Filosofia
Professor Francisco
PERÍODO: 06 DE JULHO A 17 DE JULHO DE 2020
Professor Francisco
PERÍODO: 06 DE JULHO A 17 DE JULHO DE 2020
TEMA NORTEADOR
HABILIDADES: (EF09ER06) Reconhecer a coexistência como uma atitude ética de respeito à vida e à dignidade humana.
Caro estudante, Este roteiro tem como objetivo orientar os seus estudos individuais, durante este período de atividades em casa. Procure cumprir com responsabilidade e empenho as atividades propostas, anote suas dúvidas para tirá-las com o professor, nos momentos programados e definidos por ele.
Ética
Objetivo: Entender criticamente que a formação ética necessariamente passa pela educação e pela cidadania.
Minha gente, Bem vindas/os Na verdade estamos falando um pouco da chamada “ética clássica”, ou “ética das virtudes cardeais”, assim denominadas, porque servem como norte, da mesma forma que os pontos cardeais, numa sociedade que vive dizendo que não tem tempo, mas na verdade tem é preguiça para tratar de questões profundas e comprometedoras com essa. A formação ética necessariamente passa pela educação e pela cidadania. E ela tem que ser tão incisiva e vivencial, que não apenas arranque velhos paradigmas equivocados, como os extremos do mero moralismo e do relativismo moral, pela raiz. Isso significa mexer com o cotidiano e com os hábitos diários das pessoas, que atualmente são dominados e reféns pela mídia. Criadas por Aristóteles, as quatro virtudes cardeais foram retomadas por vários autores ao longo da história, desde os medievais, até os modernos e contemporâneos por seu caráter universal. Eu também as escolhi porque podem muito bem ser usadas como metodologia de estudo de contos ou histórias, que, como vimos anteriormente:
1. Justiça ou Equidade:
Trata-se de uma das virtudes mais cobiçadas por todo o mundo e uma contra a qual a maior parte das pessoas se queixa, quando sentem sua falta. Infelizmente, quando se fala em justiça hoje, muitos a confundem ou limitam ao sentido forense, dos advogados e legisladores, ligados ao chamado “Ministério da Justiça”. O filósofo e teólogo alemão, Josef Pieper, assim a define: “A justiça já foi chamada também ‘arte de conviver’, uma formulação que por sua vez pode também ser mal-interpretada, como se não se tratasse de nada mais do que de arranjar-se com os outros”. Não é isso, no entanto, o que se quer dizer, e sim, mais propriamente, um conviver em que cada um recebe o que lhe é devido... E assim, nos casos devidos, deve novamente entrar no lugar da Justiça (impossibilitada de realizar-se) outra coisa: a piedade. A atitude de honra e de respeito (não realizado apenas Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 179 interiormente) que diz: ‘Devo-te algo que não posso pagar, e manifesto que estou consciente disso através dessas atitudes. ’ Quando nos sabemos assim agraciados e endividados diante de deus e dos homens, não pautamos tão facilmente nossa vida pela atitude de reivindicações que pergunta: ‘O que me é devido?’” (PIEPER, Josef, on line, 1999).
A virtude da justiça está presente numa história ou conto quando:
Alguém é lesado por dano ou perda, com o consequente prejuízo.
Alguém reconhece, assume ou paga uma dívida.
Alguém é devidamente recompensado.
Alguém é devidamente punido.
2. Fortaleza, coragem ou perseverança: Estamos lidando aqui com aquele indivíduo que é fraco e consciente de sua fraqueza, mas que resiste bravamente. Por exemplo, aquela pessoa que sabe que está com câncer, mas que não entrega os pontos e continua a sua vida normalmente, quando possível. Aquela mulher trabalhadora, abandonada pelo marido e que se desdobra para oferecer uma vida confortável para os filhos, etc. Pieper assim a define: “Fortaleza, heroísmo, vitória: tais conceitos sempre são pensados em bloco.... o bem não se impõe por si mesmo, como opinam os liberalismos, para que isto ocorra, há necessidade do empenho da pessoa. Empenhar-se pela realização do bem contra o poder do mal (que às vezes também poderá ser um super- poder), eis aí circunscrito de forma bem completa aquilo que perfaz o ato da virtude da Fortaleza...E nós, tarde nascidos começamos a perceber porque os antigos consideravam a parte essencial da Fortaleza o resistir, e não o atacar.” (Idem)
A virtude da fortaleza manifesta-se numa história quando:
Alguém executa um plano de resistência contra um poder maligno.
Há uma luta entre um personagem mais fraco e bom, contra um mais forte e mau.
Alguém manifesta um ato de heroísmo ou martírio.
Alguém se empenha ao máximo em um projeto, sacrificando-se para o bem de outra(s) pessoa (s) ou causa.
3. Temperança, moderação ou autocontrole: Essa virtude poderia ser resumida como sensatez ou saber como defender-se contra a autodestruição. É mais fácil reconhecermos a falta dela, do que ela em ação. Quando um motorista pega o volante, depois de ter tomado umas “cervejas”; quando uma mulher se arrisca a andar desacompanhada por uma rua escura que sabe ser perigosa; quando alguém bebe ou fuma ou toma drogas, come sem encontrar o limite, etc. Há quem diga que ser temperante é, em uma palavra, ser sóbrio e equilibrado ou assertivo, Ter mansidão ou domínio próprio. O contraponto disso é o descontrole, o excesso, a exagerada busca da satisfação dos próprios desejos. “Trata-se na verdade, de que justamente as forças do ser do homem orientadas por natureza para a autoconservação, aperfeiçoamento e realização, são aquelas mesmas forças que podem também desnaturar-se para a autodestruição." (Idem)
A virtude da temperança está presente numa narrativa quando:
Alguém desfruta de algo sadio e com prazer, sem exageros.
