TEMA NORTEADOR:
CARO ESTUDANTE,
Este roteiro tem como objetivo orientar os seus estudos individuais, durante este período de atividades não presenciais. Procure cumprir com responsabilidade e empenho as atividades propostas, anote suas dúvidas para tirá-las com o professor, nos momentos programados. Faça todas as anotações no seu caderno e diário de bordo.
ATIVIDADE INICIAL (Leitura):
A Paródia é um tipo de relação intertextual em que um dos textos cita o outro com o objetivo de fazer uma crítica ou inverter ou distorcer suas ideias.
Já a intertextualidade faz uma comparação ou relação entre dois textos em que um cita o outro . As semelhanças entre os textos são evidentes e claras, pois o assunto deles é o mesmo e há versos ou parágrafos inteiros que se repetem. Assim estabelecem uma relação intertextual.
Texto 1
Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Que amor, que sonhos, que flores
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Texto 2
Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
De minha infância querida
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais.
ATIVIDADE PRINCIPAL:
Pequena análise do texto:
O texto de Casimiro de Abreu, foi escrito no século XIX, enquanto o de Oswald Andrade, foi escrito no século XX. Observe, que o segundo texto tem uma visão do mundo diferente do primeiro. No texto 1, tudo na infância parece ser perfeito, rodeado por amor, sonhos e flores. Já no segundo texto, esses elementos são substituídos por um simples “quintal de terra‘’, um espaço comum, sem idealização. Observe que Oswald de Andrade, com seu poema, não apenas cita o poema de Casimiro de Abreu. Ele também faz uma critica, pois considera irreal a visão que Casimiro de Abreu tem da infância .
Certamente, na opinião de Oswald Andrade, infância de verdade, no Brasil, se faz com criança brincando no quintal de terra, embaixo das bananeiras, e não com crianças sonhando embaixo de laranjais.
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Texto 3-
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana, a louca da Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive.
E, como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau de sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe–d’agua.
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou- me embora pra Pasárgada.
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide á vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que quero
Na cama que escolherei
Vou- me embora pra Pasárgada.
Manoel Bandeira.De olho no texto:
‘’Vou–me embora pra Pasárgada ‘’foi o poema de mais longa gestação de toda minha obra. Vi pela primeira vez esse nome de Pasárgada quando tinha os meus 16 anos e foi num autor grego....Esse nome significa campo dos persas, suscitou na minha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de delicias....Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais aguda doença, saltou-me de súbito do subconsciente esse grito estapafúrdio: Vou-me embora pra Pasárgada !’’ Manoel Bandeira.
Um recurso utilizado neste poema é a intertextualidade; aqui utilizada em forma de paródia. A retomada de um poema romântico com intenção sarcástica. Novamente são dois mundos distintos, o presente e o imaginário; o que se nega e o que se deseja. No poema, Bandeira busca uma espécie de paraíso para vivenciar os atos comuns da vida, os quais não puderam ser vivenciados devido a doença. A nostalgia da infância é um tema recorrente. O poeta relembra os tempos de infância e a família. A oposição entre criança e adulto, tempo presente e passado é reconstruída como modalidade de fuga, a ponto de se questionar que o passado pode ter sido bem melhor que o tempo presente. Por isso a necessidade de evasão e recuperação destes momentos.
Leia o poema de Bandeira e responda as questões abaixo:
1- Qual é o significado de Pasárgada para o autor?
2- Após a leitura do poema e das explicações, faça uma intertextualidade (paródia), onde você irá se inspirar em Bandeira para produzir seu poema, seguindo toda a estrutura do texto Pasárgada.
Assim como Manoel Bandeira, fomos privados das nossas relações pessoais devido a Pandemia que nos afetou de várias formas. O que você gostaria que mudasse no mundo em que vivemos, principalmente em nosso país?
Preste atenção aos textos, nesta atividade apenas poemas;
Registre tudo no caderno, Respostas são pessoais;
Envie a foto por e-mail ou whatsap; quiteriasoaresteles@gmail.com
ATIVIDADE INICIAL
1- Na adolescência, o poeta Manoel Bandeira contraiu tuberculose, que na época era uma doença fatal e contaminou muitas pessoas ao redor do mundo. As atividades que ele vê como possíveis em Pasárgada são rotineiras, comuns. Por que então ele as valoriza tanto?
ATIVIDADE PRINCIPAL:
2- Assim como Bandeira, descobrimos da pior forma que as coisas triviais, simples da vida são as mais importantes. Por que?
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
3- O poema você deve seguir a mesma estrutura de Pasárgada. Modifique e faça adequações de acordo com o que deseja falar. Pode retirar várias partes do poema. Veja o exemplo do poema, ‘’meus oito anos de Casimiro de Abreu”.
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