e, ao final do turno de trabalho, encerrá-la e arquivá-la, de forma a permitir sua rastreabilidade. O supervisor da área deverá aprovar e/ou recomendar medidas adicionais de segurança, após verificar a interferência com redes subterrâneas de água, energia elétrica e telefonia, entre outras. Para as atividades em locais confinados (túneis, tubulões etc.), o supervisor de entrada deve emitir a permissão de entrada e trabalho antes do início das atividades, de acordo com os critérios estabelecidos pela NR 33.

Conforme estabelecido na NR 35 – Trabalho em altura, para as atividades de trabalho em altura não rotineiras, ou seja, não contempladas em procedimentos operacionais, devem ser previamente autorizadas mediante permissão de trabalho contendo: os requisitos mínimos a serem atendidos para a execução dos trabalhos; as disposições e medidas estabelecidas na análise de risco; a relação de todos os envolvidos e suas autorizações.

Antes do início e durante as atividades de escavação em áreas com possibilidade de existência de contaminação ambiental, efetuar o monitoramento do local com a utilização de detector de gases ou equipamentos específicos, para identificar a presença de produtos químicos nocivos à saúde dos trabalhadores.

2.5 Implantação

Tendo sido locado o eixo da obra, e dado o início da escavação manual da frente de ataque, a escavação foi realizada dentro de um perímetro mais justo possível à circunferência externa, com avanço aporximado de 0,46m. São quatro fatores principais que influenciam na determinação do tipo de método utilizado:

• Diâmetro (ou vão) do túnel;

• Tipo de solo;

• Presença de água;

• Recobrimento de solo sobre o tubo.

O emprego das chapas de aço corrugado é de fácil manuseio, o que traz uma grande vantagem. As escavações possuem avanço modular de 46 cm e essa área reduzida de solo exposto oferece segurança aos trabalhadores na frente de escavação conforme representado na figura 07.

Figura 07. Processo construtivo.

Fonte: Manual de segurança e saúde no trabalho para escavação na indústria da construção / Serviço Social da Indústria. – Brasília : SESI/DN, 2019.

A cada segmento de túnel realizado, é possível realizar a escavação do anel seguinte. Logo, não há a necessidade de paralisar ou interromper os serviços. A figura 08 e 09 são referentes ao início do processo de execução do poço de visita

Figura 08. Início da execução do poço de visita.

Fonte: Autor.

Figura 09. Início da execução do poço de visita.

Fonte: Autor.

O método da escavação manual de microtúneis consiste da ação de mão-de-obra com utilização de ferramentas simples realizando avanços progressivos com montagem simultânea de um revestimento metálico constituído por anéis de chapas de aço

corrugado. Esses anéis são formados por um conjunto de segmentos que são montados e fixados com parafusos e porcas. Além disso, existem orifícios ao longo das chapas que possibilitam a inclusão de uma calda de injeção a fim de preencher vazios existentes entre as chapas corrugadas e o maciço escavado, segundo Paiva (2011).

Figura 09. Descida das chapas metálicas conforme normas de segurança.

Fonte: Autor.

No caso da combinação favorável desses fatores, isto é, túnel de pequeno diâmetro, solo com boa coesão ou compacidade, ausência de infiltrações ou lençol d’água e recobrimento favoravel, resultará em fácil execução, não requerendo cuidados especiais. A obra em estudo, ao contrário do descrito acima, teve varias dificuldades nas frentes de serviço devido solo arenoso e não coesivo. A figura 09 e 10 apresenta a retirada do material arenoso.

Figura 09. Execução da retirada do material pelo poço de visita.

Fonte: Autor.

Figura 10. Execução da retirada do material pelo poço de visita.

Fonte: Autor.

Nos últimos anos, esta técnica tem se tornado cada vez mais popular, principalmente, no que diz respeito à instalação de infraestruturas municipais, como, redes de esgoto, drenagem, oleodutos e canalizações, de acordo com Cheng (2015).

Os anéis são solidarizados nos adjacentes por parafusos e porcas, que foram distribuídos ao longo das flanges laterais dos anéis. As chapas de cada anel são emendadas por transpasse de parafusos e porcas das mesmas dimensões, porém com o pescoço quadrado e providos de arruelas de pressão. Na figura 11 é possível observar o funcionário realizando o processo de ligação entre as chapas.

Figura 11. Montagem da ligação entre as chapas.

Fonte: Autor.

