Slave Lake



Slave Lake é uma cidade localizada na província de Alberta, no Canadá. Ela está situada no coração da região de Wood Buffalo, a noroeste de Edmonton, a capital da província. Slave Lake é conhecida pela sua bela paisagem natural, com acesso ao lago Lesser Slave Lake, um dos maiores lagos do interior de Alberta.A cidade tem uma história que remonta aos tempos em que os povos indígenas habitavam a área. O nome "Slave Lake" é uma tradução  inglesa do nome original do povo Dene, "Shadey Ale," que se refere aos escravos que eram mantidos pelos povos Cree e Dene durante os tempos antes dos europeus.A economia de Slave Lake é diversificada, com base em setores como a indústria madeireira, a agricultura e o turismo. O turismo é particularmente importante devido à proximidade com o lago Lesser Slave Lake, que oferece oportunidades para pesca, camping, desportes aquáticos e observação da vida selvagem. A região é conhecida pela sua abundância de aves aquáticas, tornando-a um destino popular para observadores de pássaros.Slave Lake também é uma comunidade vibrante, com várias comodidades, incluindo escolas, centros de saúde, lojas e restaurantes. Além disso, a cidade é um centro de serviços para as comunidades circundantes, desempenhando um papel importante na prestação de serviços públicos e comerciais para a região.Vale a pena notar que em maio de 2011, Slave Lake sofreu um devastador incêndio florestal que destruiu uma grande parte da cidade. No entanto, a comunidade se uniu para se reconstruir e se recuperar, e hoje Slave Lake continua a ser um lugar acolhedor e vibrante para viver e visitar.

 A chegada do homem branco à região de Slave Lake, no Canadá



A chegada do homem branco à região de Slave Lake, no Canadá, está ligada à expansão europeia no continente americano durante os séculos XVIII e XIX.

Os primeiros europeus a chegarem à região foram exploradores e comerciantes de peles, principalmente ligados às empresas de comércio de peles, como a Companhia da Baía de Hudson e a Companhia Noroeste. Essas empresas estabeleceram postos de comércio na área de Slave Lake no início do século XIX, com o objetivo de explorar os recursos naturais, especialmente a pelagem de animais como castores e lontras, que eram muito valorizados na indústria de peles da época.

A presença dessas empresas de comércio de peles levou à construção de fortes e postos de troca ao redor do lago. Essas estruturas serviam como pontos de coleta de peles dos caçadores locais indígenas, que trocavam as suas capturas por produtos europeus, como armas, tecidos e utensílios.

No entanto, a chegada do homem branco à região também trouxe impactos significativos para as comunidades indígenas locais, que enfrentaram deslocamento, doenças introduzidas pelos europeus e alterações no seu modo de vida tradicional. Os conflitos também surgiram à medida que os interesses das empresas de comércio de peles e as comunidades indígenas entraram em choque.

Com o tempo, a exploração de recursos naturais, como madeira e minerais, também se tornou uma parte importante da economia da região de Slave Lake. A construção de ferrovias no final do século XIX e início do século XX facilitou o acesso à região, contribuindo para o seu desenvolvimento.

A história da chegada do homem branco a Slave Lake reflete os padrões gerais de colonização e exploração europeia nas Américas, com consequências significativas para as populações indígenas e o ambiente natural da região. Hoje, Slave Lake é uma comunidade moderna e próspera, mas a história da sua colonização continua a ser lembrada e estudada como parte da história canadense.

"Shadey Ale" é uma referência aos escravos que eram mantidos pelos povos indígenas Cree e Dene na região que hoje compreende partes do Canadá, mais especificamente nas regiões das Grandes Planícies e das Montanhas Rochosas, antes da chegada dos europeus. O termo "Shadey Ale" pode variar em ortografia e pronúncia, mas é frequentemente usado para descrever essa prática de escravidão entre esses grupos indígenas.


A escravidão indígena e  a dos europeus


Antes da colonização europeia na América do Norte, as sociedades indígenas tinham diversas formas de organização social e econômica. Algumas delas, como os Cree e os Dene, estavam envolvidas na prática da escravidão, em que grupos capturados de outros povos indígenas eram mantidos como escravos. Os motivos para a escravidão indígena variavam e incluíam razões econômicas, como a obtenção de mão de obra adicional, bem como questões culturais e políticas.

A escravidão entre os povos indígenas diferia da escravidão praticada pelos europeus e os seus descendentes após a colonização, pois  era muitas vezes menos baseada na raça e mais em questões de guerra e relações entre grupos. No entanto, isso não minimiza a dureza da vida dos escravos Shadey Ale, que muitas vezes eram submetidos a trabalho pesado, maus-tratos e outras formas de opressão.

Com a chegada dos europeus ao continente americano, a prática da escravidão entre os povos indígenas diminuiu, à medida que os europeus introduziam as suas próprias formas de escravidão baseadas em raça e perpetuavam sistemas de exploração e opressão. A história da escravidão entre os povos indígenas é uma parte importante da história das Américas e demonstra a complexidade das relações entre diferentes grupos culturais antes da colonização europeia.





Fotos e textos por 
Fernanda R-Mesquita

7 de setembro- 2023