Como surgiu
A ideia de criar uma Empresa Junior para o curso de Bacharelado em Segurança Pública da UFF surgiu a partir do Paulo Junior no final de abril de 2016 após ter lido em um manual de calouros pela primeira vez a respeito desse tipo de instituição na faculdade. Ele e o Pedro Henrique já cogitavam fundar em parceria algum projeto que unificasse e reunisse seus trabalhos pessoais em um único lugar de maneira que pudesse ajudá-los a se aproximar mais do mercado de trabalho. Conseguiram abrir mão disso para investir no projeto de criação de uma empresa júnior pro curso por terem enxergado nesta nova aposta uma oportunidade de estágio aos alunos e início de um novo campo de trabalho na área da segurança pública.
Para convencer colegas e professores a se unirem na construção da empresa, Paulo criou o primeiro protótipo de sua ideia que se chamava "ESPuff!- Estratégia em Segurança Pública da UFF". A partir dessa amostra uniram-se a ele a Amanda Travisco, Karina de Paula, Pedro Henrique e Rafael Lessa para a primeira reunião de fundação na sala de informática do campus do Direito no dia 5 de maio de 2016; todos esses alunos que fizeram parte da primeira formação da empresa são ingressos da turma 2013/2, 4ª formação de Bacharéis em Segurança Pública pela UFF.
A escolha do nome
Logo na primeira reunião de formação o Pedro Henrique propôs como início de trabalho para a empresa uma antiga ideia sua de mapear o famoso "Quarteirão do Perdeu", região que fica no entorno dos campus da UFF de Direito, Bilogia e Engenharia no Ingá. Todos aprovaram a proposta que passaria a ser chamada de "Ilumina UFF" a partir da sugestão da Karina de Paula. O termo ilumina seria uma menção às ruas locais que eram muito escuras e uma alusão a iluminação filosófica que eles estavam se propondo a fazer na sociedade.
A reunião de fundação estava cheia de pautas e uma delas era a submissão de projetos ao primeiro edital de inovação da uff pela Agir, no qual haviam duas modalidades para concorrer: a de inovação mercadológica e a de inovação para o desenvolvimento social. O grupo decidiu tentar as duas opções submetendo como projeto de Inovação mercadológica a criação da empresa junior, o "ESP- Estratégia em Segurança Pública" e como projeto de desenvolvimento social o "Ilumina UFF".
Após horas discutindo diversas ideias e definindo algumas propostas ainda havia uma questão a ser definida: qual seria o nome da empresa júnior. Não demorou muito até que fosse decidido unir o título dos dois projetos que seriam submetidos ao edital em Ilumina- Estratégia e Inovação em Segurança Pública.
A Logo
A primeira logo oficial da empresa foi confeccionada pelo Pedro Henrique na mesma noite do dia 5 de maio. Sua aparência foi pensada para transmitir uma ideia de segurança pública completamente oposta aos símbolos já comumente associados a este tema. Sem elementos que remetem a morte ou equipamentos de repressão como caveiras e revolveres, a marca da Ilumina é o "pin" gigante, uma referência ao primeiro projeto de mapeamento que significa não apenas uma das expertises da empresa de georreferenciar dados, mas também um desejo da mesma de se firmar na sociedade através da fixação de seu trabalho em qualquer lugar do mundo.
Primeiras atividades
A primeira atividade da Ilumina foi realizada em julho de 2016 a partir da identificação de um problema localizado nos arredores dos campi da UFF. Neste período, estudantes da Universidade Federal Fluminense que frequentam os campi instalados no bairro do Ingá (na cidade de Niterói), começaram a denunciar, através dos meios de comunicação virtuais, como redes sociais “facebook” e “whats app”, ocorrências de crimes como roubos e tentativas de estupro. A região, apelidada pelos alunos de “rua do perdeu”, ou “região do perdeu”, ou ainda, “quarteirão do perdeu”, passou a ser objeto de preocupação da Ilumina e de outros coletivos, como os diretórios acadêmicos do curso de graduação em segurança pública e social e do curso de graduação em direito.
