A expressão "Hipertexto" foi criada em 1963 pelo filósofo e sociólogo estadunidense Theodor Holm Nelson, que também foi um importante propulsor da Tecnologia da Informação. As inspirações filosóficas de Theodor o faziam enxergar nas novas tecnologias e nos ambientes digitais a possibilidade de extensão da memória humana, através da organização de ideias em seguimento de texto multilinear, ou seja, que apresenta diversas fontes de leitura, possibilitando uma experiência mais livre e dinâmica.
O autor seguia a ideia de "liberdade de leitura", onde o leitor teria em mãos um texto sem ordem predefinida, acessando apenas o que fosse do interesse, diferenciando-se dos populares textos lineares, que seguem uma ordem unica de organização de ideias/argumentos. A principal proposta era que o leitor alcançasse a construção de conhecimentos através da associação e comparação das informações por meio de diversas fontes.
Uma das principais influências para o autor na ampliação do seu conceito de Hipertexto, surge do artigo publicado pelo cientista americano Vannevar Bush em 1945 pela The Atlantic Monthly, com o nome “As We May Think" (Como Podemos Pensar). O artigo descreve a crianção de uma maquina que tinha como objetivo a expansão da capacidade de memorização humana.
Criada por Bush no período de Pós-guerra, a maquina visava o armazenamento de informações que pudessem ser recuperadas com facilidade em casos de necessidade, assemelhando-se com o que conhecemos atualmente como WEB. A estrutura era composta por uma mesa com telas de visualização, teclado, botões e alavancas de seleção e armazenamento de microfilme.
Criado nos anos 60 em forma de projeto futurístico, Xanadu foi um sistema elaborado pelo próprio Theodor, que tinha como objetivo o compartilhamento de informações através da rede de computadores, usando como base os hiperlinks e hipertextos, conceitos criados por ele mesmo. A visão geral do projeto visava a recuperação da credibilidade das ideias originais dos autores, através da análise de documentos interconectados e, a partir disso, a reacomodação de conhecimentos gerados por meio da busca opcional do conhecimento, e não programada (linear). Importante ressaltar que a ideia da leitura através de hipertextos possibilita a criação de novos textos, onde o leitor passa a atuar como um coautor, reproduzindo com base na análise livre de documentos relacionados, porém, não direcionados em um mesmo rumo de leitura.
Mais tarde, o projeto passa a servir como base para o cientista da computação Tim Berners Lee, que desenvolve o World Wide Web, popularmente conhecido pela sigla "WWW".