Parte do desenvolvimento de Botucatu começa na região,
anteriormente chamada de Capão Bonito
por Flávio Fogueral*
Ponto geográfico mais alto de Botucatu, a 920 metros do nível do mar, o Morro de Santo Antônio, no Distrito de Rubião Júnior, é também uma das principais atrações turísticas da Cidade. Além de um exuberante mirante, onde visitantes podem conhecer detalhes da região e visualizarem toda a imponência do Câmpus da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o local é um marco histórico.
Parte do desenvolvimento de Botucatu começa na região, anteriormente chamada de Capão Bonito, devido a uma fazenda criada a partir de 1855, quando o então governo imperial criou um Posto Fiscal, cujo finalidade era recolher taxas das tropas de gado que iam do Rio Grande do Sul rumo a Minas Gerais e Bahia. Botucatu então surgiu, a República fora proclamada em 1889 e o antigo posto desativado.
No entanto, nos anos 1910 a ferrovia chegava ao município e a primeira estação fora construída nas proximidades do morro. A Igreja de Santo Antônio, fora construída no morro mais alto do Distrito, ainda na década de 1920.
A origem do espaço católico veio de Arcângelo Frederico, imigrante italiano que por devoção após um milagre atribuído a sua esposa, diariamente subia o morro para acender uma lamparina.
Após a morte de Frederico, em 1923, os irmãos Manoel e Álvaro Guimarães – famosos construtores de igrejas e capelas do interior paulista- conceberam o projeto da nova estrutura religiosa.
Foi preciso dinamitar o morro onde está a igreja, tornando seu topo plano e o carregamento de materiais foi no lombo de burros e em carroças.
A igreja tem a forma de um castelo medieval europeu, o que fascina os visitantes. Os trabalhos duraram oito anos, com a nova igreja sendo inaugurada a 13 de junho de 1931.
Estava entregue o edifício no ponto mais alto de Botucatu e que, nas décadas seguintes, é um dos símbolos da Cidade.
Com o passar dos anos, o Distrito de Rubião Júnior passou por inúmeras mudanças, como a construção de um hospital voltado ao tratamento de tuberculosos e, por consequência, a instituição, em 1963, da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB) para, em 1976, dar origem à Unesp.
Hoje, o morro de Rubião Júnior é um dos principais pontos turísticos de Botucatu, por estar a cinco quilômetros do marco zero da Cidade. Seu evento mais importante é a Festa em homenagem a Santo Antônio, que reúne mais de 20 mil pessoas por edição. A igreja passou, recentemente, por ampla reforma em seu interior, com restauração das pinturas barrocas, além de melhorias na iluminação pública e na antiga gruta, onde a imagem do “santo casamenteiro” está instalada.
Desde 14 de março, no entanto, medidas de segurança foram adotadas para preservar o patrimônio e evitar vandalismos e ocorrências de crimes. Uma das ações refere-se à proibição de acesso e estacionamento de veículos ao espaço das 22 às 6 horas, exceto em datas ou fins religiosos.
O acesso é gratuito ao público, mas a igreja somente funciona em períodos específicos para a realização de missas.
O ponto de visitação tem acesso através de pista asfaltada. É possível chegar ao local através da Rodovia Marechal Rondon; com o acesso pode ser feito pelas rodovias Domingos Sartori e/ou Antonio Butiguinoli.
A Igreja de Santo Antônio, no morro do distrito de Rubião Júnior, é considerada um dos mais importantes mirantes da cidade e tem visão privilegiada para a Unesp, complexo ferroviário (incluindo a estação de passageiros) e parte do município de Botucatu.
O ponto turístico fica a aproximadamente 5 quilômetros do Centro da cidade.
O local tem estacionamento e o acesso é gratuito. Para chegar até o morro é necessário pegar a rodovia Domingos Sartori até a avenida Bento Lopes.
A rua que dá acesso até o morro tem às suas margens formações rochosas que segundo alguns guias possuem a silhueta de animais como um macaco e um camelo.
Durante a noite o visual do mirante é exuberante, permitindo admirar ao longe luzes de cinco cidades vizinhas.
Não é apenas a localização privilegiada e a visão ampla do horizonte que tornam o local um atrativo turístico. Uma série de histórias, e lendas servem de pano de fundo para a formação de um imaginário popular bastante rico.
Analisando o local nos dias de hoje fica difícil imaginar que ele surgiu a partir de uma história de amor e fé.
Peculiaridades do morro
1 – A Igreja de Santo Antônio, fica no ponto mais alto da cidade, localizada a uma altitude média de 930 metros.
2 – Por volta de 1900 o italiano Archangelo Frederico, subia o morro todas as noites para acender uma lamparina em agradecimento a uma graça recebida. Ele acreditava que sua esposa havia se curado de uma doença grave e realizava esse ato em agradecimento à Santo Antônio. Em 1923 Frederico faleceu, entretanto naquela noite a luz da Lamparina acendeu misteriosamente no topo do morro.
A pequena capela onde se encontra a imagem de Santo Antônio, à frente da igreja, é o ponto exato onde Frederico cavou um nicho para repousar a lamparina. Essa história de amor e fé incentivou a construção da igreja de Santo Antônio
3 – Os próprios moradores se voluntariaram e abriram as trilhas para a obra. Transportaram em carroças, no lombo de burros ou nas próprias costas, o material necessário para iniciar a obra.
4 - Para construir a igreja foi necessário dinamitar o topo do morro. esse foi um importante processo utilizado para preparar o local para a obra e torná-lo plano.