"Somos do tempo, dos que não têm tempo" - e a partir daqui desenvolvemos o projeto.
Assim, como vivemos num tempo onde uns têm tempo e outros não, também luz e som podem estar sincronizados, mas nem sempre é obrigatório.
Este projeto multimédia estabelece uma sátira/critica social ao facto de, como sociedade, aceitarmos a industrialização e testes de bombas nucleares, apesar de ser do conhecimento geral os seus danos humanitários e ambientais.
Imagens do deserto do Sahara projetadas para o interior de uma banheira branca com reflexos inesperados próprios do material que a constitui. Som de chuva. Deserto como montes de areia / arroz, como corpo feminino, como algo orgânico, sem forma específica, nuvem.
Da palavra speculum resultou "espelho", o material mais utilizado neste projecto para produzir um "assombramento" de imagens, por via da própria metamorfose da reflexão. O significado de "espelho", tem proximidade com a ideia de “ver, olhar”. Specularium significa vidraça, “o que permite ver através de si”, e speculum, espelho, “o que reflete o olhar de quem vê”.
Este projeto baseia-se no conceito de sombras chinesas, não de um ponto de vista figurativo mas abstrato. Quisemos trabalhar a ideia de desintegração de um objeto a partir da forma como este se relaciona com luz e espaço.