Banff

2010

Banff vista das montanhas 

A avenida principal da cidade. 

Banff...cidade


Banff, é uma pequena cidade situada num dos sítios mais aprazíveis do continente americano, em plenas montanhas rochosas, que recebe os seus visitantes com o seu jeito de pequena metrópole alpina, tornando-se desde o primeiro momento, para quem a visita, um lugar acolhedor, com um ambiente europeu, tão difícil de encontrar neste continente.

É uma cidade totalmente virada para o turismo, onde o sector comercial se evidencia com muitas lojas e centros comerciais, onde se pode comprar de tudo que esteja ligado às práticas de desporto de inverno e não só. Nas ruas, podem-se permanentemente notar, grupos de pessoas vindos de outros sítios, observar as montanhas, que rodeiam a cidade. Passear nas ruas de Banff em pleno dia, é também assistir ao movimento de pessoas, que procuram as melhores recordações da cidade, nas montras dos comércios ou visitar o maravilhoso hotel, digno pela sua arquitetura, de fazer parte de uma história de sonho, descrita por Walt Disney.

Banff foi uma surpresa para nós, porque nos sentimos de novo, como se estivéssemos numa pequena cidade da Europa, tal o ambiente familiar que lá pudemos encontrar, com muitos restaurantes europeus onde nem sequer falta o nosso café de máquina, uma raridade por aqui e que os americanos chamam de expresso, por ser tão curto em relação à sua dose de quase um litro, que tomam frequentemente durante o dia...e nós aproveitamos o expresso para embalar os nossos sorrisos em direção às montanhas e sentirmos a Europa aqui tão perto.


Uma casa de Banff

 

Existe uma harmonia secreta entre as montanhas, a floresta, estes animais e esta casa. Todos parecem conter um ar discretamente mágico, falando secretamente de lendas e histórias, quer a paisagem seja verde ou branca. A nossa imaginação parece dilatar ao inspirarmos este quadro, e transporta-nos para aquele tempo em que o cheiro dos antigos postais de Natal, apenas numa imagem nos traziam mil histórias de um lugar longínquo, pintado pela neve branca e com o som de um trenó puxado por renas voadoras. Abrigada pelas majestosas Montanhas Rochosas, refrescada por belas árvores, ela alberga estes antílopes, cuja postura fala de tranquilidade. Eles pastam comodamente e sem nada a impedi-los de sair daquele recinto, pois não existe qualquer espécie de vedação.

Quando saímos do centro da cidade de Banff e subimos em direção ao hotel que a foto representa ou em direção às montanhas, podemos apreciar estes calmos animais, habitantes desta casa, que não se incomodam com a presença dos olhares curiosos. Ah, eu sou apaixonada pela natureza!



Povo Aborígene- Museu de Banff 







Estas imagens que aqui são apresentadas, existem no museu da pequena cidade de Banff, rodeada pelas Montanhas Rochosas, Canadá.

Ao entrar neste museu, senti em cada imagem exposta, pormenores do quotidiano da vida dos índios, antes de serem mortos e expulsos pela ganância e pelo egoísmo do Homem branco, devido ao péssimo defeito de ambicionar para si o que simplesmente existe para todos.

Banff, cidade desejada por alguns burgueses que queriam usufruir das várias fontes termais locais, mas a Nação Tsuu T'ina formada por índios não queria pagar para usar o que sempre usaram durante anos. Como muitos índios estavam morrendo de frio o Greenpeace criou a primeira reserva ambiental do mundo, mas John A. Macdonald um político canadiano, em 1870 confiscou parte do parque para construir um lugar para morar e declarou guerra aos índios e depois de exterminá-los passou a morar em Banff e ficou conhecido como o primeiro político corrupto da história do Canadá.   Após a sua morte o parque voltou a ser uma reserva pública.

Foi local escolhido por turistas ricos para satisfazerem o desejo de gastar o seu dinheiro neste lugar, ainda hoje paradisíaco.

Mas, e não posso usar o termo “curiosamente “, o que resta como testemunho dos índios, encontra-se exposto por quem os expulsou das sua terras. E se quisermos saber deste povo, ou tentamos adivinhar através das imagens deste museu e de outros tantos espalhados por outras cidades ou partimos pelas ruas de algumas cidades, onde os índios vivem de favor, aceitando as esmolas do governo, vivendo em condições que muitas vezes não os dignificam como seres humanos. Geralmente concentrados em zonas destinadas para índios, perdidas no meio de uma civilização, que não se apercebe que é feita de uma história que não é a sua, mas sim por pessoas a quem retiraram a dignidade e direito de escolher o seu modo de vida.