Os espaços vazios entre as chapas e o terreno escavado foram preenchidos com injeção de argamassa (argila, cimento e água), de forma a impedir o fluxo de água na interface chapa metálica-terreno. A figura 12 e 13 apresentam o

procedimento de injeção de argamassa.

Figura 12. Mistura e bombeamento da argamassa.

Fonte: Autor.

Figura 13. Injeção de argamassa.

Fonte: Autor.

2.6 Controle Topográfico

A declividade e alinhamento definidos em projeto foram controlados periodicamente, à frequência de um ponto a não mais de 3,00m de avanço. Os desvios observados foram imediatamente corrigido, para repor o eixo do túnel escavado na posição do eixo teórico.

Naresi (2015) indica que devem ser ainda verificados, topograficamente, os pontos definidos ao longo da seção transversal do túnel, para controle das deformações no plano da frente de escavação. A forma circular dos segmentos é garantido por este controle, e de estroncas e tirantes extensíveis telescópicos que ajustam a forma dos segmentos. A medição é feita por metro linear de tunel executado.

O controle geométrico consistiu na conferência por métodos topográficos correntes, do alinhamento, esconsidades, declividades,

dimensões internas, comprimentos e cotas.

Figura 14. Controle Topográfico.

Fonte: Autor.

2.6 Revestimento Interno

Naresi (2015) descreve que a durabilidade das estruturas metálicas corrugadas empregadas em obras hidráulicas ou passagens inferiores está relacionada às características do projeto e às condições do local onde são instaladas. Existem, entretanto, situações especiais de projeto em que a estrutura metálica é submetida a esforços de impacto constante devido à velocidade e à presença de partículas sólidas no fluxo. Nestes casos, para prevenir contra o desgaste precoce ou estender a vida útil das estruturas corrugadas, recomendamos a aplicação de um pavimento sobre parte do perímetro molhado, que poderá ser inclusive aplicação de concreto projetado. A figura 15 apresenta o berço de concreto sendo aplicado.

Figura 15. Execução do berço de concreto.

Fonte: Autor.

3 FALHAS DURANTE PROCESSO DE EXECUÇÃO

Coelho (2014) retrata que a instabilização em solo corrediço é um escorregamento de solo que para quando o talude formado pelo material atinge o seu ângulo de atrito, sendo, portanto, um mecanismo local. Prova disto é o tamanho do núcleo de areia necessário para equilibrar o mecanismo que independe da altura da cobertura, mostrando que as tensões distantes da face não a influenciam.

Na escavação de um túnel em um maciço previamente estabilizado, submetido a um estado inicial de tensões, a escavação do solo existente significa a eliminação das tensões existentes no interior da área escavada. A remoção é respondida por um rearranjo do estado de tensões, que atinge uma situação de equilíbrio. Se o maciço for um solo/rocha de boa qualidade o equilíbrio é atingido sem a adoção de um sistema auxiliar de suporte, classificado como um maciço autoportante. Caso contrário é necessário de dispor de um sistema de suporte e ou melhoramento das condições do maciço Conforme Rocha apud França (2006).

Durante o processo de escavações nas frentes de serviço ocorreram carreamento de material devido o tipo de solo da geologia local. A figura 16 mostra o efeito “piping” ocorrido.

Figura 16. Carreamento do solo “piping” entre os PV 57 e PV 58 a 17,19 m de profundidade.

Fonte: Autor.

A instabilização em solo corrediço é um escorregamento de solo que para quando o talude formado pelo material atinge o seu ângulo de atrito, sendo portanto um mecanismo local. Prova disto é o tamanho do núcleo de areia necessário para equilibrar o mecanismo

que independe da altura da cobertura, mostrando que as tensões distantes da face não a influenciam, segundo Maffei e Murakami (2011).

Figura 17. Carreamento do solo “piping” entre os PV 57 e 58 (Parte Superior).

Fonte: Autor.

Maffei e Murakami (2011) também afirmam que os mecanismos nos suportes dos túneis ocorrem quando a solicitação da estrutura ultrapassa os seus limites de resistência, por carregamentos excessivos ou por execução de suportes deficientes. Carregamentos excessivos podem ser provocados por comportamentos imprevistos do maciço, ou por deformações impostas resultantes da alteração do estado de equilíbrio do conjunto maciço-estrutura provocada pela escavação.

