"Pedalada denuncia impactos do Porto Central em Presidente Kennedy: atividade marca resistência popular a empreendimento licenciado no sul do Estado. Segundo os organizadores, a construção do porto ameaça comunidades tradicionais – indígenas, quilombolas e pescadores -, além de colocar em risco ecossistemas sensíveis, como manguezais e áreas de vida marinha. O grupo também critica a poluição da água e do ar associada à presença de grandes empreendimentos ligados à mineração, petróleo e celulose".
O “Pedal pela Vida” teve início em 2008, impulsionado pela urgência de denunciar os impactos causados pela exploração de petróleo, gás natural e monoculturas de eucalipto no litoral norte do Espírito Santo. Foto: Campanha Nem Um Poço a Mais
Vistoria de áreas críticas pela Defesa Civil em Caxias do Sul. Fotografia: Luís André/Secom RS
"O geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro defende que a declaração de emergência climática permanente no Rio Grande do Sul pode ser uma forma de romper com o que chama de “ciclo de catástrofes anuais”. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ele avalia como positiva a proposta de lei em discussão na Assembleia Legislativa gaúcha e destaca que o estado se tornou uma “zona de sacrifício”, espaço afetado pelo modelo predatório de exploração ambiental vigente".
Pilhas de rejeito têm sido utilizadas pelas mineradoras como uma alternativa mais segura às barragens, que foram proibidas no Brasil após a morte de quase 300 pessoas nas cidades de Brumadinho e Mariana, em 2015 e 2019. Embora tenham menor potencial de dano, ainda não há regulamentação federal e protocolo de fiscalização, o que também torna as pilhas de rejeitos um risco, segundo especialistas. O governo federal prevê definir regras para a prática até 2026.
Anomalia é constatada em pilha de rejeitos em Conceição do Pará. Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação
"Dados do Censo Demográfico 2022 mostram que 19,2 milhões de pessoas residem em região distinta daquela em que nasceram. As regiões Nordeste (96,6%) e Sul (91,9%) registraram os maiores percentuais de população residente em sua própria região de nascimento. Em contraste, a Região Centro-Oeste (73,4%) apresentou o menor índice de naturais residentes".
"Ambientalistas se mobilizam para cobrar a implementação de um plano de recuperação do Rio Formate, entre os municípios de Viana, Cariacica e Vila Velha, na região metropolitana, com base nos resultados preliminares de um estudo realizado pelos estudantes de Planejamento Territorial do curso de geografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que realizaram uma expedição ao longo do manancial neste mês".
Rio Formate, entre Cariacica e Viana. Foto: Laburp/Ufes.
"Justiça irá decidir sobre reconhecimento do litoral do Espírito Santo como território atingido pelos crimes da Samarco, Vale e BHP Billinton. Integrantes do MAB acompanharão a audiência decisiva para a inserção de populações atingidas do litoral norte capixaba no processo de reparação".
"Aecom do Brasil, perito judicial do caso Samarco/Vale-BHP desde março de 2020, e Ministério da Saúde confirmam contaminação dos alimentos ao longo da Bacia do Rio Doce por metais, com nexo causal comprovado em relação ao crime da Samarco, Vale e BHP Billinton em 2015".
"Os plastiglomerados, análogos às rochas sedimentares, foram relatados pela primeira vez no Havaí, em 2014. Outro material identificado na ilha brasileira foi o plastistone, similar às rochas ígneas e com composição predominantemente plástica. O elemento foi encontrado recobrindo rochas vulcânicas existentes na região, que registram o último episódio de vulcanismo ativo no Brasil".
"Segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, no Brasil, em 2018, foram geradas 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos. A ONU Meio Ambiente classifica o Brasil, na América Latina, como campeão em geração de lixo".
"A vida do plástico: Microplásticos foram encontrados em placentas de bebês em gestação, nas profundezas da Fossa das Marianas, no cume do Everest e nos órgãos de pinguins-da-antártida. Mas como eles viajam pelo mundo e o que fazem com as criaturas que os carregam? Aqui está a história de como o plástico contamina ecossistemas inteiros – e até mesmo os alimentos que comemos."
"Afirmar que as energias renováveis são a solução para as alterações climáticas tornou-se comum. Mas dada a expansão acelerada da sua instalação, vale a pena perguntar-nos se por trás deste lugar-comum existe uma realidade verificável ou, pelo contrário, estamos perante mais um mito daquilo que se tem chamado de descarbonização das nossas sociedades".
"A luta global por minerais críticos é dispendiosa e prejudicial: elementos como os metais de terras raras são cruciais para um mundo "low-carbon". A sustentabilidade, a equidade e a segurança estão todas em risco na corrida para quebrar o domínio da China sobre a sua produção".
"Como construir uma economia circular para os metais de terras raras? As terras raras são cruciais para as tecnologias de energia limpa e, por conta disso, são disputados com fervor. Políticas e programas para incentivar a reciclagem e a reutilização poderiam reduzir as tensões". São, ao todo, 17 “terras raras” ou "metais de terras raras" – os 15 lantanídeos da tabela periódica, do lantânio ao lutécio, além do escândio e do ítrio.
"Garimpo já ocupa uma área maior que mineração industrial e avança sobre terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia. Entre 1985 e 2020 a área minerada no Brasil cresceu seis vezes, segundo a mais recente análise temporal do território brasileiro feita pelo MapBiomas. O dado, que resulta da análise de imagens de satélite com o auxílio de inteligência artificial, expressa o salto de 31 mil hectares em 1985 para um total de 206 mil hectares no ano passado".
"Pelo segundo ano consecutivo, a Coca-Cola foi apontada como a marca mais poluidora por uma auditoria internacional sobre lixo plástico, conduzida pelo movimento Break Free From Plastic. A gigante do ramo de refrigerantes foi responsável pela produção de mais lixo plástico que o total dos três poluidores que aparecem logo abaixo no ranking".
"O Brasil é o único país a utilizar o carvão vegetal em processos industriais. Há mais de 120 indústrias com segmentos na área de ferro-gusa, ferro-liga e aço, que utilizam o carvão como fonte redutora e de calor. Além de deter 11% da produção mundial de carvão, por isso, considerado o maior país produtor".
No Brasil, o carbono utilizado na produção do ferro-gusa é obtido, principalmente, por meio da queima do carvão vegetal, que tanto é utilizado como agente químico, como serve de combustível para os altos-fornos. O uso do carvão vegetal para a produção de ferro-gusa, no entanto, é incomum fora do Brasil e isso está associado, em partes, à abundância das florestas, que, uma vez vistas como recursos florestais, passam a ser exploradas nem sempre dentro da legalidade.