Lake Louise- março- 2010

Em plenas montanhas rochosas, encontramos um paraíso gelado, onde pudemos desfrutar de momentos inesquecíveis, onde a natureza, aliada à intervenção do homem nos oferece uma paisagem deslumbrante. Sobre o Lago Louise, pudemos passear tranquilamente no gelo, que aos nossos pés, nos ofereceu a resistência e segurança que muitas vezes na terra firme não podemos ter. Aos pés do lago existe um imponente hotel, onde no seu exterior pudemos admirar belíssimas esculturas de gelo, tão frequentes em zonas frias como esta. Para momentos de lazer e recreio os visitantes podem usufruir de um passeio à volta do lago, numa carruagem puxada a cavalos, ou visitar as montanhas que circundam o lago num trenó puxado por cães, que estão sempre ansiosos por partir para mais uma viagem. Tudo isto entre deslumbrantes montanhas, que nos fazem sentir pequeninos e o quanto podemos ser privilegiados, por termos a oportunidade de poder sentir tão de perto, o quanto é bom viver tanto, num só dia.


O dia estava lindo e antes de partir, paramos na zona dos trenós. Os cães encontravam-se todos na rua. Latiam com toda a força. Entusiasmados, partiram, galgando os trilhos entre a floresta e quebrando o silêncio das montanhas. 

Foi tudo muito bonito até ao momento em que voltamos para o carro. Começava a anoitecer, os casacos tinham ficado dentro do carro e.... surpresa... o carro estava trancado! E a chave? Quentinha, no volante, relaxando no ambiente tranquilo e agradavelmente morno! E nós, olhando do lado de fora, espreitando pelos vidros, em plenos pulmões das montanhas sentindo a temperatura a descer, com a pergunta bailando no nosso cérebro: quanto tempo conseguiremos esperar, sem arrefecer completamente?  Não perdemos a calma. Uns dez minutos depois, um jovem notou a nossa situação. Prometeu, assim que chegasse à pequena vila, enviar alguém para abrir o carro.  Uma vez por outra surgia o pensamento e se o jovem não cumprisse? Esperámos uns quarenta minutos. Foi com grande alívio que recebemos o nosso salvador. Saiu do seu jipe, identificou-se e abriu o carro num abrir e fechar de olhos. Creio que pagamos cem dólares, mas suspiramos aliviados. Felizes entramos no carro, rumo a Banff, acreditando que ainda existem seres humanos que se importam com os seus semelhantes. Grata!


Spiral Tunnels da Canadian Pacific Railway 

2011

 Para além de toda a história que nos é apresentada nos painéis expostos à beira da estrada que corre entre as montanhas, existem as histórias que podemos imaginar e sentir ao retirarmos os pés do carro. Ao pisarmos o solo podemos sentir vontade de dar uma volta completa sob os calcanhares para podermos, em todos os ângulos, visualizar as montanhas, cerradas de segredos e cortadas por túneis que parecem guardar o suor dos quantos os construíram e talvez tenham vivido, não apenas a aventura de participar num evento tão importante, mas provavelmente o sabor de momentos bem dramáticos. Resta-nos o privilégio de podermos seguir o trajeto do longo e estreito comboio, cujas carruagens obedientemente seguem a primeira mesmo que esta já se ouça, vencedora a sair de um túnel e a última ainda esteja a sair do túnel anterior. É como que um filho que foi gerado no ventre das montanhas e nunca tenha desejado crescer com o pretexto de poder morar e passear nele eternamente. 


 Esta é a peça da caldeira que rebentou e que está assinalada na foto acima  

Esta é a maquete exposta para explicar todo o trajeto da espiral dos túneis.  

Quando o Spiral Tunnels da Canadian Pacific Railway foram abertos ao tráfego em 25 de Agosto de 1909, foram saudados como uma das grandes maravilhas da engenharia da época. Estes túneis tiveram como grande inspiração, os túneis Baischina Girge, da Ferrovia St.Gotthard na Suíça e foram desenhados pelo engenheiro John Edward Schwitzer, dos quadros efectivos da Canadian Pacific Railway 

Em 1884, as equipas de construção da Canadian Pacific Railway depararam com um grande problema para a continuidade da construção da linha do Pacifico ladeando o rio Kicking Horse, devido à grande inclinação da montanha Ogedan e da montanha Catedral, em pouco espaço. Mas mesmo assim decidiram continuar a linha com um acentuado declive de 4,5%, para poupar tempo e dinheiro. A construção continuou em condições climatéricas muito adversas, onde as temperaturas chegavam aos 40 graus abaixo de zero e onde se registavam sistematicamente grandes avalanches de neve. 

Em 1900 com o aumento do tráfego na linha, e até porque era bastante perigosa, tornou-se imperativo que o forte declive da linha fosse eliminado. Os engenheiros foram confrontados com a falta de espaço nas encostas e depois de consideradas várias opções, resolveram construir dois túneis em espiral através da montanha e assim o forte declive de 4,5% passou a ser apenas de 2,2% passando a linha a ter mais 12,5 km de extensão. Com esta melhoria as locomotivas deixaram de trabalhar com quatro motores e passaram a trabalhar apenas com dois, com as vantagens de poderem ser transportadas cargas muito maiores e o perfil do traçado se tornar muito menos perigoso e muito mais cómodo para quem viajava. Esta foi na altura considerada uma das grandes maravilhas da engenharia canadiana que foi construída a título provisório , mas que esteve a funcionar mais de 25 anos. 


2016- visita da Joana ao Canadá

Banff

Andreia e Joana

Hotel Banff Springs (Fairmont Banff Springs)