Zika Vírus

A infecção pelo Zika vírus (ZIKV) é aguda e se caracteriza mais frequentemente, por manifestações clínicas brandas e autolimitadas. Por outro lado, o vírus se tornou teratogênico, estando associado a casos graves de malformações congênitas.

Gestantes infectadas, mesmo assintomáticas, podem transmitir o vírus ao feto. Essa forma de transmissão da infecção pode resultar em aborto espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas.

A semelhança de outros flavivirus, o ZIKV também é neurotrópico e no Brasil, sua disseminação tem sido associada a um aumento na incidência de manifestações neurológicas graves como a síndrome de Guillain-Barré (SGB), encefalites, mielites, neurite óptica, entre outras. Essa constatação levou o Ministério da Saúde a implantar, em dezembro de 2015, a Vigilância dos Casos das Manifestações Neurológicas com Histórico de Infecção Viral Prévia e, em 2017, Vigilância das Arboviroses Neuroinvasivas.

IMPORTANTE: Todos os sexos e faixas etárias são igualmente suscetíveis ao vírus Zika, porém mulheres grávidas e pessoas mais velhas têm maiores riscos de desenvolver complicações da doença. Esses riscos aumentam quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

Vetor

O inseto vetor do zika vírus no Brasil é o mosquito Aedes aegypti,.


Sintomas

Os sintomas mais comuns associados ao vírus Zika são:

  • “Vermelhão” em todo o corpo com muita “coceira” após alguns dias.

  • Febre baixa, muitas vezes não sentida.

  • Conjuntivite (olho vermelho) sem secreção.

  • Mialgia e dor de cabeça.

  • Dor nas juntas.

Todos os sintomas são de intensidade de leve a moderada.

Conheça um pouco sobre os sintomas da dengue, Zika e Chikungunya

Tratamento

Até o momento não há tratamento antiviral específico para tratamento de zika vírus. Para os quadros sintomáticos, aplicam-se as seguintes orientações: repouso relativo, enquanto durar a febre; estímulo a ingestão de líquidos; administração de analgésicos conforme prescrição médica, administração de anti-histamínicos conforme prescrição médica; recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em casos de sensação de formigamento de membros, alteração do nível de consciência (para investigação de quadro neurológico).

Como prevenir

A melhor forma de prevenção da Zika é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas e e pratos de plantas.

Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia - quando os mosquitos são mais ativos - proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.

Conheça um pouco sobre o Aedes aegypti e doenças transmitidas por ele

Saiba como deixar sua casa livre do mosquito Aedes aegypti

IMPORTANTE: Atualmente não há vacina disponível contra o Vírus Zika. Por isso, é essencial que a população faça a sua parte. Se cada um agir corretamente e tomar todos os cuidados possíveis diários para evitar criadouros do mosquito Aedes Aegypti, é possível evitar o Zika Vírus, a microcefalia, a febre amarela, a dengue e a chikungunya. Se você agir e fizer sua parte, é possível evitar!

Prevenção domiciliar

Deve-se reduzir o número de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas, impedindo o acesso das fêmeas grávidas do mosquito Aedes Aegypti. De forma complementar, deve ser realizada a proteção individual com uso de repelentes pela população.

Pode-se utilizar também roupas que minimizem a exposição da pele, proporcionando alguma proteção contra as picadas dos mosquitos, principalmente durante o dia, período que são mais ativos.

Prevenção na comunidade

As ações realizadas pelos programas locais de controle das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti são fundamentais para a prevenção das arboviroses. Estas ações, além de reduzirem o número de mosquitos na comunidade, interferem na probabilidade de um ser humano que está com o vírus circulante em seu sangue (viremia) servir como fonte de alimentação sanguínea e de infecção para Aedes aegypti e Aedes albopictus, levando a transmissão para uma outra pessoa e propagando, assim, a circulação viral na comunidade.

Deve-se ressaltar a importância da atuação ativa de toda a população para se evitar possíveis criadouros em suas residências, escolas e ambientes de trabalho, somando esforços com as atividades de rotinas dos programas municipais e estaduais.


Cuidados - gestantes

  • Prevenção/Proteção

    • Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas.

    • Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.

    • Pratique sexo seguro

  • Cuidados

    • Busque uma Unidade Básica de Saúde para iniciar o pré-natal assim que descobrir a gravidez e compareça às consultas regularmente.

    • Vá às consultas às consultas uma vez por mês até a 28ª semana de gravidez; a cada quinze dias entre a 28ª e a 36ª semana; e semanalmente do início da 36ª semana até o nascimento do bebê.

    • Tome todas as vacinas indicadas para gestantes.

    • Em caso de febre ou dor, procure um serviço de saúde. Não tome qualquer medicamento por conta própria.

  • Informação

    • Se tiver dúvida, fale com o seu médico ou com um profissional de saúde.

    • Relate ao seu médico qualquer sintoma ou medicamento usado durante a gestação.

    • Leve sempre consigo a Caderneta da Gestante, pois nela consta todo seu histórico de gestação.

Cuidados - recém-nascido

  • Proteger o ambiente com telas em janelas e portas, e procurar manter o bebê com uso contínuo de roupas compridas – calças e blusas.

  • Manter o bebê em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.

  • A amamentação é indicada até o 2º ano de vida ou mais, sendo exclusiva nos primeiros 6 meses de vida.

  • Caso se observem manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, procurar um serviço de saúde.

  • Não dar ao bebê qualquer medicamento por conta própria.

Informação

    • Após o nascimento, o bebê será avaliado pelo profissional de saúde na maternidade. A medição da cabeça do bebê (perímetro cefálico) faz parte dessa avaliação.

    • Além dos testes de Triagem Neonatal de Rotina (teste de orelhinha, teste do pezinho e teste do olhinho), poderão ser realizados outros exames.

    • Leve seu bebê a uma Unidade Básica de Saúde para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento conforme o calendário de consulta de puericultura.

    • Mantenha a vacinação em dia, de acordo com o calendário vacinal da Caderneta da Criança.

Cuidados - recém-nascido com microcefalia

  • Proteger o ambiente com telas em janelas e portas, e procurar manter o bebê com uso contínuo de roupas compridas – calças e blusas.

  • Manter o bebê em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.

  • A amamentação é indicada até o 2º ano de vida ou mais, sendo exclusiva nos primeiros 6 meses de vida.

  • Caso se observem manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, procurar um serviço de saúde.

  • Não dar ao bebê qualquer medicamento por conta própria.

  • Leve seu bebê a uma Unidade Básica de Saúde para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento conforme o calendário de consulta de puericultura.

  • Mantenha a vacinação em dia, de acordo com o calendário vacinal da Caderneta da Criança.

Informação

    • Além do acompanhamento de rotina na Unidade Básica de Saúde, seu bebê precisa ser encaminhado para a estimulação precoce.

    • Caso o bebê apresente alterações ou complicações (neurológicas, motoras ou respiratórias, entre outras), o acompanhamento por diferentes especialistas poderá ser necessário, a depender de cada caso.

Zika x microcefalia

O aumento de casos de microcefalia em bebês, relacionada ao vírus Zika, está preocupando as gestantes. O risco maior foi identificado nos primeiros três meses de gravidez, mas as investigações sobre o tema continuam para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Os casos de microcefalia reforçam ainda mais a importância dos cuidados para eliminação do mosquito Aedes Aegypti.


Fonte: Secretaria de Saúde do Estado do Paraná