Foram semanas de relatos frequentes por parte, sobretudo, de mulheres. Havia principalmente entre os estudantes um sentimento não apenas de insegurança, mas também de abandono por parte do Estado, pois, muitas vezes, ao solicitarem providências das instituições de segurança pública – especialmente das polícias – era comum ouvirem como resposta de que tal problema não era reconhecido em virtude da subnotificação desses registros. Ou seja, como as vítimas não registravam as ocorrências relatadas, a posição das autoridades públicas era de que sem a denúncia formal não seria possível tomar alguma medida diante do problema relatado. Assim, reconhecendo a importância do problema e com o objetivo de construir uma visibilidade pública sobre os relatos de violência ouvidos, o primeiro trabalho da Ilumina foi o lançamento da Campanha “Não dê vacilo, faça o registro!”. Esta consistiu nas seguintes atividades: 1) elaboração de um panfleto com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância do registro e disponibilizando telefones de emergência de órgãos públicos; 2) distribuição do material em conjunto com o coletivo de estudantes da UFF chamado “Ingájadas”, que produziu toda a mobilização da campanha e realizou um manifesto durante este período; 3) elaboração de um questionário virtual e sua disponibilização na própria página da Ilumina, para registro das situações de violência ocorridas na região, com o objetivo de construir um banco de dados de situações de violência na “região do perdeu”, e permitir a produção de informação qualificada sobre o problema. Tal questionário virtual ainda se encontra disponível e colhe informações sobre o perfil das vítimas (como cor, idade, sexo, local e horário onde ocorreu o fato e sua dinâmica). A sistematização das informações presentes nesse banco de dados permitirá a produção de um relatório trazendo informações sobre o perfil das vítimas, horários de maior incidência de crimes na região, dentre outras informações, que podem vir a informar melhor as autoridades públicas sobre o problema, para além dos registros que chegam ao conhecimento das polícias. Além disso, a partir dos dados coletados, será produzido um mapa georreferenciado – Mapa do Perdeu – identificando os locais de maior risco. A campanha foi objeto de matéria de jornal no veículo O Fluminense, de Niterói,
Como segunda atividade, a Ilumina integrou uma grande articulação durante a campanha eleitoral para prefeitura de Niterói em 2016. A ação foi articulada pela Casa Fluminense e consistiu na reunião de movimentos e instituições da sociedade civil de Niterói com o objetivo de apresentar propostas de solução para o problema da segurança pública aos candidatos a prefeito e a vereador por meio da elaboração e entrega de um Carta Compromisso de segurança. A Ilumina participou dessa articulação apresentando as seguintes proposições: implicar a comunidade na gestão da segurança pública; privilegiar a ação preventiva; e valorizar a transparência da execução da política pública de segurança. O evento de apresentação das propostas reuniu diversas autoridades e organizações sociais da cidade, permitindo dar conhecimento e visibilidade ao trabalho da Ilumina. Como estratégia de comunicação, além da página do Facebook, a Ilumina elaborou um informativo para ser distribuído a todos os interessados em conhecer melhor seu trabalho.
Finalmente, está em curso uma pesquisa intitulada “Diagnóstico e Plano de Segurança Pública para a Rua do Perdeu: proposta de melhoria de segurança na região”, que visa a produção de um diagnóstico dos principais problemas causadores de insegurança nesse perímetro. Para tanto, como metodologia a ser empregada planeja-se, dentre outras atividades, a realização de uma pesquisa de vitimização (survey). Como resultado principal vislumbra-se a elaboração de um plano local de segurança pública para o “Quarteirão do Perdeu”. A pesquisa foi iniciada em 2016 e conta com o apoio de uma bolsa de inovação fomentada pela Agência de Inovação (AGIR) da UFF.