As religiões afro-brasileiras trazem em sua historicidade importantes e sólidas referências de lideranças femininas. No Brasil, elas foram fundamentais à organização de povos escravizados para a conquista de alforrias, proteção de fugitivos, acolhimento de gestantes e crianças, no cuidado aos enfermos e na manutenção da memória dos ancestrais. Muito antes das pautas feministas intelectualizadas se organizarem academicamente e socialmente, os terreiros já cumpriam a função de espaços de empoderamento feminino, onde mulheres exerciam a principal função hierárquica - política, social e religiosa – a de Mãe de Santo. Nomes como o de Mãe Pulchéria Maria da Conceição, Mãe Senhora, Mãe Meninina, Tia Massi, Mãe Ondina, Mãe Stella de Oxossi, entre tantas outras, nos remetem a força feminina de resistência, luta e manutenção de valores e tradições que se opunham às variadas formas de opressão.
Como qualquer outro fenômeno, as religiões também são históricas, se transformam, se modificam, acomodam novas ideias e as ressignificam. Enquanto produto/produtoras das sociedades humanas, elas entram em conflito ou diálogo com as diversas dimensões sociais. São tomadas como objeto de respeito, mas também, por vezes, como caminho para práticas de abusos, manipulações e extorsões próprias do machismo estrutural que nos cerca por todos lados, bem como ocorre nas demais práticas religiosas e culturais.
Justificar a prática assédio, abusos ou violências sexuais contra mulheres enquanto um ato cultural/religioso africano/afro-brasileiro, é tão ultrajante e covarde quanto descredibilizar essas práticas por conta de ações individuais, localizadas e de caráter marcadamente patriarcais. As religiões afro-brasileiras empoderam, acolhem e sustentam mulheres. Qualquer ato que coloque mulheres em situação de vergonha, humilhação ou constrangimento precisa e deve ser avaliado, debatido e, sendo o caso, punido enquanto tal.
Autora: Vanda F. Serafim
Publicado em: 07/12/2021
No dia 19/06/2021 o Brasil passou o marco de 500 mil mortos por Covid-19
Esse é o saldo deixado nos 459 dias da chegada da Covid-19 ao Brasil. O HCIR se sensibiliza pelos familiares de todas as vítimas.
No início da tarde deste sábado (19), o Brasil chegou a marca de 500.022 mortos por Covid-19. Os números levam em conta novos dados divulgados por Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. Os demais estados não atualizaram as informações sobre casos e mortes até as 14h deste sábado.
Fonte: https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2021/06/19/brasil-chega-a-marca-de-500-mil-mortes-por-covid.ghtml.