Resultante do carreamento de material e dificuldades nas escavações nas frentes de serviços adotou-se algumas alternativas. Em primeiro momento optou-se pela técnica Jet Grouting para estabilização do maciço na vertica e horizontal.

Rodrigues (2018) descreve que o jet grouting é uma técnica de melhoramento das características geotécnicas dos solos, realizada diretamente no interior do terreno, em que envolve a erosão da estrutura natural do solo, através de injeções de calda de cimento, ar e/ou água, a elevadas pressões e velocidades. A calda de cimento penetra nos espaços vazios resultantes e mistura-se com o solo, formando colunas de solo-cimento, com melhores características mecânicas e de menor permeabilidade. O processo executivo da técnica de jet grouting envolve basicamente três etapas distintas, que estão representadas pelas figuras 18, 19 e 20.

• Corte: é desagregada a estrutura natural do terreno e os fragmentos do solo são dispersos pela ação de um ou mais jatos horizontais de elevada velocidade;

• Mistura e substituição parcial: uma parte dos fragmentos do solo é substituída e a outra parte é misturada com a calda injetada, a partir dos bicos de injeção;

• Cimentação: os fragmentos de solo são aglutinados entre si pela ação auto endurecedora da calda, formando um elemento consolidado.

Figura 18: Aplicação Jet Grouting Fonte: Autor

Figura 19: Aplicação Jet Grouting - Tunnel (Horizontal).

Fonte: Autor

Figura 20: Aplicação Jet Grouting (Vertical).

Fonte: Autor.

Apesar da técnica de consolidação dos solos com Jet Grouting bastante aplicada em obras, não foi bem sucedida na geologia local, sendo necessária a utilização de outra metodologia. A segunda tecnica aplicada para consolidação do maciço para escavação frente ao Tunnel liner foi o método do Tubo Tracionado, que qual foi bem adaptada até a final total da execução do Tunnel Liner.

Segundo Back et al. (2008), a seleção de soluções ocorre durante todas as fases de desenvolvimento. Entretanto, é na fase final do projeto conceitual que essa atividade torna-se mais abrangente visando identificar a melhor concepção dentre as alternativas selecionadas.

Back et al. (2008) também afirma que a escolha da concepção final é um momento de tomada de decisão muito importante e é fundamental seguir uma metodologia de seleção para garantir que a melhor ou a mais adequada concepção seja adotada.

Para realizar o tracionamento dos tubos foram realizados o aumento do diâmetro dos poços de visita para 5m, acomodando a máquina em seu interior, sendo mantida a profundidade e a extensão do Tunnel conforme projeto.

Posterior executado o furo piloto com auxilio de Perfuratriz Horizontal Direcional – HDD foi mantido a declividade e o alinhamento, semdo usado rastreador com sonda de grande sensibilidade.

Logo após o furo piloto atingir a outra extremidade, as hastes de perfuração foram substituídas por haste de tracionamento, assim realizou a instalação da máquina hidráulica cravadora. A máquina composta de dois pistões hidráulicos instalados em uma mesa metálica horizontal é acionada por uma unidade hidráulica e posicionada no Poço de Visita na declividade ou alinhamento do tubo a ser tracionado.

A cravação se dá com movimentos horizontais dos pistões hidráulicos, tracionando as hastes metálicas, que são barras maciças de aço carbono SAE-1045 temperadas com diâmetro de 64mm e comprimento de 1,00m, posiciona o tubo a ser arrastado, dá se o início de tracionamento das hastes no solo até atingir ao extensão determinada. O tubo arrastado é tracionado através da cabeça do tubo que é

reforçada com sobre chapa (chapa de reforço) e suporte (cruzeta) de espessura de 2” x 200mm soldado na vertical do tubo a ser tracionado. O solo foi removido do interior do tubo manualmente com auxílio de pá e o processo foi executado simultaneamente e sucessivamente, um tubo após o outro. A seguir figuras do metodo utilizado.

Ainda segundo Back et al. (2008), as características de engenharia ou requisitos de projeto dizem respeito aos parâmetros, grandezas físicas, funções e restrições do produto. São elas que orientam a equipe de projeto na busca de soluções alternativas.

As figuras 21, 22 e 23 apresentam a execução do tubo tracionado.

Figura 21: Execução do Tubo Tracionado (Montante).

Fonte: Autor.

Figura 22: Execução do Tubo Tracionado (Jusante).

Fonte: Autor.

