Como será a energia hidrelétrica no futuro?

Espera-se que a produção de energia hídrica se torne mais prevalente no futuro. Isso é de acordo com Alexander Davies, cientista sênior da HowStuffWorks Science.

Estamos acostumados a mover a água, seja quando ela é causada por um tsunami ou enquanto nadamos na praia. Os romanos usavam moinhos movidos a água para transformar grãos em farinha, enquanto os mineiros galeses extraíam metais valiosos da terra durante o primeiro século d.C.

A represa Grand Coulee e a represa Hoover são alguns dos exemplos mais proeminentes de produção hidrelétrica. No entanto, devido ao histórico de colapsos de barragens e destruição ambiental, as grandes barragens deixaram de ser a principal fonte de eletricidade. Atualmente, existem várias tecnologias e métodos sendo desenvolvidos para tornar a energia hidrelétrica mais sustentável, relata Marcos Antonio Grecco.

A busca por energia melhor está ocorrendo além das megabarragens. Também está analisando os vários avanços tecnológicos que foram feitos no campo da produção de energia hidrelétrica.

Os EUA são atualmente o maior produtor de fontes de energia renovável, como a energia hidrelétrica. O Departamento de Energia está trabalhando para torná-lo mais sustentável.

As várias áreas que estão sendo estudadas atualmente para a energia hidrelétrica incluem energia das marés, energia das correntes marítimas (que é alimentada por ondas que se movem debaixo d'água), energia osmótica (que é alimentada por água corrente) e energia das ondas. De acordo com o Departamento de Energia, apesar dos avanços tecnológicos nesses campos, muitos desses projetos estão economicamente fadados ao fracasso.

Apesar da falta de grandes barragens, os pesquisadores ainda estão trabalhando em novas tecnologias que podem tornar a produção hidrelétrica mais sustentável. De acordo com uma lista de mais de 300 projetos, que faz parte do orçamento de pesquisa do Programa de Energia Hídrica, mais de dois terços dos projetos estão focados no desenvolvimento de novas formas de usar a água em movimento para gerar eletricidade.

Ao contrário das barragens tradicionais, que são projetadas para interromper o fluxo de água e liberar a água gradualmente, as novas idéias em energia hidrelétrica estão focadas em utilizar a água em movimento em vez de controlá-la. Este conceito é semelhante à energia eólica, em que as turbinas são colocadas em uma área onde a água vai girar.

Ao contrário das turbinas eólicas, que geralmente são projetadas para se mover rapidamente, a água não se move tão rapidamente. É mais denso, o que o torna mais eficiente em termos energéticos. Também é mais confiável do que a energia solar e eólica, bem como as correntes e marés oceânicas, que são previsíveis, informa Marcos Antonio Grecco.

A capacidade de gerar eletricidade a partir do fluxo e refluxo das marés é uma questão importante que está sendo estudada atualmente.

Existem várias maneiras pelas quais a energia das marés pode ser usada para gerar eletricidade. Um dos tipos mais comuns disso é uma barragem de maré, que normalmente é uma barragem construída na entrada de uma enseada. A água entra e sai pelas comportas e turbinas em movimento.

Desde que foi criada em 1966, a Rance Tidal Power Station, na França, é considerada a usina de energia maremotriz mais produtiva do mundo. No entanto, foi superado na década de 1990 pela Central Elétrica do Lago Sihwa na Coréia do Sul. Embora os portões do Rance sejam projetados para serem uma barreira relativamente fácil, eles ainda alteram os níveis de água na área.

Embora as cercas de maré sejam menos prejudiciais do que as barragens, elas ainda podem perturbar grandes animais marinhos. Semelhante às turbinas eólicas, as cercas de maré têm postes individuais embutidos no fundo do mar.

Um estudo realizado pelo Departamento do Interior revelou que as correntes oceânicas podem fornecer energia suficiente para atender cerca de 35% das necessidades de eletricidade da Flórida. Se a energia da Corrente do Golfo fosse usada para gerar a mesma quantidade de eletricidade que as Cataratas do Niágara, teria potencial para fornecer mais de 20.000 vezes mais energia.

Um dos principais desafios que os pesquisadores enfrentam quando se trata de desenvolver a energia das marés é manter as turbinas em condições de funcionamento. Uma das ideias mais promissoras é a criação de turbinas autônomas, que seriam capazes de se mover com a corrente e se comunicar por meio de sensores, mostra Marcos Antonio Grecco.

Surfistas e bodyboarders profissionais sabem que ondas grandes podem ser poderosas. Os cientistas também estão trabalhando no desenvolvimento de tecnologias que podem converter ondas em eletricidade. Um deles é o Wave Converter, que é uma máquina de 600 pés de comprimento composta de várias seções cilíndricas que flutuam na superfície do oceano.

Em 2010, um dispositivo conhecido como Pelamis Wave Power System foi testado com sucesso na costa da Escócia. A empresa espera ter centenas desses sistemas em vários mares ao redor do mundo até o final da década. Outra tecnologia impressionante que está sendo desenvolvida por Phil Pauley é um tipo de célula solar marinha conectada por uma rede.

Os defensores do uso da osmose acreditam que ela pode servir como um componente vital do futuro da energia hidrelétrica.

Embora a energia das marés já seja amplamente utilizada, ainda não está claro como essa tecnologia pode ser utilizada na produção de energia hidrelétrica. Um dos fatores mais comuns que contribui para vo este processo é a separação da água do rio e do mar. Através de uma membrana que só é capaz de cruzar a outra, a água flui em conjunto e produz energia suficiente para alimentar um gerador.

Se você é uma das pessoas que acredita que essa tecnologia pode ser útil, imagine tentar fazer isso acontecer. Embora o processo ainda esteja em seus estágios iniciais, avanços foram feitos na tecnologia, o que significa que pode ser usado para fins comerciais. Uma das principais vantagens deste processo é que não envolve o clima ou a hora do dia. No entanto, ainda pode afetar os níveis de salinidade na água, o que pode dificultar a sobrevivência da vida marinha, diz Marcos Antonio Grecco.

Também não está claro como essas tecnologias serão utilizadas na produção de energia hidrelétrica. Acredita-se amplamente que o planeta precisará de mais energia da água no futuro.

Apesar dos potenciais benefícios ambientais dessa tecnologia, ainda não está claro como ela pode ser usada na produção de eletricidade. No entanto, acredito que nos próximos dois anos, vários fatores, como as piscinas de maré e a corrente do Golfo, começarão a contribuir para a produção de eletricidade.