Formas de abuso sexual
Formas de abuso sexual
Por Guilherme Schelb
O abuso sexual pode ser praticado com violência ou não. Considera-se violento tanto o caso de submissão física forçada da vítima, quanto o de ameaça, mesmo sem agressão física real.
Abuso sexual com carinhos íntimos.
O abusador pode se aproximar da criança de uma forma sutil, até mesmo “carinhosa”. Esta é a estratégia dos pedófilos. Eles dão presentes, fazem agrados, podendo inicialmente cuidar bem da criança ou adolescente. Uma vez conquistada a confiança, começam a falar palavras de cunho sexual ou pornográfico e a fazer brincadeiras sutis para poder tocar o corpo da vítima sem levantar suspeitas. Com o tempo, começam a “fazer carinho” nas partes íntimas da criança, sem que ela se sinta constrangida. Como sabemos, o toque no corpo é fonte de prazer para o ser humano. Isto não é diferente com crianças e adolescentes. Esta situação pode levar a vítima a gostar dos “carinhos” e até mesmo a pedir por eles.
Abusos na primeira infância, quando a memória da criança ainda está em consolidação, é um dos motivos que pode explicar porque muitos adultos não têm memória de abusos sofridos na infância, embora possuam comportamento alterado. Infelizmente, até os 4 anos de vida muitas coisas podem acontecer sem que a pessoa se lembre.
Caso real – O adolescente de 16 anos de idade abusou sexualmente da irmã de 4 anos, sem violência. Por ser deixada a seus cuidados, o adolescente começou a acariciar a vítima em suas partes íntimas como uma brincadeira, até que chegou à penetração consentida pela própria criança. Mesmo após identificada a situação, e colocada em local protegido, a criança insistia em introduzir objetos na vagina, como forma de buscar prazer.
Caso real – A criança de 9 anos foi corrompida a tal ponto pelo pedófilo – um adulto de 33 anos – que pedia ao abusador para penetrá-la e sorria enquanto sofria o abuso. Tudo filmado pelo criminoso.
Estes casos revelam o quanto os abusos sofridos podem alterar a sexualidade e o comportamento de crianças e adolescentes.
Abuso sexual sem contato físico com a vítima.
É possível que o abusador sequer toque no corpo da criança ou adolescente.
O abuso sexual pode ser praticado apenas com conversas erotizadas, gestos pornográficos ou estímulos visuais, em que o abusador fala obscenidades, se masturba na presença da vítima, ou mostra imagens pornográficas para a vítima indefesa. Vídeos ou revistas pornográficas, nos quais se apresenta à criança ou adolescente desenhos ou imagens eróticas, são utilizados frequentemente por abusadores para despertar na vítima a curiosidade e aceitação da prática sexual.
Caso real – A criança de 8 anos de idade apresentava precoce e intensa erotização, verbalizando e estimulando o próprio corpo. Ao investigar o caso, descobrimos que a filha adolescente de uma vizinha mostrava filmes pornográficos para a menina, o que a corrompeu.
Em todos estes casos, embora sem contato físico, há profunda corrupção, abuso moral e erotização da criança. Embora haja um certo consenso social rejeitando a exposição de fotos e filmes pornográficos a crianças e adolescentes, o mesmo não ocorre quanto às músicas e literatura pornográficas.
Abuso sexual pelas redes sociais
Com o desenvolvimento das mídias e redes sociais, crianças e adolescentes acessam diariamente várias fontes de informação e de contato com pessoas. Isto significa que adultos têm acesso imediato a estes jovens, muitas vezes, sem o conhecimento e supervisão de seus responsáveis legais.
Muitos abusadores utilizam as redes sociais para fazer contato com crianças e adolescentes. Em muitos casos, a intenção é atrair a vítima a um encontro pessoal para praticar crime sexual. Mas em vários casos, a intenção é erotizar a criança por áudio, vídeo e até textos. É neste caso que se pode falar em abuso sexual pelas redes sociais, ou seja, um adulto que apresenta imagens, fotos, vídeos ou texto pornográfico em mensagem dirigida a criança ou adolescente, com a finalidade de corrompê-los.
Músicas pornográficas: o abuso sexual cantado.
A erotização precoce de crianças, por meio da pornografia não é apenas visual, por meio de filmes, desenhos ou fotos, mas também pode ser auditiva. Músicas, livros, histórias ou conversas de cunho sexual corrompem a moral e o desenvolvimento sadio da criança, estimulando-a a comportamentos erotizados não-espontâneos, induzidos ou sugeridos abusivamente.
No Brasil, as crianças e adolescentes são submetidas a músicas profundamente erotizadas. Muitas canções explícita ou indiretamente incentivam à prática sexual e a pornografia (e também à violência, ingestão de bebida alcoólica, etc.).
Crianças e adolescentes expostos a músicas pornográficas serão abusivamente induzidos a um comportamento incompatível com sua idade, e, até mesmo, à prática sexual precoce.
Crianças erotizadas
Crianças e adolescentes são pessoas em desenvolvimento, que possuem fragilidade psicológica. Isto significa que podem facilmente ser influenciados a comportamentos e atitudes.
Diversos fatores podem provocar comportamentos erotizados de crianças e adolescentes.
Criança ou adolescente que é submetido a abuso sexual, estímulos eróticos ou pedofilia pode se tornar precoce sexualmente. Não importa se a influência é hetero ou homossexual. Em qualquer caso, deve ser investigado pela família, escola ou creche. Infelizmente, há quem defenda a autonomia de vontade para as crianças praticarem atos libidinosos. Os pedófilos, por exemplo, defendem esta autonomia de vontade para poderem se relacionar sexualmente com menores.
Isto é um abuso contra a infância do Brasil.