Formação cidadã e comunidade protagonista
O novo protocolo de Educação Patrimonial passou a ser constituído por uma proposta de oficina voltada às professoras e aos professores de Ensino Fundamental e Médio, na área das Humanidades, como atividade prévia à visita ao Arquivo. No planejamento são sugeridas estratégias educativas que envolvem práticas de investigação e análise de documentos históricos do acervo, possíveis de serem flexibilizadas e adequadas ao plano de trabalho elaborado pelos educadores.
A partir das primeiras experiências e considerações dos participantes, constatou-se que o trabalho pode ser realizado de forma interdisciplinar, pois envolve conceitos relevantes que permeiam todas as áreas de conhecimento, tais como, cultura, identidade, memória, pertencimento, patrimônio, lugar e território.
À medida que ações culturais relacionadas ao contexto histórico atual foram sendo desenvolvidas, percebeu-se que, ao explorarmos a história local, devíamos considerar os espaços de exclusão e as vozes que foram silenciadas, pois mesmo com acentuada imigração italiana e alemã, a Serra Gaúcha contava com a presença indígena anterior à sua formação. Nesse sentido, foram analisados processos de "reenquadramento da memória", em que negros, indígenas, mulheres e diversos outros coletivos figuram em posições de protagonismo, de reconhecimento oficial de suas histórias e identidades e sua incorporação nas lógicas político-institucionais.