Nesta semana entrevistamos o educador Zilton Salgado, especialista em inclusão, com 20 anos de atuação na área educacional. Vamos conversar com ele sobre os desafios enfrentados pelas crianças, famílias e educadores no ambiente escolar. Criei um resumo em quadrinhos de alguns pontos-chave que julguei que merecem uma reflexão
Este vídeo é muito interessante. Mostra, no formato de quadrinhos, como o TDAH pode evoluir da infância à vida adulta.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, ou TDAH, tem origem principalmente genética. Os sintomas são categorizados como desatenção ou hiperatividade, mas as pessoas podem apresentar ambos de várias formas — o que significa que há um espectro de manifestações.
Lisa, uma jovem que quer ser escritora, vai nos ajudar a entender o que significa crescer com TDAH. Sua história mostra como seu cérebro atípico torna mais difícil alcançar seus sonhos.
Infância
Durante a primeira infância, Lisa tem dificuldade para prestar atenção. Ela se distrai, começa a sonhar acordada e frequentemente esquece ou perde coisas.
Como seus sentidos captam informações demais para seu cérebro processar, ela fica sobrecarregada e, como resultado, frequentemente chora ou se frustra. Seus pais, que não sabem lidar com a situação, a repreendem em vez de ajudá-la a lidar com a dor.
Ensino Fundamental
Na escola primária, Lisa não consegue ficar sentada e frequentemente atrapalha a aula. Ela é inteligente, mas, fora inglês e artes, tira notas ruins. Logo, Lisa é rotulada como preguiçosa — alguém que não usa seu potencial.
Também é difícil para Lisa fazer amigos. Ela se sente diferente e sofre bullying. Os poucos amigos que tem dizem que ela é emotiva demais, mas admiram seu entusiasmo.
Ensino Médio
No ensino médio, Lisa começa a rabiscar para conseguir se concentrar, mas seu professor não gosta disso e a repreende, achando que ela está distraída. Então, ela começa a mascarar sua desatenção e foca toda sua energia em acenar com a cabeça e fazer contato visual.
Mas, ao fazer isso, ela perde totalmente a concentração e acaba não ouvindo nada. É nesse momento que ela se volta para dentro de si e desenvolve uma paixão pela escrita criativa.
Juventude
Durante o ensino médio, sua mente começa a disparar — com mil pensamentos ao mesmo tempo. Ela passa a usar fones de ouvido para se isolar do barulho e se acalmar. Mas quando está menstruada, nem isso funciona, e ela passa por mudanças intensas de humor. Ela começa a comer compulsivamente e a fumar.
Aos 19 anos, Lisa entra em um curso de literatura de prestígio. Mas as responsabilidades da vida cotidiana são esmagadoras. Ela se sente exausta, para de tomar banho, de limpar a casa e de ir às aulas.
Uma noite, ela conta para sua melhor amiga que não aguenta mais. Durante toda a sua vida, ela se sentiu diferente demais para se encaixar. Durante toda a sua vida, se sentiu um peso para os outros.
Sua amiga fala sobre uma psiquiatra, e como último recurso, Lisa decide procurá-la.
Diagnóstico
A psiquiatra inicialmente suspeita de depressão. Mas ao perguntar sobre a infância e o histórico familiar de Lisa, percebe algo diferente e solicita mais exames. Algumas semanas depois, Lisa é diagnosticada com TDAH e depressão.
A médica explica que o TDAH não se limita aos sintomas mais conhecidos. Por exemplo, pessoas com TDAH também têm déficits nas funções executivas, como memória de trabalho, percepção do tempo ou regulação emocional. Algumas até ficam com sono ao tomar café!
No entanto, essas pessoas geralmente também têm níveis mais altos de criatividade, são mais empáticas e mais curiosas do que seus colegas — tornando-se ótimos artistas ou cientistas. Além disso, reagem com mais calma a situações estressantes — alguns se tornam bombeiros destemidos ou cirurgiões excepcionais.
A psiquiatra explica que os sintomas do TDAH podem ser tratados com medicação e terapia, e que sono regular e exercícios também ajudam.
Transformação
No dia seguinte, quando Lisa toma seu primeiro comprimido, ela chora. Pela primeira vez na vida, sua mente está em silêncio. Ela não precisa fazer esforço para se levantar e tomar banho. Percebe que, durante toda a vida, gastou energia tentando fazer coisas que os outros fazem sem pensar.
Embora a medicação ajude, Lisa sabe que isso não é suficiente. Ela precisa mudar sua vida e encontrar um trabalho que valorize seus pontos fortes. Aos 30 anos, ela aprende a aceitar e valorizar sua neurodivergência — e sua mente atípica é celebrada com a publicação de seu primeiro romance.
E você? Se tivesse — ou tem — TDAH, adaptaria seu cérebro à sua vida com remédios, terapia e mascarando seus comportamentos? Ou a solução seria aceitar suas diferenças e adotar um estilo de vida que se encaixe com quem você é? Conte pra gente nos comentários!