Há uma tentativa de sedução do heroi, apelando para o desejo.
O heroi controla algum impulso primeiro, ou adia uma decisão apressada.
Alguém abre mão de um “direito” ou de desfrutar de algo em vista de algo muito melhor ou para preservar-se.
4. Prudência, sabedoria, ou discernimento: Esta é considerada a maior de todas as virtudes, pois ela é demonstrada por aquele que fica com o pé firmemente fincado na realidade e a mente, aberta para o cosmos. Trata-se daquela pessoa que consegue ver as coisas como são, sem recair num materialismo cego, nem num idealismo que vê tudo cor-de-rosa, alienado do real.
Trata-se do bom-senso, de quem manifesta uma “incorruptível ‘busca da verdade’ a respeito de situações nas quais costumam estar fortemente envolvidos fatores de interesse pessoal. O que importa, portanto, é fazer calar nossos interesses – e, talvez também ouvir o outro, possivelmente um oponente. que está embarcando em algo que vai exigir todo o seu cérebro e tudo o mais (...) o Cristianismo em si mesmo é um processo de aprendizado. (Lewis, 1952, p. 42-43, grifo nosso). Notamos aqui a função pedagógica diretamente envolvida na ética. A educação, que lida também com a formação do caráter, tem tudo a ver com a ética, embora lamentavelmente alguns professores, que não são exemplo de conduta para ninguém, e alunos e diretores o tenham esquecido. Josef Pieper compara a Prudência como uma espécie de decisão de "abrir o olho“ para as coisas, enxergando-as, mas principalmente para si mesmo. Por isso dizemos, quando alguém está sendo insensato: “vê se se enxerga”, “caia na real”. De certa forma, todo o aprendizado envolve uma ampliação de horizontes da visão. É claro que enxergar o mundo à volta não passa do primeiro passo. O segundo é deixar guiar-se nas suas decisões e ações pelo visto, que é a arte da tomada de ação e da coerência com ela na prática cotidiana. Somente homens e mulheres maduras atingem tal sabedoria de ação. Como lemos na Bíblia: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso;” (Mateus 6.22) Esta virtude é ainda mais importante para quem quer que desempenhe papel de liderança, e tomada de decisão, na família ou no trabalho. Quanto à temperança, Lewis comenta: A temperança é, infelizmente, uma dessas palavras que, mudaram de sentido. Ela agora normalmente significa total abstinência à bebida alcoólica. Mas nos dias em que a segunda virtude cardeal era a ‘temperança’ cristã, ela não tinha este significado (...). O cristão pode achar conveniente renunciar a toda espécie de coisas por motivos particulares: o casamento, comer carne, tomar cerveja, ou ir ao cinema; mas se começar a dizer que essas coisas são más em si mesmas, ou desprezar os que dela se servem, está no caminho errado. (Lewis, 1952, p. 43). Assim, a temperança realça o sabor próprio e característico de cada um, com todas suas potencialidades. O mesmo vale para a fortaleza que é por Lewis descrita como a virtude que: inclui duas espécies de coragem: a que enfrenta um perigo e a que suporta o sofrimento. ‘Fibra’ talvez seja a palavra moderna que mais se aproxime deste vocábulo. O leitor verá, certamente, que não se pode praticar nenhuma das outras virtudes por muito tempo, sem que esta entre em jogo (Idem, p. (44.). Não se trata, portanto, de uma "força bruta“. Mas daquela força que surge nos momentos de fraqueza. Pieper a identifica com uma espécie de “heroísmo“ ou “valentia”, como o de um mártir, ou o heroi do trânsito que tem que "enfrentar“ a hora do rush com coragem. Num artigo separado, Lewis discute em que sentido o conceito de “cavalheirismo” ou código de honra da época dos gentlemen, que entendiam a virtude como algo bem difere do conceito moderno de “heroi” (sem deixar de ser tão ou mais necessário do que no passado). Ele é nobre, no sentido ético, sem deixar de ser simples: O rei é sempre um homem de carne e osso, um homem familiarizado com sangue, rostos.
1. Quais são as quatro virtudes cardeais e quem a desenvolveu no mundo grego?
2. Na sua opinião vivemos em uma sociedade justa? Justifique.
3. O que era a virtude da Fortaleza para os gregos antigos? Dê um exemplo.
4. Como a virtude da Temperança pode ajudar você, sua família e a sociedade?
5. Qual é a virtude mais desejada e considerada a maior de todas as virtudes.?
O registro da realização das atividades referentes aos blocos de perguntas será efetuado automaticamente pela ferramenta Google Formulários que armazena as respostas dos alunos à medida que eles preenchem o formulário em questão. Além disso, solicitaremos aos alunos que escrevam em seus diários de bordo trechos dos textos estudados que chamaram a atenção deles por trazerem ideias que eles avaliam como importantes. As questões referente a produção nos cadernos ou de imagens e desenhos serão enviados pelo "google classroom" atraves arquivos de fotos.
O aluno é avaliado em termos qualitativos e quantitativos (nota), considerando-se sua evolução, em termos de consolidação dos conhecimentos procedimentais, atitudinais e conceituais trabalhados nas diferentes atividades propostas neste roteiro de estudos. Assiduidade, interação nos momentos de orientação por rede social e o envio das atividades na plataforma de ensino.
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