Figura 2: Execução do Tubo Tracionado (Jusante) Fonte: Autor.

4 CONSIDERAÇÕE FINAIS

No estudo de caso analisado, ocorreu patologias não previstas na escavação do Tunnel Liner, isso pode ter ocorrido devido ao número insuficiente de sondagens e ensaios, a uma profundidade analisada inadequada ou até mesmo a uma propriedade diferente do comportamento do solo, que deveria levar a fazer testes específicos. Infelizmente, tais erros são comuns principalmente quando se trata da adoção incorreta de procedimentos, ensaios não padronizados pela norma ou até mesmo o uso de equipamentos com defeitos e fora da normatização. Uma falha expressiva na sondagem, levou a adoção de valores de projeto e de medidas construtivas adicionais.

A engenharia está sempre em desenvolvimento. Com o crescimento da população, vê-se a busca em solucionar problemas com métodos não destutivos. Diversos estudos buscam por técnicas que não agridam ao meio ambiente e não traga transtornos nas comunidades durante sua execução, devido a esse fato as novas tecnologias são aperfeiçoadas e passam a se adequar a realidade dos centros urbanos.

Através da realização desse estudo, entende- se que este artigo tem o poder de contribuir com a sociedade e com a Engenharia Geotécnica, visto que o conhecimento dessa técnica permite a utilização em projetos futuros.

REFERÊNCIAS

BACK, N. (2008). Projeto Integrado de Produtos: Planejamento, Concepção e Modelagem. Ed. Manole, Barueri, 2008. Disponível em:

<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2594535/m od_resource/content/1/Projeto%20Integrado%20de% 20Produtos%20-%20Pref%C3%A1cio.pdf>. Acesso em: 31/10/2019.

COELHO, A. M. (2014). Gerenciamento de riscos geotécnicos em obras subterrâneas de tuneis. Dissertação (Mestrado em Engenharia Geotécnica) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, 2014. 144 f. Disponível em:

<https://www.nugeo.ufop.br/uploads/nugeo_2014/tes es/arquivos/dissertacao-adoniran.pdf>. Acesso em: 31/10/2019.

FRANÇA, P. T. (2006) Estudo do comportamento de túneis: Análise Numérica Tridimensional com Modelos Elasto-Plásticos. 2006. 206 f. Dissertação de Mestrado.Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em:

<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3145/td e-08122006-151549/publico/DissertacaoPedro.pdf>. Acesso em: 31/10/2019.

MAFFEI, C. ;MURAKAMI, C. (2011). A observação de

Mecanismos de colapso no acompanhamento técnico de túneis em solo, 2011 - Disponível em: pt.scribd.com/doc/55508677/colapsoato-tuneissolo.

Acesso em: 20/09/2019.

Naresi, L. A. (2015). Tunnel Liner - Execução e Problemas Típicos. Sites Google. Disponível em:

<https://sites.google.com/site/lanjconsultoria/75- tunnel-liner---execucao-e-problemas-tipicos>.

Ortigão, J.A.R. (1995). Introdução à Mecânica dos Solos dos Estados Críticos. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos S. A., 1995.

PAIVA, A. R. (2011). Escavação de Túneis de Pequenas Dimensões em Áreas Urbanizadas: Tunnel Liner e Pipe Jacking. Trabalho de conclusão de curso - Curso de Engenharia Civil da Universida de Anhembi Morumbi, 2011. Disponível em: < https://docplayer.com.br/17938766-Escavacao-de- tuneis-de-pequenas-dimensoes-em-areas-urbanizadas- tunnel-liner-e-pipe-jacking.html>. Acesso em: 31/10/2019.

RODRIGUES, A.R.D. (2018). Técnicas de Injeção. Jet Grouting, Aplicações e Regras de Dimensionamento, 2018 - Disponível em: https://iconline.ipleiria.pt/bitstream/10400.8/3854/1/% 5B2141546%5D%20Andrea%20Rodrigues-

%20Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 20/09/2019.

Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Manual de segurança e saúde no trabalho para escavação na indústria da construção / Serviço Social da Indústria.– Brasília : SESI/DN, 2019. Disponível em: < https://bucket-gw-cni-static-cms- si.s3.amazonaws.com/media/filer_public/03/ed/03ed6 c9f-af16-4cf8-a7f8- 8af8c2e0d3d4/manual_de_sst_para_escavacao_na_in

dustria_da_construcao.pdf >. Acesso em: 31/10/2019.

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